Joana e o Mulheres Sim

Joana participou da segunda turma do programa Mulheres Mil em 2012, e em 2017 no Mulheres Sim, este voltado às mulheres do campo.

Participar de um programa voltado à mulheres pela segunda vez, em 2017 foi uma provocação que ela prontamente aceitou.

Foi uma satisfação trazer as antigas companheiras para a sala de aula, assim como encontrar outras mulheres e ali fazer novas amizades.

Além de trocar experiências e se fortalecer enquanto grupo e liderança feminina, essas mulheres também aprenderam a fazer panificação.

E os cálculos? Hum… fazem parte do aprendizado, mulheres independentes precisam saber sobre: As contas de porcentagem, como fazer a porcentagem?

Os juros de quando a gente for comprar numa loja que é em tantas prestações para fazer o cálculo do juro pra a gente tá pagando quando compra uma calça no crediário, ele fez de forma prática e bem simples de fazer as contas que a gente conseguia entender. As aulas de cooperativismo também, foi bem interessante, o professor Cherilo, ensinou o que é uma cooperativa de crédito, foi bem esclarecedor, ensinou que seria possível crédito para microempreendedor, se quisesse empreender. A delegada Joelma falou da questão da não violência, como evitar a violência, como prevenir e assim, a importância da solidariedade com as que sofrem e nesse lado foi bom. Com a professora Noeli de artesanato, a gente aprendeu umas coisas diferentes e foi bem interessante, assim. Ela fez uma reciclagem com CD, com fuxico fazer fuxico, uma árvore-de-natal, ela assinou também fazer uma bolsa que era só amarrada né, com tecido quadrado que a gente fez na prática e ficava bem legal.

Dona Joana, através do Programa Mulheres Sim é possível empoderar as mulheres?

Eu acho que em partes, sim! Porque ele tá dando mais responsabilidade para as mulheres optarem e elas terem uma opção para sair da situação em que se encontram. Só que não é só fazer o curso, tem que colocar em prática. E é uma coisa lenta, quem quer fazer uma ruptura radical na sua vida se quebra. Então às vezes a parte financeira não deixa fazer mudanças imediatas, se não se dá bem com o marido, mesmo assim é obrigada a ficar junto porque não tem outra casa pra morar, nem como se manter. Por isso que eu digo: que a parte financeira decide muito. Porque para que a mulher se liberte daquela humilhação que tá sofrendo, escravidão, se ela não tem o lado financeiro que suporta, ela não consegue. Então depende de várias coisas né. Mas o curso, com certeza, ajuda a despertar a ver outras possibilidades, que tem outros meios de ter renda. Se ela não consegue ter emprego fora de casa, consegue fazer artesanato, consegue produzir pão, com alimentos de qualidade que vai ter comercialização também. Então é um começo para ter uma alta independência, alta suficiência.


Ane Luize De Oliveira!

Obrigada por lembrar das mulheres agricultoras, valeu a tua força ai, por estar incluindo as mulheres do campo, as mulheres que estão lá pensando Só no trabalho, com ideias novas, com pensamentos novos, e empoderamento das mulheres eu acho que valeu muito aquela turma, lembrando, que foi tu que lembrou né. -Vamos convidar uma vez as agricultoras pra ta participando foi bem interessante, foi boa a turma e espero que tenha outras, abraços!

Joana passaram 2 anos desde aquele curso, diga para Ane Luize como está a sua vida hoje?

Como tá minha vida hoje? Corrida, trabalhando cada vez mais, e participando de momentos de discussão, participando de outras palestras, e também falando para outras mulheres né, da importância da libertação, da autonomia, autoestima das mulheres, estamos sempre na luta e levando adiante nossos sonhos, nossos planos e produzindo alimento, cada vez mais alimento com qualidade. Gerando vida!

Joana.

Joana!

Em todos os cursos em que tive o prazer de trabalhar com você, sempre a vi como uma mulher determinada e muito decidida. Faz com que todas as mulheres à sua volta se sintam empoderadas! Você mostra o quão importante é ser uma mulher agricultora, que vem do campo, que sobrevive da terra e que valoriza suas raízes. Você mostra que é sim possível produzir alimentos de maneira simples, orgânica e sustentável. Em 2017, quando entrei em contato contigo falando da minha proposta de fazer naquele ano o projeto do Mulheres Sim só com mulheres da agricultura familiar, você logo apoiou a ideia e foi uma das principais pessoas para que a turma daquele ano fosse formada, falando com cada mulher que encontrava em cada comunidade que visitava. Isso só reforça o quanto você tem um espírito de liderança incrível! Você foi uma das “minhas meninas” daquele ano e com certeza, foi uma destas mulheres incríveis e batalhadoras com quem eu aprendi muito e que tenho o prazer de dizer que viramos amigas.

Ane Luize.