--- Western Union Telegraph Co. ---
( Atualizado em: 01/10/2024 )
A Western Union foi fundada em Rockester, Nova Iorque, em 1851, com o nome de "The New York and Mississippi Valley Printing Telegraph Company".
Depois de Jeptha Wade ter adquirido uma série de empresas da concorrência, a empresa mudou o nome para Western Union Telegraph Company, em 1856, após a insistência de Ezra Cornell (um dos fundadores da Universidade de Cornell) para que o nome da empresa refletisse a união das linhas telegráficas que iam "de costa a costa".
E assim, em 1861, a Western Union completou a primeira linha telegráfica transcontinental. Em 1865 fundou a companhia Telégrafo Russo Americano, numa tentativa de unir a América com a Europa. Esta linha passava pelo Alasca, Sibéria e finalmente chegava a Moscovo.
Em 1871 a empresa introduziu o seu serviço de transferência de dinheiro, com base na sua extensa rede de telégrafos.
Em 1879, a Western Union saiu do negócio de telefonia depois de perder uma disputa de patentes com a Bell. Como o telefone estava começando a substituir o telégrafo, a transferência de dinheiro passou a ser o seu principal negócio.
A partir de 1974 a Western Union tornou-se a primeira empresa de telecomunicações da América a manter a sua própria frota de satélites de comunicações geoestacionários.
Devido à diminuição dos benefícios e das dívidas, a Western Union começou lentamente a desfazer-se das telecomunicações a partir do início da década de 1980. E graças à desregulamentação no momento, a empresa começou a enviar dinheiro para fora do país.
In Wikipédia
--- Western Union Telegraph Co., na Horta ---
A Western Union aderiu ao negócio dos cabos ainda na penúltima década do século XIX e operava a maior parte das antigas ligações entre a Nova Escócia e o nó de Waterville, na Irlanda. O tráfego nos E.U.A era canalizado para a estação de Hammels, e daí para Rockway Beach, New York.
Quando a Commercial Cable entrou na concorrência do tráfego transatlântico, a WU foi uma das companhias que constituíram a “pool” e iniciaram a guerra das taxas (rate war). Estava-se então em 1888. Curiosamente, quarenta anos depois, as duas companhias iriam compartilhar um espaço comum - a “joint station” da central de cabos da Horta.
No início dos anos 20, tanto a CCC e com a WU estavam empenhadas numa luta com objetivos semelhantes: a primeira intentava o reforço da sua rede nos Açores, à margem do controlo da companhia inglesa, por esta, em princípio já ter ultrapassado os limites da exclusividade que lhe fora garantida pelo Governo português em 1899; a segunda pretendia direitos de amarração na Horta duma ligação Continente Americano-Europa, com acesso à América do Sul.
As negociações arrastam-se e, em 1921, o Governo português cede às solicitações da WU assinando um primeiro contrato com data de 8 de julho, dependendo a sua ratificação do Parlamento, para entrar em vigor. A diplomacia inglesa tenta, a todo o custo, evitar a assinatura definitiva do contrato, “exigindo” a manutenção das condições de negociação de 1899, e não abrindo mão do monopólio do tráfego da América do Sul.
A situação acaba por se resolver, em finais de 1923, com um entendimento entre a diplomacia americana e os ingleses, à revelia do Governo português, com largas vantagens para a companhia inglesa, que admite como em anteriores, em regime de sua subconcessão, a entrada para a estação da Horta de mais um concorrente. O texto definitivo do contrato é formalizado a 15 de março de 1924.
Com a sua vinda para os Açores, uma nova companhia vai surgir em cena – a Italcable, para a qual a Western Union transferira os seus direitos em relação a uma ligação Horta-Málaga-Roma. O terminal desse cabo ligaria na própria estação da WU e seria operado pelo pessoal da mesma.
Ainda em 1924 são completados os novos lançamentos pelos navios “Colónia” e “Stephan”: ao primeiro coube a tarefa de desenrolar o 1HO (designação do cabo da WU) desde Hammels, na costa dos E.U.A., até à praia de Porto Pim, num total de 2359 nm, completando a amarração a 18 de setembro; o segundo chega à Horta a 30 de outubro para terminar a ligação das 1337 nm do cabo italiano desde a cidade de Málaga, na costa de Espanha.
Dos dois novos condutores submarinos: o 1HO fora fabricado segundo as novas técnicas era do tipo “permalloy” e operava a uma velocidade de 300 letras por minuto com 5 canais “simplex” ou seja só numa direção (não simultaneamente nas duas direções), na altura era o cabo de longa distância mais rápido do mundo; o italiano de conceção mais antiga funcionava com dois canais à velocidade de 260 letras por minuto.
