Suzana Gruber

Quando o movimento emerge com a força dos poucos, 

passa da inércia à localização das emoções sentidas nas vísceras dilaceradas. 

Regorgito fezes adocicadas que cobrem meu corpo flácido como uma mortalha-viva.

Enquanto isso os sapos andam de ré, atritando seus esfincteres fétidos e gosmentos.

A situação é de impotência mediante encenações que invadem os espaços

com golfantes impulsos de sobrevivência, provedoras do ato criativo e destrutivo. 

Sou acometida de contraturas involuntárias na escápula.

Sinto dores. Alguma coisa está a rasgar minhas carnes moles. 

Vejo luzes. Sinto o hálito agridoce de um cavaleiro medieval e mel

escorrendo por entre as pernas. É o sinal.

Chegou o momento prenunciado, marcado por fortes fatores de risco,

próprios dos seres que tem o compromisso de vigiar a vida. 

Só isso. Louco compromisso.