Entender a arte como uma forma de linguagem universal que tem como objetivo enriquecer a vida do ser humano. Uma arte que nos permite a um só tempo desfrutar o patrimônio imensurável que nos foi deixado pelos grandes compositores da história e ter ampliada a nossa capacidade de perceber e louvar a beleza, a diversidade e a profundidade das emoções humanas. É este propósito que norteia o trabalho diário da violinista russa Svetlana Tereshkova que, em íntima conexão com o seu instrumento, comunica ao público as suas ideias através de uma sonoridade profunda e expressiva, um notável refinamento artístico, originalidade nas suas interpretações e um compromisso inegociável com a excelência.

Nascida na região da Crimeia, Svetlana estudou nas melhores escolas de música do seu país. Na Escola Especial de Música (localizada em Novosibirsk, na Sibéria), na Escola Especial de Música Stolyarsky (em Odessa), no Colégio de Musica de Conservatório Tchaikovsky de Moscou e no Russian Academy of Music Gnesin. Ela se consolidou como uma exímia integrante da escola de violino à qual pertencem gigantes como Leopold Auer, David Oistrakh, Pyotr Stolyarsky e Zakhar Bron. Vencedora de vários concursos regionais desde a infância, Svetlana sagrou-se também campeã, em 1996, no prestigioso Concurso Internacional de Música de Câmara de Moscou.

Ao longo de sua carreira como solista e camerista ela se apresentou principalmente na Rússia, na Ucrânia, na Bulgária, na Itália e no Brasil, país onde reside desde 2001. Foi neste ano que Svetlana passou a integrar o naipe dos primeiros violinos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Ela também participou dos mais importantes ciclos de música de câmara do conjunto em São Paulo a exemplo da série Solistas da Osesp, Oscar Americano, MASP e do Festival de Campos do Jordão. 

Nestes anos, Svetlana participou de grupos de câmara como o Quarteto Portinari, é uma das fundadoras do Art String Quartet e outras formações de música de câmara. Ao longo da sua carreira se apresentou como solista com orquestra de câmara da Osesp, tinha experiência de ser spalla de Orchestra Femminile Europea em 1999, e orquestra de Jundiaí em 2019 e tocou ao lado de grandes músicos como Cláudio Cruz e Emmanuele Baldini.

Svetlana mantém atividade como docente, transmitindo a jovens talentos brasileiros a riquíssima tradição russa no violino. A sua docência por aqui começou em 2004, quando lecionou no Festival de Inverno da Unisinos, no Rio Grande do Sul, e se ampliou a partir de 2007, quando se tornou professora titular de violino na Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp). Em 2015 ela passou a ensinar também música de câmara na entidade.

Para o futuro, Svetlana pretende seguir desbravando novos repertórios em novas formações instrumentais - muitas delas não tão usuais. Também está entre os seus planos pensar em formas de reunir artes diversas em um mesmo concerto, uma mesma experiência para o público.