A Western Union iria ainda operar mais um cabo no seu sistema – o novo Horta-Emden da DAT que foi lançado em outubro de 1926. Era de construção e características idênticas ao 1HO o que permitia uma ligação “diret” dos dois terminais. Isto é, o tráfego fluía diretamente no sentido New York-Emden em 4 canais e um terminal na Horta. O mesmo esquema funcionava depois no sentido contrário. Outro tanto não acontecia com o cabo de Málaga onde a passagem das mensagens de um para outro terminal tinha que ter a intervenção dos operadores (manual relay).
Funcionou durante anos um esquema de aluguer de canais à CCC.
Complexo habitacional da WU, em fase de acabamentos (atual Hotel Faial)
"Joint station" onde ficaram instalados os serviços das WU, CCC e DAT
A instalação da Western Union no terreno obedeceu a um plano de grande dimensão principalmente quanto a acomodações para empregados estrangeiros, com messe/residência para solteiros e vivendas para casados, abrangendo toda a extensa propriedade, atualmente património da Açortur, onde funciona o Hotel Faial.
A “joint station” e a “power house” integravam o conjunto de obras a realizar na altura, pela WU. Provisoriamente o edifício ao lado da “Fayal Coal” serviu de estação e nele trabalharam os primeiros empregados estrangeiros e locais. As mensagens destinadas ou recebidas localmente da companhia inglesa eram levadas e trazidas da “Trinity House” por um boletineiro. Só em finais de 1927 aconteceu a mudança para a recém-criada “joint station” que passou para a posse patrimonial da companhia inglesa face às disposições contratuais. As três companhias ocupantes do edifício, CCC, DAT e WU (incluindo a associada Italcable) seriam doravante arrendatárias.
Vista geral (de sudeste)
Vista interior da sala dos operadores da Western Union Telegraph Co.
Postais ilustrados (c.1927) – Station-Relai des Cábles sous-marins – France – Amérique de la Western Union Telegraph Cº, aux iles Açores. Postais comerciais p/ encomenda de cimento à Societé des CIMENTS PORTLAND. Não circulados. (Coleção do autor)
O lançamento do segundo cabo da Western Union, 2HO, culmina a fase ascendente da época dos cabos na Horta ou, por outras palavras, o período de regeneração e melhoria ocorrido na década de 20. A 2 de setembro de 1928, ultimam-se as operações da sua amarração, pelo navio “Dominia”, na altura o maior lança-fios do mundo, que o lançou de Bay Roberts, no Canadá, até junto ao seu antecessor o 1HO, nas proximidades da praia de Porto Pim.
Última palavra em matéria de fabrico de cabos, este além da “considerável” velocidade – 500 palavras por minuto – e duma estrutura tipo “permalloy”, iria permitir a transmissão segundo um sistema inovador – o “multiplex” –, ou seja, a receção e emissão simultânea de várias mensagens no mesmo canal.
A Western Union a partir de finais dos anos 20 conhece um período de franco desenvolvimento com a introdução de melhorias técnicas nos seus circuitos, embora sofrendo também os efeitos da recessão económica mundial da década de 30. Contudo, a maior quebra vem a verificar-se no início da 2ª guerra mundial, com o corte dos cabos alemão e italiano, este último desviado de Málaga para Gibraltar, passando a ser operado na Horta pela Cable & Wireless. A estação da WU fica isolada da Europa mantendo apenas as ligações ao continente americano, com reflexos profundamente negativos no pessoal.
Após a guerra vem o regresso à normalidade, e a partir de 5 de agosto de 1947 é restabelecida a ligação do cabo italiano, de novo desviado de Gibraltar para Málaga, e o cabo alemão volta a ser utilizado no serviço comercial por mais alguns anos.
A partir da década de 50 inicia-se, a nível mundial, um “boom” de enormes progressos no domínio das telecomunicações que irá tornar obsoletos os cabos submarinos de antiga conceção. De início, são as estações intermédias ou “relay stations” as mais atingidas. Os novos condutores submersos designados por “coaxiais” eram dotados de imensa capacidade de transmissão, incluindo canais telefónicos, e permitiam a incorporação na sua estrutura de amplificadores de sinais, que permitiam a sua ligação entre pontos situados a milhares de milhas de distância, dispensando a função das estações “relay”.
