O Novo Testamento e a Vida Cristã Reformada


O Novo Testamento é a revelação plena do plano redentor de Deus, consumado em Cristo. Ele não substitui o Antigo, mas o cumpre, como o próprio Senhor declarou: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, mas para cumprir” (Mt 5.17). Para o cristão presbiteriano, que confessa a soberania de Deus em todas as coisas e a centralidade das Escrituras, o Novo Testamento é a proclamação da graça de Deus operando na história para a salvação do Seu povo. Temos lido estas palavras como voz viva de Deus ao Seu povo hoje?


Nos evangelhos, encontramos Jesus como o cumprimento de todas as promessas messiânicas. Ele não apenas ensina com autoridade, mas vive o Reino de Deus em ações concretas: curando, perdoando, libertando, acolhendo. Seu chamado continua ecoando: “Segue-me.” Como estamos respondendo a esse chamado? Temos seguido a Cristo com obediência e devoção, ou apenas o conhecemos de nome, sem transformação prática?


O livro de Atos dos Apóstolos nos mostra o início da Igreja, fortalecida pelo Espírito Santo para testemunhar de Cristo ao mundo. Ali vemos uma comunidade viva, perseverante na Palavra, na comunhão e na oração. A missão era clara: fazer discípulos de todas as nações. Nossa igreja local tem refletido esse padrão bíblico? Temos vivido como corpo unido e missionário, ou como grupos isolados, confortáveis e voltados apenas para dentro?


As epístolas paulinas e gerais revelam a doutrina da graça, a ética cristã e a vida em comunidade. Elas afirmam que somos salvos pela fé, mas chamados à santidade. A justificação não é desculpa para a negligência moral, mas fundamento para uma vida nova no Espírito. A vida cristã é vivida em Cristo, por Cristo e para Cristo. Como temos equilibrado fé e obediência? Nossas obras confirmam a fé que professamos?


As cartas também tratam de temas como disciplina na igreja, fidelidade doutrinária, liderança piedosa e edificação mútua. Tais ensinos desafiam a igreja atual a ser zelosa pela verdade, mas também cheia de graça e amor. O zelo reformado pela sã doutrina tem sido acompanhado de humildade e paciência com os fracos na fé? Ou temos caído em uma ortodoxia fria, esquecendo que o amor é o vínculo da perfeição?


Hebreus nos convida a olhar para Cristo como o Sumo Sacerdote eterno e suficiente. Ele é superior aos anjos, a Moisés, ao sacerdócio levítico e aos antigos sacrifícios. Isso nos livra de todo legalismo e aponta para a suficiência de Cristo em todas as coisas. Temos nos alimentado da suficiência de Cristo, ou temos buscado outras seguranças, sejam rituais vazios ou méritos pessoais?


As epístolas de João, Pedro, Tiago e Judas reforçam a importância da perseverança, da vida santa, do amor fraternal e da vigilância contra falsos mestres. Em dias de relativismo moral e doutrinário, somos chamados a permanecer firmes na verdade. Como temos avaliado os ensinos que ouvimos? Estamos atentos às Escrituras, ou sendo guiados por conveniências e discursos populares?


Por fim, Apocalipse nos revela a realidade presente e futura do Reino de Deus. Em meio às tribulações, a Igreja é lembrada de que Cristo reina, julgará com justiça e estabelecerá novos céus e nova terra. A vitória final é certa, não por nossas forças, mas pelo Cordeiro. Diante das lutas diárias, temos vivido com essa esperança viva? Ou temos deixado que o medo, o desânimo e o imediatismo abafem a certeza da glória vindoura?


Nos próximos capítulos, iremos discorrer desta mesma forma a respeito dos livros do Novo Testamento, trazendo suas principais lições e uma pergunta que nos leve a reflexão a todo momento.


Você está preparado (a)? Então avancemos!