Olá, estudante!
Na lição passada, abordamos a relevância das commodities no agronegócio, destacando conceitos, como padronização, comercialização internacional e a influência de grandes grupos multinacionais na reestruturação dos sistemas agroalimentares. Você aprendeu o conceito de commodity e, agora, sabe que eles são um produto passível de padronização em contextos internacionais, com a necessidade de atender requisitos específicos. Além disso, explorou-se a competição no mercado de commodities agrícolas, caracterizado como competitivo, em que a eficiência produtiva é crucial para obter lucros diferenciais. Você ainda conheceu que o papel do(a) técnico(a) em agronegócio é essencial na orientação de práticas sustentáveis e estratégias eficientes para produtores.
Nesta lição, seguiremos nossos estudos e compreenderemos a competitividade e como o Brasil vem elaborando estratégias de marketing rural para esse setor, que, em grande maioria, é destacado por produtos padronizados, como as commodities. Portanto, hoje, você entenderá o atual cenário do agronegócio no Brasil, destacando os desafios e as oportunidades que o setor enfrenta, especialmente em relação à competitividade no mercado. Vamos, também, explorar a evolução histórica do marketing rural no país, desde suas origens até as transformações atuais, compreendendo como as estratégias mudaram ao longo do tempo e a influência dessas mudanças nas práticas do agronegócio.
Destacaremos o papel fundamental do(a) técnico(a) em agronegócio na implementação de estratégias de marketing eficazes, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar, integrando conhecimentos técnicos e de marketing. Além disso, incentivaremos o pensamento crítico, por meio da análise de casos reais, estimulando você a questionar-se e propor soluções para os desafios específicos do marketing rural no Brasil.
Assim, ao final desta lição, ao atingir esses objetivos, você estará mais bem preparado(a) para compreender, analisar e enfrentar os desafios do marketing rural no contexto brasileiro, desenvolvendo habilidades essenciais para contribuir, efetivamente, para o sucesso do agronegócio.
Na jornada do "Marketing Rural no Brasil e competitividade", diversos desafios se entrelaçam, moldando a dinâmica do agronegócio e demandando estratégias inovadoras. Em primeiro plano, a transição da era centrada no produto para uma abordagem mais focada em serviços e parcerias apresenta um desafio essencial. As empresas agrícolas enfrentam a necessidade de repensar suas práticas tradicionais, direcionando esforços para oferecer soluções que transcendam a mera oferta de produtos.
A internacionalização da economia e a crescente competição destacam outro desafio crucial. As estratégias de ocupação gradual exigem uma abordagem cuidadosa na conquista de territórios específicos, equilibrando a consolidação de mercado com a inovação contínua. Além disso, a busca pela diferenciação, em um contexto de comoditização, impacta diretamente o papel do Técnico em Agronegócio, que precisa combinar conhecimentos técnicos sólidos com uma compreensão aguçada de estratégias de marketing.
Os impactos sociais e econômicos desse cenário são evidentes. A ênfase em serviços e parcerias não apenas redefine as relações entre empresas e produtores rurais, mas também influencia a dinâmica das comunidades agrícolas. A busca por relacionamentos contínuos implica benefícios econômicos sustentáveis para os agricultores, contribuindo para a estabilidade e o desenvolvimento regional. No entanto a implementação bem-sucedida dessas estratégias requer uma abordagem sensível às particularidades locais e aos diversos nichos de produtores.
Em síntese, os desafios do "Marketing Rural" vão além da simples promoção de produtos agrícolas, envolvem a transformação de mentalidades, a adaptação a um ambiente globalizado e a criação de estratégias que agreguem valor e fortaleçam os laços entre todos os elos da cadeia produtiva.
Vamos nos aprofundar ainda mais nesse assunto?
No case desta lição, conheceremos a história de um verdadeiro show do agronegócio, que nasceu dentro do Estado do Paraná, mais especificamente em Cascavel, na região Oeste do estado, o Show Rural Coopavel. Na década de 1980, a Coopavel Cooperativa Agroindustrial intensificou seus esforços para aprimorar a agricultura, introduzindo o pioneiro Dia de Campo. Com a participação inicial de poucos visitantes, o evento tinha como propósito disseminar tecnologias voltadas para ampliar a produtividade em propriedades rurais de diferentes dimensões. Os primeiros anos foram desafiadores, contudo os resultados positivos surgiram gradualmente. O processo de profissionalização das propriedades rurais, amplamente facilitado pela assistência técnica de qualidade proporcionada pela cooperativa, começou a evidenciar a viabilidade da atividade rural. Isso se tornou a melhor propaganda para impulsionar o aumento do número de cooperados, pois os agricultores, ao produzirem mais e com maior qualidade, compreenderam que estavam contribuindo não apenas para o presente, mas também para o futuro da região (COOPAVEL..., 2023).