A partir da década de 50 inicia-se, a nível mundial, um “boom” de enormes progressos no domínio das telecomunicações que irá tornar obsoletos os cabos submarinos de antiga conceção. De início, são as estações intermédias ou “relay stations” as mais atingidas. Os novos condutores submersos designados por “coaxiais” eram dotados de imensa capacidade de transmissão, incluindo canais telefónicos, e permitiam a incorporação na sua estrutura de amplificadores de sinais, que permitiam a sua ligação entre pontos situados a milhares de milhas de distância, dispensando a função das estações “relay”.
"Operating room" da WU (1960)
A 24 de julho de 1954 a Italcable reforça a sua posição nos Açores celebrando novo contrato com o Governo português, e dois anos depois a Western Union revalida também os seus interesses na Horta até 1967. Já com a designação de Western Union Internationale Incorporated, desde 1964, e pelas razões apontadas, a WU cessa as suas atividades na Horta nos últimos meses de 1966.
Bibliografia:
Carlos M. Ramos da Silveira. O Cabo Submarino e outras crónicas faialenses. Núcleo Cultural da Horta, 2002
--- Correspondência endereçada a Robert A. Mackey, funcionário da Western Union Telegraph Co. ---
O "Staff" da Western Union, em 1949. Onde o terceiro sentado da esquerda para a direita é Robert A. Mackey.
Sobrescrito remetido de Krásno nad Becvoua, Checoslováquia (12.10.1936), de Robert M. Huber. Registado com o nº 14, transitou por Lisboa (21.10.1936), sendo recebido na Horta (30.10.1936). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de San Salvador, El Salvador (24.03.1937), de Enrique Patiño. Registado com o nº 1321-28, transitou por New York (08.04.1937), sendo recebido na Horta em ABR.1937. Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de Brawley, California, EUA (18.02.1946), de Hugh Shive. Foi recebido na Horta (03.04.1946). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de Washington, D.C., EUA (14.03.1947). Foi recebido na Horta (07.04.1947). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de San Cristobal, Venezuela (14.06.1947), da Hacienda Rio Frio, San Cristobal, Venezuela. Transitado por Lisboa. Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de Brawley, California, EUA (13.10.1947). Registado com o nº 2298. Transitado por New York (17.10.1947) e Ponta Delgada (24.11.1947). Foi recebido na Horta (02.12.1947). Correio Aéreo.
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Sobrescrito remetido de Stendal, Russ - Zone, Alemanha (16.10.1948), de Robert Blumentritt. Registado com o nº 987, transitou por Lisboa (04.10.1948), sendo recebido na Horta (16.10.1948). Correio Aéreo.
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Sobrescrito remetido de Thika, Kenya (14.05.1949), de M. N. Pandit. Registado com o nº 305, transitou por Nairobi (14.05.1949), New York (17.05.1949), Aeroporto de Santa Maria (19.05.1949) e Angra do Heroísmo (20.05.1949), sendo recebido na Horta (25.05.1949). Correio Aéreo.
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Sobrescrito remetido de Thika, Kenya (16.06.1949), de M. N. Pandit. Registado com o nº 993, transitou por Nairobi (16.06.1949), Aeroporto de Santa Maria (26.06.1949) e Angra do Heroísmo (28.06.1949), sendo recebido na Horta (30.07.1949). Correio Aéreo.
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Sobrescrito remetido de Thika, Kenya (25.06.1950), de M. N. Pandit. Registado com o nº 219, transitou por Nairobi (26.06.1950), Aeroporto de Santa Maria (31.10.1950) e Angra do Heroísmo (31.10.1950), sendo recebido na Horta (17.11.1950). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de Malacca, Malásia (03.08.1950). Registado com nº 4703. Transitou por Singapore (04.08.1950), Aeroporto de Santa Maria (07.09.1950) e Angra do Heroísmo (08.09.1950). Foi recebido na Horta (13.09.1950). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de Hong-Kong (30.11.1950). Transitou por Lisboa (25.01.1951). Foi recebido na Horta (FEV.1951). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de North Plainfield, N.J., EUA (29.12.1951). Registado c/ nº 8055. Transitou por New York (29.12.1951), Aerpto. Sta. Maria (1.JAN.52) e Ponta Delgada (2.1.52). Foi recebido na Horta (16.1.52). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de New York, Estados Unidos (12.01.1952), de Jack Andrews. Transitou pelo Aeroporto de Santa Maria (22.01.1952). Correio Aéreo.
Sobrescrito remetido de Kimberley, África do Sul (24.06.1952), endereçado a R. A. Mackey, funcionário da Western Union Telegraph Co., Horta, Faial.Transitou pelo Funchal (22.07.1952). Porteado em T 3 1/2 c. Correio Aéreo.