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Recorda aqui o que são frases simples e complexas.
As frases complexas são formadas através de dois processos: coordenação e subordinação.
As orações subordinadas exercem uma função sintática relativamente às orações subordinantes. Tal função sintática pode ser a de sujeito, complemento direto, complemento indireto ou complemento preposicional.
Tendo em conta a natureza dessa função, podemos classificar as orações subordinadas em três tipos:
1. Orações subordinadas adverbiais
2. Orações subordinadas substantivas
3. Orações subordinadas adjetivas
1. As orações subordinadas adverbiais desempenham a função típica dos advérbios (função de modificador verbal) e exprimem diferentes ideias — de tempo, de causa, de finalidade, de condição, de concessão, de consequência e de comparação. Subdividem-se em:
1.1. Orações subordinadas adverbiais temporais – São orações que exprimem uma ideia de tempo, por intermédio de uma conjunção ou locução subordinativa temporal (quando, antes de, depois de, sempre que, etc.):
Quando cheguei à sala, a aula já tinha começado.
1.2. Orações subordinadas adverbiais causais – São orações que exprimem a causa da situação descrita na oração subordinante, por intermédio de uma conjunção causal (porque):
Faltei à aula, porque saí muito tarde de casa.
1.2.1. Orações subordinadas adverbiais causais explicativas – São orações que exprimem a justificação ou explicação do motivo da enunciação expressa na primeira oração, por intermédio de uma conjunção explicativa (pois, porque, que):
Deve ter chovido, pois as ruas estão molhadas.
Despacha-te, que estamos atrasados!
1.3. Orações subordinadas adverbiais finais – São orações que exprimem uma finalidade, por intermédio de uma conjunção ou locução subordinativa final (para, para que, a fim de, etc.):
Saí mais cedo de casa, para poder assistir à aula.
1.4. Orações subordinadas adverbiais condicionais – São orações que exprimem uma condição, por intermédio de uma conjunção ou locução subordinativa condicional (se, a menos que, no caso de, etc.):
Se tivesse saído mais cedo, teria ido à reunião.
1.5. Orações subordinadas adverbiais concessivas – São orações que exprimem uma concessão, uma oposição, por intermédio de uma conjunção ou locução subordinativa concessiva (embora, apesar de, ainda que, etc.):
Embora tivesse chegado atrasado, pude assistir à reunião.
1.6. Orações subordinadas adverbiais consecutivas – São orações que exprimem uma consequência, por intermédio de uma locução subordinativa consecutiva (tanto… que, tão… que, de tal modo…que):
Saí tão tarde do trabalho, que já não consegui ir à reunião.
1.7. Orações subordinadas adverbiais comparativas – São orações que exprimem uma comparação, por intermédio de uma locução subordinativa comparativa (mais…do que, menos…do que, melhor…do que, pior…do que, tão…como, etc.):
Esta reunião correu melhor do que a anterior (correu).
2. As orações subordinadas substantivas desempenham as funções típicas dos nomes (função de sujeito, complemento direto, indireto, etc.). Tradicionalmente designadas integrantes, subdividem-se em:
2.1. Orações subordinadas completivas verbais – São orações introduzidas pelas conjunções subordinativas que, se e para e completam o sentido de um verbo:
O João julga que vai receber o prémio.
O João não sabe se pode sair mais cedo.
O João pediu para sair mais cedo.
2.2. Orações subordinadas completivas nominais – São orações introduzidas pelas conjunções que e se e completam o sentido de um nome:
O João tem a certeza de que vai receber o prémio.
2.3. Orações subordinadas completivas adjetivais – São orações introduzidas pela conjunção que e completam o sentido de um adjetivo:
O João está convencido de que vai receber o prémio.
3. As orações subordinadas adjetivas desempenham as funções típicas dos adjetivos. As orações adjetivas podem ser relativas ou gerundivas.
Designam-se relativas por se construírem com subordinadores relativos (pronomes ou advérbios), os quais implicam uma relação de correferência com um antecedente de que dependem. Assim, por exemplo, na frase:
As revistas que estão no cesto são para deitar fora.
As orações relativas subdividem-se em:
3.1. Orações subordinadas relativas restritivas – São orações introduzidas pelo pronome relativo que e têm por função delimitar o universo de seres representado pelo nome que antecede o relativo. Nunca podem ser separadas por vírgulas:
Os alunos que tiverem boa nota receberão uma bolsa de mérito.
