đź“– 19. Hebreus


A epístola aos Hebreus é uma profunda exposição da supremacia de Cristo sobre tudo o que o Antigo Testamento representava — anjos, Moisés, sacerdócio levítico e sacrifícios — revelando a plenitude do novo concerto. O autor inicia mostrando que, havendo Deus falado de muitas formas, agora fala por meio do Filho, o resplendor da sua glória e a expressão exata do seu ser. A doutrina da revelação progressiva é clara: o Novo Testamento não nega o Antigo, mas o cumpre. Como temos valorizado o fato de que Deus nos falou por meio do próprio Cristo? Damos ouvidos à Sua Palavra com reverência?


Cristo é apresentado como superior aos anjos, e sua mensagem como mais excelente. Por isso, somos advertidos: “Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?”. Hebreus insiste que a negligência espiritual é grave, e que a fé deve ser constantemente renovada em obediência e temor. Essa mensagem é especialmente relevante para comunidades como a presbiteriana, que prezam pela ortodoxia: temos sido apenas ouvintes da Palavra, ou também praticantes fiéis? A familiaridade com a doutrina tem nos tornado negligentes?


O autor desenvolve, então, o argumento de que Cristo é maior que Moisés e que sua obra nos introduz em um descanso superior — não o de Canaã, mas o eterno. A incredulidade dos antigos hebreus é usada como alerta: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração”. Hebreus é uma carta que exige resposta urgente. Quantas vezes adiamos a obediência? Estamos atentos ao “hoje” de Deus, ou vivendo na procrastinação espiritual?


A carta apresenta Cristo como o Sumo Sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque, que oferece um sacrifício perfeito e entra no Santo dos Santos celeste. Essa teologia do sacerdócio de Cristo é central para a fé reformada: não precisamos mais de mediações humanas ou rituais levíticos, pois temos acesso direto a Deus por meio de Cristo. Vivemos com essa confiança? Ou ainda buscamos seguranças externas, ignorando o pleno acesso que temos ao Pai?


Um dos pontos altos da carta é a ênfase na nova aliança, estabelecida sobre promessas superiores e gravada nos corações. O sacrifício de Cristo é único, eficaz e definitivo. Diferente dos sacrifícios repetidos, sua oferta nos santifica completamente. A doutrina da justificação pela fé é aqui resplandecente. Temos descansado na obra consumada de Cristo? Ou lutamos por aceitação com base em méritos ou tradições?


Hebreus também é conhecido por suas advertências severas: apostatar da fé é trágico e real. Há exortações claras contra a indiferença, contra o abandono da comunhão e contra o pecado persistente. “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.” No entanto, também há consolo: Deus disciplina os filhos a quem ama. Estamos levando a sério o chamado à perseverança? Ou tratamos com leviandade a fé que professamos?


O capítulo 11 é um monumento à fé: exemplos de homens e mulheres que confiaram em Deus mesmo sem verem o cumprimento das promessas. Hebreus mostra que a fé verdadeira é perseverante, obediente e esperançosa. Essa galeria de heróis inspira os crentes a correrem com perseverança, olhando para Jesus. Em quem temos fixado nossos olhos? Nossa fé é ativa e corajosa como a daqueles que nos precederam?


O livro termina com apelos à santidade, ao amor fraternal, à obediência aos líderes e à oferta de louvor a Deus por meio de Cristo. Hebreus nos leva a adorar com reverência e temor. O autor ora por uma vida que agrade a Deus em tudo. Como comunidade presbiteriana, temos cultivado uma espiritualidade madura, reverente e viva? Nosso culto expressa essa glória da nova aliança?