📖 6. Romanos


A carta aos Romanos é uma exposição magistral da justiça de Deus revelada no evangelho. Paulo escreve a uma igreja que ele ainda não conhecia, composta por judeus e gentios, e busca explicar de forma sistemática o plano da salvação. A epístola é pedra angular da teologia reformada, sendo essencial para a compreensão da justificação pela fé, da soberania divina e da vida cristã transformada pela graça. Para o cristão presbiteriano, Romanos é um chamado ao aprofundamento da doutrina e à vivência prática da fé.


Paulo começa mostrando que todos pecaram: tanto gentios quanto judeus estão debaixo da ira de Deus, pois todos se desviaram. Isso anula qualquer autoconfiança e nos leva à necessidade de um Salvador. Essa doutrina do pecado universal confronta a cultura atual que relativiza o mal e valoriza a autojustiça. Reconhecemos nossa condição diante de Deus, ou nos sentimos mais justos que outros?


Em seguida, o apóstolo apresenta a doutrina da justificação pela fé: “O justo viverá pela fé”. Por meio da fé em Cristo, o pecador é declarado justo diante de Deus, não por obras, mas por graça. Isso é o cerne do evangelho. Muitos hoje ainda tentam se justificar por méritos ou religiosidade. Nossa fé descansa na obra de Cristo ou na nossa própria performance espiritual?


Paulo ilustra a salvação com o exemplo de Abraão, mostrando que ele foi justificado antes da circuncisão. Isso mostra que a salvação é pela fé, e não por ritos. Isso nos ensina a valorizar os sacramentos como sinais da graça, não como meios de justificação. Compreendemos o lugar da fé e dos sacramentos na vida cristã de maneira equilibrada?


O capítulo 6 traz a doutrina da santificação: justificados, morremos para o pecado e vivemos para Deus. A graça não é licença para pecar, mas poder para viver em novidade de vida. Para o presbiteriano, que valoriza a ética e o caráter cristão, essa é uma verdade transformadora. Temos vivido como mortos para o pecado e vivos para Deus?


Os capítulos 9 a 11 tratam da soberania de Deus na eleição. Paulo afirma que Deus escolhe segundo Sua vontade, não segundo méritos humanos. Essa doutrina pode parecer dura, mas é profundamente bíblica e confortadora. A salvação pertence ao Senhor. Aceitamos essa verdade com humildade ou resistimos à ideia de que Deus é quem escolhe?


A parte prática da carta (capítulos 12 a 16) mostra que a doutrina conduz à ética. Paulo exorta à renovação da mente, à vida em comunhão, ao amor ao próximo, à submissão às autoridades e à hospitalidade. Isso nos lembra que a teologia deve transformar a vida. Estamos vivendo o evangelho de forma prática, coerente com o que cremos?


Romanos termina com uma saudação calorosa e um louvor à sabedoria de Deus. Isso mostra que, mesmo em meio a debates teológicos profundos, a fé cristã é relacional e adoradora. Cultivamos uma teologia que gera adoração e comunhão, ou apenas discussão?