Origem da Mitologia Greco-Romana

Por Maíra Althoff De Bettio

A mitologia greco-romana se originou da junção das religiões grega e romana. As duas se fundiram por apresentarem aspectos semelhantes; as suas tradições, por exemplo. Com isso, deu origem a uma vasta série de entidades lendárias e mitológicas, nas quais se encontram os deuses. Poetas como Homero narravam as histórias dos deuses e os apresentavam como pessoas humanas, mas que continham poderes além dos seres humanos, interligados à natureza. Por isso o poder em mover mares, enviar raios, tempestades, entre outros.

Zeus

A mitologia tornou-se única entre os dois povos – gregos e romanos. O que difere uma da outra são os nomes dos deuses. Na religião grega, os nomes são gregos e na religião romana, a nomenclatura aparece em latim. Por exemplo Júpiter e Zeus, que é o mesmo deus, governante do Monte Olimpo, mas chamados diferentemente, o primeiro é como os romanos denominam e o segundo como os gregos chamam.

As divindades eram consideradas os senhores da natureza, cujas forças eram regidas por fenômenos naturais e seus físicos se baseavam no modelo humano. A partir da fé depositada nos deuses por gregos e romanos, estes construíram templos para os adorarem e seguirem alguns rituais, dentre eles, sacrifício de animais e algumas oferendas. Além disso, cada deus tinha um período do ano para ser comemorado entre seus adoradores. Um exemplo é a bacante, festa dedicada a Baco, deus do vinho.

A mitologia greco-romana tem muitas contribuições espalhadas por todo o mundo. Suas lendas, histórias e divindades são lembradas e estudadas até hoje, servindo como tema de muitas pesquisas distribuídas em todas as áreas de estudo, como por exemplo, a matemática e filosofia, ambas originárias da Grécia. Na arte é bastante comum ter a mitologia como pano de fundo para as mais variadas obras. Michelângelo e Rafael foram artistas que retrataram a mitologia greco-romana em suas obras.

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ORIGEM E FUNÇÃO DO MITO

Por Paula Perin dos Santos

O mito surge a partir da necessidade de explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções e finalidade, os poderes do divino sobre a natureza e os homens. Ele vem em forma de narrativa, criada por um narrador que possua credibilidade diante da sociedade, poder de liderança e domínio da linguagem convincente, e que, acima de tudo, “jogue para a boca do mito” o que gostaria de impor, mas adequando a estrutura do mito de uma forma que tranqüilize os ânimos e responda às necessidades do coletivo.

É o narrador quem constrói o esquema do mito, porém ele só nasce e se consolida a partir da aceitação coletiva, ou seja, o mito só existe quando ele cai no senso-comum. É ele quem dá a vida ao mito.

O mito possui três funções principais:

1. Explicar – o presente é explicado por alguma ação que aconteceu no passado, cujos efeitos não foram apagados pelo tempo, como por exemplo, uma constelação existe porque, há muitos anos, crianças fugitivas e famintas morreram na floresta, mas uma deusa levou-as para o céu e transformou-as em estrelas.

2. Organizar – o mito organiza as relações sociais, de modo a legitimar e determinar um sistema complexo de permissões e proibições. O mito de Édipo existe em várias sociedades e tem a função de garantir a proibição do incesto, por exemplo. O “castigo” destinado a quem não obedece às regras funciona como “intimidação” e garante a manutenção do mito.

3. Compensar – o mito conta algo que aconteceu e não é mais possível de acontecer, mas que serve tanto para compensar os humanos por alguma perda, como para garantir-lhes que esse erro foi corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada da Natureza e do meio que a cerca (Chauí, p. 162).

O pensamento mítico envolve e relaciona elementos diversos, fazendo com que eles ajam entre si. Depois, ele organiza a realidade, dando um sentido metafórico às coisas, aos fatos. Em terceiro plano, ele cria relações entre os seres humanos e naturais, mantendo vínculos secretos que necessitam ser desvendados. O mito nos ajuda a se acomodar no meio em que vivemos.

Para que o mito sobreviva, é necessário o sacrifício, que ordena nossa visão de mundo. Em várias sociedades, o sacrifício de vidas humanas mantinha as relações com a divindade, com o objetivo de aplacar a ira do supremo. Os hebreus, de acordo com o Velho Testamento, ofereciam em sacrifício o melhor de suas criações, geralmente uma ovelha ou cordeiro, porque eram as vítimas perfeitas – as que não reagiam ao sacrifício, daí a expressão “bode expiatório” (aquele que paga pela culpa do outro). A repetição do sacrifício dá origem ao ritual, que é o mito tornado ação. Com a repetição do ritual, nasce a religião.

Fontes

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática, 2000, p. 161-3.

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