3.2. Orações subordinadas relativas explicativas – São orações introduzidas pelo pronome relativo que e têm por função fornecer um esclarecimento adicional acerca do nome que antecede o relativo. São sempre separadas por vírgulas:
O João, que é o melhor aluno da turma, recebeu uma bolsa de mérito.
ORAÇÕES SUBORDINADAS
As orações subordinadas distinguem-se das orações coordenadas por dependerem de uma oração subordinante, e podem ser adverbiais, substantivas ou adjetivas, conforme a função sintática que desempenham.
Nos anos anteriores, já aprendeste as orações subordinadas adverbiais e adjetivas e as orações subordinadas substantivas completivas. No 9.º ano vais ainda aprender as orações subordinadas substantivas relativas.
Orações subordinadas adverbiais
As orações subordinadas adverbiais classificam-se de acordo com o tipo de conjunções ou locuções conjuncionais subordinativas que as introduzem. Podem aparecer antes ou depois da oração subordinada.
Orações subordinadas adverbiais causais – indicam um motivo/causa
Conjunções/locuções: porque, como (utilizada apenas no início da frase), pois que, já que, uma vez que, visto que, …
O João está doente porque bebeu leite estragado.
Como bebeu leite estragado, o João está doente.
Orações subordinadas adverbiais temporais – acrescentam uma circunstância de tempo
Conjunções/locuções: quando, enquanto, logo que, depois de, antes de, mal, até que, assim que, …
O João ficou aflito quando viu a agulha.
Quando viu a agulha, o João ficou aflito.
Orações subordinadas adverbiais condicionais – apresentam uma condição
Conjunções/locuções: se, caso, salvo se, sem que, se não, desde que, a menos que, a não ser que, …
Não estaria doente se não tivesse bebido leite estragado.
Se não tivesse bebido leite estragado, não estaria doente.
Orações subordinadas adverbiais finais – indicam a finalidade
Conjunções/locuções: para, para que, a fim de, …
A enfermeira tirou sangue para fazer análises.
Para fazer análises, a enfermeira teve de tirar sangue.
Orações subordinadas adverbiais comparativas – estabelecem uma comparação
Conjunções/locuções: como, assim como, tão… como, tal como …
O João estava nervoso tal como esteve quando foi ao dentista.
Assim como o João, também a mãe estava preocupada.
Orações subordinadas adverbiais consecutivas – indicam uma consequência
Conjunções/locuções: que, tão… que, tanto… que, de tal modo… que, …
A enfermeira foi tão cuidadosa que o João não sentiu nada.
Orações subordinadas substantivas
As orações subordinadas substantivas podem desempenhar várias funções sintáticas.
As orações subordinadas substantivas completivas, geralmente, desempenham a função de complemento direto e são introduzidas por conjunções ou locuções conjuncionais.
Por sua vez, as orações subordinadas substantivas relativas podem desempenhar mais funções sintáticas e são introduzidas por palavras relativas sem antecedente.
Orações subordinadas substantivas completivas – completam com o que foi dito, prometido, perguntado, pedido, etc…
Conjunções/locuções: que, se, para, …
Ele disse que está feliz.
Ele perguntou se queria um gelado.
Ele pediu para ir ao cinema.
Orações subordinadas substantivas relativas (sem antecedente) – podem desempenhar as funções sintáticas de sujeito, complemento direto, complemento indireto, predicativo do sujeito ou modificador do grupo verbal, e são introduzidas por palavras relativas
Palavras relativas: o que, quem, onde, quanto
Quem cala consente.
Já vi o que está a dar na televisão.
Eu agradeci a quem me deu os parabéns.
Aquele restaurante não foi onde fiz o meu aniversário.
Escondi a prenda onde disseste.
Orações subordinadas adjetivas
As orações subordinadas adjetivas classificam-se conforme se estão entre vírgulas ou não. Podem aparecer no meio ou depois da oração subordinada, e são introduzidas por palavras relativas (pronomes relativos, determinantes relativos e advérbios relativos).
Orações subordinadas adjetivas relativas explicativas – desempenham a função de modificador do nome apositivo
Palavras relativas: que, cujo, onde
Eu jogo andebol, que é muito interessante.
O pavilhão, que vi pela primeira vez, é muito grande.
Orações subordinadas adjetivas relativas restritivas – desempenham a função de modificador do nome restritivo
Palavras relativas: que, cujo, onde
A rapariga que está ao lado do João é minha irmã.
Eu li um livro que foi escrito por Saramago.
E agora experimenta responder aos exercícios! Verás como a tua pontuação será cada vez melhor!