POVOS
(de Durval Filho)
São muitas as raças,
Diferentes os povos,
Etnias, costumes, crenças,
Dentro da panela-de-pressão/MUNDO.
A história, até hoje, repete
Guerras, conflitos.
E o caldo entorna,
Manchando os olhos
De quem pondera.
Pudera ter poder
Para apaziguar a terra em guerra.
UMA HISTÓRIA E SEU ENREDO
(de Durval Filho)
Não sei mais nada,
Aliás nunca soube,
Embora se busque a iluminação...
O contraste é pouco para explicar o que sinto,
O simples paradoxo do claro escuro;
Amor e ódio;
Vida e morte;
É pouco para o cérebro pós-moderno,
Onde todas as dúvidas simples são desvendáveis!
O mundo mudou,
As pessoas idem,
Eu, mudo no mundo,
Grito com meu poema e escuto um eco.
– Eco! Eco!
Ânsia causo na mente distraída
Que quer tudo bem resolvido.
Como posso resolver tudo, o todo,
Se em mil pedaços vezes milhões de dúvidas
Fez-se a equação do mundo.
Uma explosão
E o grande multiplicou-se.
Não existe mais um só olhar,
Uma só pessoa,
Um só amor.
O que passa a existir são os muitos
E variados pontos de vista.
Se cada qual só querer defender o seu,
Causa conflito e guerras como as que vemos.
Antes pertencíamos ao todo divino,
Éramos um só unidos a Ele
E, de repente, não sei por que motivo,
tudo se separou; as pessoas, os planetas,
as famílias, os irmãos...
Agora, num mundo globalizado em que se necessita
Acabar com as fronteiras,
Aparecem muitos países, que até hoje só souberam
Explorar os outros e fingir-se de amigos,
Que querem caminhar ao contrário da vontade
Da maioria e lutam contra o impossível.
A grande força do universo não permitirá
Que o planeta continue assim.
Se o mundo não mudar,
Vamos ter nós que mudar desse mundo,
Ele se acaba. Buuuuuummmmmmm!!!
Caso ele continue assim,
Seremos todos reprovados por quem imaginou
Isso tudo: imaginou o enredo com um começo,
O meio o homem escreveu com sua medíocre sabedoria
Uma história cheia de clímax, alguns conflitos,
Guerras e muitos gritos...
É verdade que apareceram bons exemplos,
Pessoas que lutaram pela paz, pela vida,
Pelo amor sem fronteiras de raças e crenças.
Mas são poucos os que compreenderam a nova ordem.
O conviver aceitando as diferenças,
O múltiplo vivendo em conjunto.
Uma nova filosofia,
Um novo pensamento,
Quem sabe! multiplocentrismo.
Nesse enredo construído pelo ser humano,
Caso não se corrija o rumo,
A história não terá final feliz
E tudo se acabará num enorme ranger de dentes.
O fim dessa história está em nossas mãos!
Que fim você deseja à experiência de Deus?
Imagino que Ele não esteja satisfeito
E, a qualquer momento, acabará com essa história
Em que os personagens
Escreviam seu próprio enredo,
Depois do início de tudo o que foi feito.
Estava perfeito até a ganância parir seu filho:
O poder;
O próprio poder destruiu a criatura
Que não vê, com seus olhos frágeis,
O grande tesouro e que não é ouro.
Tudo pode se acabar,
Mas antes vamos tentar corrigir esse enredo,
Mudar essa história.
Enfim, aceitar a palavra do Mestre
Que não veio para dividir, repartir, segregar.
Veio para juntar as pessoas, os países,
Veio para celebrar a paz
Sem exigir nada mais que o amor.
E para que isso seja possível
É fundamental o conviver sem preconceitos,
Acabar com as barreiras,
O reformar dum amontoado de gente
Que deveria aceitar as diferenças
Baseando-se no maior exemplo deixado
Por um homem-Deus-Espírito
E seguir apenas a lei divina.
Porque as leis dos homens e das igrejas
Só servem, caso não reproduzam às de cima,
Para enfeitar minha latrina.
CONSUMISMO
(de Durval Filho)
Compra meio quilo de amizade.
– Ah! não esquece de pechinchar,
Se eu pudesse mesmo
Mandava comprar o amor.
Compra também um sorriso pro meu filho,
Ele está com saudades de mim.
Vê se tem propaganda na tevê.
– Olha! compra um sorriso bem bonito,
Daquele que eu já não sei fazer.
Veja nos classificados
Liquidação de mulheres,
Preciso arranjar uma de brilho leve...
– Viu! procure nos folhetos impressos,
Uma que aceite ficar...
E, por fim,
Traga o nosso jantar.
SOB PRESSÃO
(de Durval Filho)
A escrita da vida dos homens
Nos dá liberdade.
Hoje nós a temos,
Porém nada adianta se nós não sabemos
Usufruir e lutar pelo que é justo.
Desejar o melhor só não basta,
Projetar nossos passos,
Os passos de toda a nação.
O momento é oportuno,
Vinte e um séculos
De experiência,
Isso, após a vinda do Cordeiro,
E a humanidade gatinha
Feito criança pedindo balinha.
E os bandidos dão de metralhadora.
O existir não tem valor;
Dizem que é uma merda.
Então para se sentir melhor
Compra-se lá na Mesbla,
Riachuelo, Pernambucanas.
Cito essas para não dizer as dezenas
De lojas da moda.
Moda que muda e que molda
Os gostos dos ingênuos compradores
De prazeres que não existem de fato.
São artificiais, artífices para lhe iludir.
A vida é feita de escolhas.
E para se viver melhor
Basta dar os devidos valores positivos
Ao que realmente importa.
Não se compra o amor,
A felicidade de um filho,
A alegria numa garrafa,
A ilusão de que o problema acabou.
Faça as escolhas certas
Sabendo que se o mundo não vai bem
É porque esse modelo consumista
Esgotou-se...
Dê descarga e mande para o esgoto
Todo esse infeliz comportamento
Do século passado.
Não é para deixar de ter prazeres
E de lutar por uma vida melhor;
Compra-se o que necessita
Sabendo que se compra matéria
Utensílios, comida, diversão,
Mas não se compra o contentamento
Pelo simples fato de a felicidade
Ser algo lapidado na alma,
Ser resultado de pequenos gestos
E conquistas que somados
Representam muito no balanço final
De nossas vidas.
Sob pressão de um mundo distorcido
Num modelo condenado
Vamos propor mudanças,
Valorizando as virtudes
Que nos levam a vitórias
Que o dinheiro não compra.
Dar o devido valor ao espírito
E ao íntimo dos sentimentos
Trazem satisfações singelas
Que realmente importam para se alcançar
Uma vida digna de um ser humano
Que foi criado para alcançar a glória.
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