📖 5. Atos dos Apóstolos


Atos dos Apóstolos é a narrativa do início da Igreja cristã, a partir da ascensão de Jesus e da vinda do Espírito Santo no Pentecostes. Lucas, o autor, apresenta a continuação do que Jesus começou a fazer e ensinar, agora através dos apóstolos e da ação poderosa do Espírito. O livro é uma ponte entre os Evangelhos e as Epístolas, mostrando como o evangelho rompe barreiras culturais e geográficas. Para o presbiteriano, que entende a missão da Igreja como continuidade da obra de Cristo, Atos é fundamento e inspiração.


O Pentecostes marca o início da nova era do Espírito. Os discípulos, antes temerosos, tornam-se testemunhas ousadas. A promessa de Joel se cumpre: o Espírito é derramado sobre toda carne. Isso inaugura a missão global da Igreja, movida não por estratégia humana, mas por capacitação divina. Temos vivido essa realidade? A Igreja hoje ainda depende do Espírito para agir ou se apoia mais em métodos e estruturas?


A pregação apostólica é centrada na ressurreição de Cristo. Pedro, Estêvão, Paulo e outros proclamam que Jesus crucificado foi exaltado como Senhor e Salvador. Essa mensagem provoca conversões, mas também perseguições. A Igreja cresce em meio a oposições, impulsionada pela convicção de que Cristo reina. Que lugar ocupa a ressurreição em nossa fé prática? Proclamamos a vitória de Cristo mesmo em ambientes hostis?


A comunhão da Igreja primitiva é marcada por simplicidade, partilha, oração e ensino dos apóstolos. Não era uma comunidade perfeita, mas vivia de modo contracultural. Essa vida em comunidade é um modelo desafiador para as igrejas locais hoje: cultivamos uma vida de mutualidade e serviço ou apenas frequentamos cultos de forma isolada?


A expansão missionária rompe barreiras étnicas e sociais. A conversão de Cornélio e a missão de Paulo aos gentios revelam que o evangelho é universal. A Igreja é chamada a ser inclusiva, sem abandonar a verdade. Somos uma comunidade acolhedora, que anuncia a graça a todos, ou estamos presos a nossos próprios círculos?


As viagens missionárias de Paulo mostram que a missão é dinâmica, contextual e resiliente. Ele enfrenta prisões, naufrágios, rejeições, mas permanece firme. Essa dedicação nos questiona: até onde estamos dispostos a ir por amor a Cristo? O evangelho é nossa prioridade?


A liderança na Igreja é plural e comprometida com a oração e a Palavra. Vemos presbíteros sendo escolhidos, decisões sendo tomadas em concílios (como em Atos 15), e uma constante submissão à direção do Espírito. Isso ecoa o governo presbiteriano e nos lembra da importância da comunhão, da representatividade e da submissão mútua.


Atos termina com Paulo preso, mas o evangelho “sem impedimento”. Isso reforça que, ainda que os homens sejam limitados, a Palavra de Deus não está algemada. Estamos conscientes de que o evangelho é maior que qualquer estrutura? Nosso compromisso está com a missão, ou com nossas zonas de conforto?