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A formação de palavras pode ocorrer por meio de dois processos principais:
a derivação e a composição.
O que são palavras simples?
São aquelas que são formadas por um único radical.
Ex.: criança
estudar
rico
O que são palavras complexas?
São aquelas que são formadas por derivação (1) ou por composição (2).
Ex.: felizmente (derivação)
fotografia (composição)
1- Derivação
Por afixação: acrescenta-se um afixo à forma de base.
Prefixação: associação de um prefixo a uma forma de base.
Ex.: i + legal > ilegal
Sufixação: associação de um sufixo a uma forma de base.
Ex.: legal + mente > legalmente
Sufixação e prefixação: associação de um prefixo e de um sufixo a uma forma de base.
Ex.: i + legal + mente > ilegalmente
Parassíntese:
Ex.: en + surdo + ecer > ensurdecer
en + surdo > *ensurdo
surdo + ecer > *surdecer
A parassíntese é um fenómeno de derivação que implica a associação simultânea de dois afixos. A palavra não tem significado só com um afixo.
Derivação não afixal: consiste na criação de nomes a partir de um radical verbal.
Ex.: cortar (verbo) > o corte (nome)
regar (verbo)> a rega (nome)
trocar (verbo)> a troca (nome)
abraçar (verbo)> o abraço (nome)
Conversão: a classe da palavra altera-se, mas a sua forma não sofre mudança.
verbo -» nome olhar (verbo) -» olhar (nome)
advérbio -» nome não (verbo) -» não (nome)
2- Composição
Composição morfológica: Consiste na associação de dois ou mais radicais ou de um radical e de uma palavra. Esta associação é feita, quase sempre, através de uma vogal de ligação: -i- ou -o-.
Ex.: herbívoro > radical (herb) + vogal de ligação (i) + radical (voro)
fisioterapia > radical (fisio) + palavra (terapia)
Composição morfossintática: consiste na associação de duas ou mais palavras.
Ex.: homem-aranha
trabalhador-estudante
tira-nódoas
PROCESSOS IRREGULARES DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Além da derivação e da composição (processos regulares), o português dispõe de processos irregulares de formação de palavras. São eles a extensão semântica, os empréstimos, a amálgama, as siglas, a acronímia e a truncação.
Extensão semântica — Consiste na atribuição a uma palavra de um novo sentido ou de uma aceção que anteriormente não tinha.
Exs.: A designação «rato», que se atribuía inicialmente ao animal roedor, refere-se hoje também a uma ferramenta do computador. A palavra «chave» que se referia originalmente ao utensílio que aciona a fechadura de uma porta, passou também a significar «solução», «senha».
Empréstimo — são palavras de outras línguas que entraram numa dada língua e que são comummente usadas pelos seus falantes. O português conta com variadíssimos empréstimos, que foram ou não adaptados à índole da língua.
Exs.: xeque, alface, açúcar (de origem árabe);
realpolitik, leitmotiv, volfrâmio (de origem alemã);
harakiri, biombo, sushi (de origem japonesa).
Amálgama — é o processo de criação de uma nova palavra que resulta do cruzamento ou da fusão de dois vocábulos existentes na língua. No processo da sua construção, um ou ambos os termos sofrem amputações na sua forma.
Exs.: informática = informação + automática
burótica = bureau (escritório) + informática
franglês = francês + inglês
Sigla — é um vocábulo que resulta da redução das palavras de uma expressão às suas iniciais.
Exs.: OMS (Organização Mundial de Saúde)
PJ (Polícia Judiciária)
TSF (telefonia sem fios)
Acronímia — forma-se como a sigla: a partir da redução das palavras de uma expressão às suas iniciais. No entanto, ao contrário da sigla, que se lê soletrando, o acrónimo pronuncia-se como uma palavra.
Exs.: SIDA (síndroma de imunodeficiência adquirida)
TAC (tomografia axial computorizada)
UNICEF (United Nations Children’s Fund)
Truncação — consiste na redução de uma palavra, suprimindo-se geralmente as sílabas finais.
Exs.: moto (< motocicleta)
quilo (< quilograma)
otorrino (< otorrinolaringologista)