Quando soube que o IFSC ofertaria um curso só para mulheres do campo, foi logo convidar duas amigas para que juntas encarassem esse desafio pela segunda vez. O desejo de ajudar as colegas a esquecerem os problemas e a depressão, a vontade de evoluir sempre mais, de conhecer coisas novas, foram mais forte do que a vontade de ficar no sofá.

"Então, foi assim, a gente nem sabia se ia dar conta disso. Então, foi uma maneira também de colaborar com elas e melhorar juntas. Eu quis participar porque a gente queria evoluir um pouco mais, no sentido de não ficar muito de casa, parada, e eu queria conhecer mais coisas, conquistar outras coisas que fossem importantes. Então, como eu também não tinha uma companhia, convidei minhas amigas. Eu gosto de vir aqui no curso, é muito bom, eu ajudo as colegas e isso me faz bem.

Além do sentimento de inclusão, ela aprendeu o que é economia solidária, ações de cooperativas e associativismo, também sobre o feminismo.

A troca de experiências trouxe saberes populares: "Claro, nesse sentido a gente usa porque onde a gente está a gente sempre transmite, alguma coisa daquilo que a gente vivenciou."

O desafio de aprender informática no curso foi superado e essa mulher de 73 anos deixa um recado às parceiras. Para Maria Helena, as mulheres ainda são muito dependentes dos homens, precisam se libertar do machismo, elas precisam do seu trabalho, do seu carro e da sua autonomia.