DISLEXIA
O aluno disléxico apresenta um historial de fracassos e de cobranças que o fazem sentir incapaz - motivá-lo, exigirá de nós um grande esforço e disponibilidade.
“Não receie que o seu apoio/atenção vá acomodar ou diminuir a sua responsabilidade - depois de tantos insucessos e fraca auto-estima – é natural que demore mais tempo a reagir e a retomar a confiança em si próprio”.
Como melhorar a auto-estima:
Incentive o aluno a restaurar o confiança em si próprio - valorizando-o e deixando que este se sinta útil;
Realize acertos e não enfatize os erros;
Valorize o esforço e o interesse do aluno;
Não o pressione - pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no momento;
Não deixe que este se sinta incapaz - ajude-o a superar as suas dificuldades;
Respeite o seu ritmo - os alunos com dificuldades de linguagem apresentam problemas ao nível processamento da informação - precisando de mais tempo para pensar e reagir;
Sugestões de actividades:
Estimule a expressão oral;
Fale com clareza e dê instruções/orientações curtas e simples;
Verifique se os TPC foram compreendidos e anotados correctamente;
Ensine e oriente o aluno a organizar-se no tempo e no espaço;
Verifique se o aluno é capaz de ler e compreender o enunciado/questão - se necessário leia-lhe as instruções;
Tenha em conta as dificuldades específicas do aluno e as dificuldades da língua – sempre que corrigir os trabalhos;
Ajude o aluno a aprender - adquirindo hábitos e métodos de trabalho/estudo;
Evite os exercícios repetitivos e numerosos;
Dê explicações de como fazer sempre que possível, posicionando-se ao seu lado;
Utilize o computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao seu nível - crianças com dificuldade de linguagem são mais sensíveis às críticas, e o computador, quando usado com programas que emitem sons estranhos cada vez que a criança erra, só reforçará as ideias negativas que elas tem de si mesmas e aumentará sua ansiedade;
Permita o uso do gravador - para posterior análise/síntese da informação;
Esquematize o conteúdo das aulas sempre que o assunto for muito difícil para o aluno - esquemas claros e didácticos – assim, saberá se está a adquirir os principais conceitos da matéria;
Realize demonstrações e apresente filmes para enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-los – estes, auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual , e a discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar a informação - por exemplo: para explicar a mudança do estado físico da água líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a água fervendo;
Evite que o aluno leia em voz alta perante a turma - ele tem consciência de seus erros e a maioria dos textos do seu nível são difíceis para ele.
Os alunos disléxicos podem ser bem sucedidos numa classe regular - o sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das estratégias usadas.
Avaliação de alunos disléxicos:
As crianças com dificuldades ao nível da linguagem têm dificuldades na realização das fichas de avaliação - não conseguindo ler todas as palavras das questões e não percebendo, na maioria das vezes, o que é solicitado.
Para além disto, apresentam dificuldades em escrever as respostas, a sua escrita é lenta e não conseguem terminar dentro do tempo estipulado.
Aconselhamos que, sempre que elabore, aplique e corrija as avaliações do aluno com dislexia, especialmente as realizadas em sala de aula, adopte os seguintes procedimentos:
Leia as questões/problemas com o aluno, para que ele entenda o que lhe está a ser exigido;
Manifeste a sua disponibilidade para lhe esclarecer todas as dúvidas;
Conceda-lhe o tempo necessário para realizar as fichas de avaliação com calma;
Quando recolher a ficha de avaliação, verifique as respostas -se for necessário - confirme com o aluno o que ele quis dizer e anote as suas respostas;
Durante a correcção, valorize ao máximo a produção do aluno – não esquecendo que, frases aparentemente sem sentido, palavras incompletas ou gramaticalmente erradas não representam conceitos ou informações erradas;
O professor pode e deve realizar avaliações orais.
Se o disléxico não consegue aprender da forma que ensinamos - temos que ensinar da forma que ele aprende.