đź“– 2. Marcos


Marcos nos apresenta Jesus como o Servo em ação, o Filho de Deus que veio não para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos. É o evangelho da urgência e do poder de Deus se manifestando de forma concreta e compassiva. Logo no primeiro capítulo, Jesus é batizado, tentado e já inicia Seu ministério. Isso nos mostra que o Filho de Deus está plenamente engajado na missão para a qual veio ao mundo. Em nosso cotidiano, temos imitado essa prontidão e disposição para servir?


A autoridade de Jesus se revela por meio de Suas palavras e ações: Ele ensina com clareza, repreende espíritos imundos, cura doenças e perdoa pecados. Tudo isso aponta para o fato de que o Reino de Deus está presente, avançando contra as trevas. Essa autoridade não é arrogante, mas cheia de misericórdia. Isso nos leva a perguntar: temos reconhecido e nos submetido à autoridade de Cristo em todas as áreas da nossa vida, ou apenas em partes selecionadas?


Marcos também revela um Messias que não se encaixa nas expectativas populares. Ele cura, mas proíbe a divulgação; faz milagres, mas evita publicidade; aceita a cruz, enquanto os discípulos esperam glória. A cruz, para Jesus, não é um obstáculo, mas o caminho. Essa quebra de expectativa nos confronta: queremos seguir a Cristo com cruz ou apenas com conforto? Qual é a nossa disposição para sofrer por amor ao evangelho?


O discipulado, em Marcos, é profundamente desafiador. Jesus deixa claro que seguir a Ele exige renúncia, cruz e perseverança. O verdadeiro discípulo deve perder a vida por amor a Cristo. Esse chamado ressoa especialmente forte para o presbiteriano, que valoriza o senhorio de Cristo sobre toda a vida. Temos vivido como discípulos comprometidos, ou apenas como simpatizantes ocasionais do evangelho?


Mesmo os discípulos mais próximos de Jesus frequentemente demonstram falta de entendimento e fé. Pedro o repreende, Tiago e João pedem honra, todos o abandonam. No entanto, Jesus os corrige, ensina e restaura. Essa dinâmica reforça a paciência e a soberania do Salvador. Reconhecemos com humildade nossa própria fragilidade espiritual, ou ainda confiamos demais em nossa maturidade aparente?


A crucificação, em Marcos, é apresentada como o ápice da revelação de quem Jesus é. O centurião romano, um pagão, é quem declara: “Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus.” A cruz é o trono do Rei-Servo. Esse momento nos convida a ver a glória de Deus na fraqueza e a redenção no sofrimento. Temos cultivado uma teologia da cruz, ou preferimos uma fé triunfalista?


A ressurreição é anunciada às mulheres no túmulo vazio, com a promessa de que Jesus vai adiante dos discípulos para a Galileia. Há um convite implícito à fé e à missão. O final abrupto (em sua forma mais antiga) deixa o leitor em suspense, desafiado a responder: seguiremos o Ressuscitado? Como temos respondido à ressurreição de Jesus na prática de nossa vida diária?


O evangelho de Marcos nos convida a seguir a Cristo com urgência, humildade e fidelidade. Ele nos apresenta um Salvador poderoso e compassivo, que vence por meio do sofrimento. O cristão presbiteriano encontra aqui um retrato da missão que exige entrega, dependência do Espírito e compromisso com a cruz. Temos vivido essa fé com coragem, ou nos contentado com a segurança de uma religião domesticada?