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É a entidade fictícia que narra os acontecimentos. O narrador pode ser classificado quanto à sua presença na ação e quanto à sua posição em relação aos factos que narra.
Presença do narrador
Diz-se que é narrador presente ou participante quando está presente na ação como personagem. No discurso usa pronomes, determinantes e formas verbais da primeira pessoa gramatical (eu, nós, meu, nosso).
“Há alguns anos, no jardim de nossa casa, o meu neto Daniel observava atentamente um caracol. De repente, olhou para mim, e fez-me uma pergunta muito difícil de responder: porque é tão lento o caracol?”
Luís Sepúlveda, História de um caracol que descobriu a importância da lentidão
É um narrador ausente ou não participante quando não desempenha qualquer papel na ação, narrando os acontecimentos sem neles intervir. No discurso usa pronomes, determinantes e formas verbais da terceira pessoa gramatical (ele, seus, eles).
"Finalmente, na antevéspera do Natal, ao fim da tarde, chegou a uma pequena povoação que ficava a poucos quilómetros da sua floresta. Aí foi recebido com grande alegria pelos seus amigos, que ao cabo de tão longa ausência já o julgavam perdido. Um deles hospedou-o em sua casa e emprestou-lhe um cavalo seu, pois o do viajante vinha exausto e coxo. O Cavaleiro pediu notícias daqueles que deixara."
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca
Posição do narrador
Quanto à posição, o narrador diz-se objetivo quando apresenta e enuncia os factos de forma imparcial. É um narrador subjetivo quando, para além de enunciar os factos, os comenta.
Quais são os modos de representação do discurso?