Bernardina e o Mulheres Sim

A sensação de voltar para a escola, quando comecei o curso para as mulheres, foi maravilhosa! Os professores muito queridos, que ajudam todo mundo e não discriminam ninguém.

O que eu quero do curso é estar integrada com as pessoas, é poder ajudar, porque agora eu sinto que, na sala, eu ajudo as outras mulheres a compreender muitas coisas que elas têm dificuldade. Daí se relacionar com elas, tem as haitianas, daí conversar com elas, a gente aprende a língua delas também... é muito bacana a gente poder ajudar.

Porque eu sei que em cada curso eu aprendo mais e mais. Aqui nós formamos laços de amizade mais fortes. Encontramos outras mulheres, conversamos, brincamos, e isso me ajuda, me deixa feliz. A gente trabalhou muito em grupo, e foi tão legal os grupinhos porque a gente fazia os trabalhos rapidinhos, pra depois poder conversar e discutir os nossos assuntos, era muito legal.

O que aprendeu no programa:

Mudou muito a minha vida, porque eu aprendi a agregar valores ao meu trabalho. Eu muitas vezes vendia e pensava: - A gente mesmo produz, não tem muito gasto… eu não sabia agregar valor no produto pelo meu trabalho. Pensava que era só em somar os gastos que tive e não somava o meu tempo. Tipo a galinha, ela comeu uma bolsa de milho, então vou vender a tanto. E não contava o meu trabalho. Aí, com a explicação do professor Cherilo de que tem que agregar outros valores ao que vamos vender, agora eu faço a conta e acrescento quantas horas a gente trabalhou para produzir aquilo.

Então, agregou valores e houve a valorização da qualidade por ser produto orgânico, eu não me preocupava com isso. Eu ia no mercado, olhava o valor e vendia por aquele preço do mercado, mas daí eu comecei a pensar: - Não! O meu é orgânico e o professor falou que tem que agregar valores… e fui fazendo as contas de forma diferente. Então, me ajudou muito.

Em que o programa mais ajudou:

Quando a gente começou o curso este ano (2019) tinha várias companheiras que eu não conhecia, mas algumas que eu já conhecia, embora fizesse uns 20 ou 30 anos que eu não tinha mais contato com elas. Daí a gente começou a conversar e se reencontrou: "Você é fulana, casada com fulano? Daí veio a recordação dos tempos lá de quando a gente casou, tinha os bebês pequenos. Então, essa integração faz muito bem pra gente, é uma coisa muito legal que faz com que a gente se sinta bem. De poder reencontrar as pessoas e ver que elas estão bem. E por exemplo: aqui no curso tem várias pessoas bem sofridas né. Lutaram pra sobreviver e hoje estão bem, lutaram pra se aposentar. Então a gente fica feliz por elas. E é tão bom! A gente se sente bem né!