📖 7. 1 Coríntios


A primeira carta aos Coríntios foi escrita por Paulo a uma igreja rica em dons, mas marcada por divisões, imoralidades e problemas doutrinários. A cidade de Corinto era cosmopolita e moralmente decadente, e a igreja local refletia muitos dos desafios culturais de seu tempo. Paulo escreve com firmeza pastoral, chamando os crentes à maturidade espiritual. Isso nos ensina que a vitalidade espiritual não se mede apenas por dons e atividades, mas por fidelidade à Palavra e santidade de vida. Será que nossas igrejas estão igualmente confundindo carisma com caráter?


Logo no início, Paulo repreende as facções dentro da igreja — “Eu sou de Paulo”, “Eu de Apolo” — lembrando que Cristo não está dividido. A unidade da igreja não deve estar baseada em líderes humanos, mas em Cristo crucificado. Esse alerta é importante para comunidades presbiterianas, onde a valorização de pastores ou tradições específicas pode facilmente obscurecer a centralidade de Jesus. Temos mantido Cristo como nosso único fundamento e cabeça da igreja?


A cruz de Cristo é apresentada como loucura para os que se perdem, mas poder de Deus para os salvos. Paulo exalta o poder do evangelho, mesmo que pareça simples diante da sabedoria do mundo. Essa ênfase reformada na suficiência da cruz nos questiona: confiamos mais no poder do evangelho puro ou na persuasão humana, na estética ou na performance? O conteúdo da nossa pregação tem sido fiel ou diluído?


Paulo trata de casos graves de imoralidade entre os crentes e chama a igreja à disciplina eclesiástica. Ele ensina que a santidade não é apenas individual, mas também comunitária. A igreja que não zela por seus membros enfraquece o testemunho cristão. Essa doutrina é cara ao presbiterianismo, que mantém conselhos eclesiásticos para cuidado mútuo. Como temos exercido, pessoal e coletivamente, a disciplina com verdade e amor?


Ao falar sobre os dons espirituais, Paulo ensina que o amor é o caminho mais excelente. Os dons devem servir para a edificação do corpo de Cristo, e não para a promoção pessoal. Ele detalha a natureza do amor cristão, que é paciente, benigno, altruísta e eterno. Em comunidades cheias de talentos e atividades, não corremos o risco de esquecer que o amor é o verdadeiro sinal da maturidade espiritual?


O capítulo 15 é um dos mais ricos sobre a ressurreição. Paulo reafirma que Cristo ressuscitou dos mortos como primícias, e que todos os que estão em Cristo também ressuscitarão. Essa doutrina sustenta a esperança cristã e molda nossa ética presente. Cremos verdadeiramente na ressurreição do corpo? Essa esperança impacta nossas decisões e atitudes diárias?


A carta também trata de temas práticos como o casamento, a liberdade cristã, o culto público e a Ceia do Senhor. Paulo mostra que a fé toca todas as esferas da vida. Para o presbiteriano, que valoriza uma teologia que envolve mente, coração e prática, 1 Coríntios é um chamado ao equilíbrio entre fé, santidade e ordem. Temos levado o evangelho para todas as áreas da nossa vida — casa, trabalho, igreja?


Paulo encerra com exortações, planos missionários e saudações fraternas, mostrando que mesmo uma igreja problemática é alvo do cuidado apostólico e do amor de Deus. Isso nos encoraja a perseverar na comunhão, buscando constante reforma segundo as Escrituras. Estamos dispostos a amar, corrigir e edificar nossa igreja local, mesmo diante de suas imperfeições?