Períodos Históricos

Os cinco períodos históricos 

(Convenção histórica criada por historiadores europeus)

1. Pré-História

Início: surgimento dos primeiros seres humanos

Fim: c. 4.000 a.C. com a  invenção da escrita na  Mesopotâmia.

Característica: não havia escrita. Subdivisões:  Paleolítico, Mesolítico e Neolítico. 

Observação: lítico diz respeito à pedra. Assim Paleolítico ("Pedra Antiga"), Mesolítico ("Pedra Média") e Neolítico ("Pedra Nova").

2. Idade Antiga

Início: c. 4.000 a.C. (Invenção da escrita)

Fim: 476 d.C. com a queda do Império Romano no Ocidente

Característica: primeiras civilizações como: egípcios, mesopotâmicos, gregos e romanos.  Escrita, leis, cidades e Estados organizados. 

3. Idade Média

Início: 476

Fim: 1453 (queda de Constantinopla).  Alguns historiadores usam  1492  (chegada dos  europeus à  América)

Característica: marcada pelo feudalismo, forte influência da Igreja e formação dos reinos europeus.

4. Idade Moderna

Início: 1453 ou 1492

Fim: 1789 com a Revolução Francesa.

Característica: período das grandes navegações, do absolutismo e do Renascimento.

5. Idade Contemporânea

Início: 1789

Fim: até os dias atuais.

Característica: revoluções industriais, guerras mundiais e o mundo atual.

Em que período se encaixa René Descartes?

René Descartes se encaixa na Idade Moderna. Por quê? Ele viveu entre 1596 e 1650. A Idade Moderna vai, de forma geral, de 1453 a 1789. Descartes está ligado a características centrais desse período, como: o Renascimento científico, o racionalismo, a valorização da razão e do método científico. Ele é considerado um dos pais da Filosofia Moderna, famoso pela frase: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum).

Como Descartes rompe com a Filosofia Medieval

A filosofia medieval era marcada principalmente pela escolástica, que: colocava a fé e a autoridade da Igreja como ponto central; valorizava autores antigos (como Aristóteles) quase sem questionamento; buscava conciliar fé e razão.

Descartes rompe com isso ao afirmar que: a razão humana, sozinha, pode alcançar verdades seguras; não se deve aceitar nada como verdadeiro sem questionar; o conhecimento deve partir do sujeito que pensa, não da tradição.

Descartes propõe um método racional, baseado em quatro regras: 1. Dúvida metódica: duvidar de tudo o que pode ser falso. 2. Análise: dividir os problemas em partes menores. 3. Síntese: ordenar os pensamentos do simples ao complexo. 4. Enumeração: revisar para não cometer erros.

Com isso, ele chega à primeira certeza: “Penso, logo existo” (Cogito, ergo sum).

Importância para a Filosofia Moderna. Descartes: inaugura o racionalismo moderno; coloca o sujeito pensante no centro do conhecimento; influencia profundamente a ciência moderna, a matemática e a filosofia posterior. Por isso, ele é chamado de pai da Filosofia Moderna.

A Idade Moderna avança sobre a Idade Contemporânea?

Essa sensação é normal — e acontece por dois motivos principais: histórico e conceitual.

1. A divisão das “idades” é artificial. As idades históricas não são muros, são convenções criadas por historiadores para organizar o estudo do passado. Na realidade: não existe um “dia” em que a Idade Moderna acaba e a Contemporânea começa; ideias, costumes e estruturas continuam por muito tempo, mesmo após as datas simbólicas. A Revolução Francesa (1789) é um marco didático, não um corte real.

2. Muitas características modernas continuam existindo. A Idade Moderna cria bases que a Idade Contemporânea apenas aprofundou:

Ciência racional: (Moderna — surge; Contemporânea — se expande)

Capitalismo: (Moderna — se forma; Contemporânea — se consolida)

Estado moderno: (Moderna — nasce; Contemporânea — se transforma)

Individualismo: (Moderna — aparece; Contemporânea — se intensifica)

3. O Iluminismo é um bom exemplo. O Iluminismo nasce na Idade Moderna (século XVIII). Suas ideias (razão, liberdade, progresso) explodem politicamente na Idade Contemporânea. Ou seja:  a ideia é moderna, mas o impacto é contemporâneo.

4. Mudança política ≠ mudança mental. Em 1789 muda o regime político. Mas as mentalidades, valores e formas de pensar demoram décadas ou séculos para mudar. Historiadores chamam isso de longa duração (conceito de Fernand Braudel).

Exemplo 1 — Revolução Francesa 

Antes de 1789 (Idade Moderna): 1) existia o absolutismo monárquico; 2) a sociedade era dividida em estamentos [divisões sociais rígidas]; 3) as ideias do iluminismo criticavam o poder do rei. 

Depois de 1789: 1) absolutismo foi demolido na França; 2) surgem ideias de igualdade, cidadania e direitos; 3) consolidação do Estado liberal.

Atenção: ideias iluministas nasceram na Idade Moderna, porém continuaram influenciando a mundo na Idade Contemporânea. 

Exemplo 2 — Aspectos econômicos 

Idade Moderna: havia o capital comercial , baseado no mercantilismo; forte influência do Estado; lucro pelo acúmulo de metais preciosos. 

Idade Contemporânea:  o capitalismo não acaba mas se transforma; surge o capitalismo industrial; com a Revolução Industrial, a produção passa a ser feita em fábricas; lucro vem principalmente da indústria e dos trabalhadores assalariados.