Embora os anos 1980 tenham sido marcados por dificuldades, eles desempenharam um papel crucial no fortalecimento da resiliência da cooperativa, um elemento indispensável no avanço do processo de industrialização que se seguiu e se consolidou nos anos subsequentes. A valorização das matérias-primas passou a remunerar, de forma mais substancial, as propriedades rurais e a gerar empregos nas cidades, cumprindo, gradualmente, a missão do ciclo de riqueza do cooperativismo no Oeste do Paraná. Ano após ano, o crescimento continuou culminando e, em 1995, com a mudança de nome para Show Rural Coopavel (COOPAVEL..., 2023).
Atualmente, a Coopavel é uma das empresas que representa o Paraná no Monitor Cooperativo Mundial, este que elenca as maiores empresas associativistas do mundo em rankings (AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS - AEN, (2023). O Show Rural, por sua vez, não apenas cresceu em escala, mas abriu portas para diversas oportunidades, acelerando a disseminação de conhecimento da indústria para o produtor. Além disso, o Show Rural Coopavel não apenas inaugura o calendário de eventos do agronegócio nacional, mas também é reconhecido como um dos maiores eventos do setor em escala mundial. Com todas as principais empresas globais de máquinas, equipamentos, aprendizado e insumos agropecuários reunidas em um único local, o evento, desde sua concepção, isenta seus visitantes de taxas de ingresso e estacionamento, beneficiando milhares de agricultores com ensino gratuito promovido pelos expositores (COOPAVEL..., 2023).
Assim, o caso do Show Rural Coopavel serve como um exemplo prático e bem-sucedido da aplicação dos princípios de marketing rural, competitividade e inovação discutidos nos trechos anteriores. A trajetória da cooperativa evidencia como estratégias educacionais, assistência técnica, inovação e agregação de valor contribuíram para o desenvolvimento sustentável do agronegócio na região.
Os veteranos do marketing rural costumavam afirmar que, para prosperar nesse ramo, era crucial também ser um verdadeiro artista. Para ter sucesso, seria necessário ter habilidades, como cantar, recitar versos, tocar viola ou, no mínimo, ser um mestre na arte do churrasco. Sem essas aptidões, encantar clientes, agricultores e revendedores seria uma tarefa árdua. Entretanto a verdade é que o marketing no agronegócio apresenta características singulares, destacando-se especialmente pelo seu aspecto educacional. Profissionais, como agrônomos e veterinários precisam dominar a arte de falar em público, já que palestras e seminários são recorrentes nesse campo de atuação. Além disso, a assistência técnica desempenha um papel fundamental, envolvendo treinamento operacional e o compartilhamento de conhecimentos práticos. Sendo assim, podemos dizer que o cotidiano no campo transforma o marketing rural em uma combinação única de tecnologia com elementos de música, gastronomia e muita interação (Tejon; Xavier, 2009).
O termo Competitividade é um pouco complicado de ser definido de maneira precisa, pois abrange diversas facetas de um mesmo problema, o que torna difícil estabelecer uma definição que seja simultaneamente abrangente e prática. Sob a perspectiva das teorias de concorrência, a competitividade pode ser conceituada como a habilidade sustentável de uma empresa não apenas sobreviver, mas, idealmente, crescer nos mercados existentes ou explorar novos. Essa definição implica que a competitividade é uma medida de desempenho para empresas individuais, influenciada por relações sistêmicas cujas estratégias empresariais podem ser obstaculizadas por gargalos de coordenação vertical ou logística (Zylbersztajn; Neves, 2000).
No contexto brasileiro, em termos médios relativos, observa-se uma utilização menos intensiva de bens e serviços essenciais à produção agropecuária em comparação com o cenário global. O mesmo padrão é identificado no segmento depois da porteira, onde o valor do agronegócio no Brasil é proporcionalmente menor, indicando uma menor agregação de valor. Contrariamente, no segmento dentro da porteira, a participação do agronegócio brasileiro é maior, evidenciando que o país ainda se destaca como produtor de matéria-prima, consumindo ou exportando produtos in natura em uma proporção quase duas vezes maior que a média mundial (Massilon, 2013).
No panorama global, a tendência é a redução das participações relativas dos segmentos antes e dentro da porteira para cerca de 18% a 20%, enquanto o segmento depois da porteira tende a aumentar para 80% a 82% ao longo de, aproximadamente, três décadas. Vale ressaltar que as tendências de diminuição dessas participações são relativas, já que, em termos absolutos, ambos os segmentos continuam crescendo. Isso destaca ainda mais a importância que o segmento depois da porteira assume no âmbito do agronegócio mundial, sendo crucial para o Brasil não perder de vista esse movimento (Massilon, 2013).
As feiras e as exposições passaram por transformações significativas nos últimos anos, tornando-se eventos onipresentes em praticamente todas as cidades brasileiras. Na década de 1970, essas ocasiões eram mais voltadas para aspectos técnicos, destacando-se por exposições de animais e concursos de produtividade. No entanto, a partir da década de 1990, os organizadores começaram a direcionar seus esforços para envolver a sociedade urbana do interior, conferindo às feiras uma atmosfera mais popular e, muitas vezes, gastronômica. Esse novo cenário incluiu elementos, como promoção política, shows de artistas, venda de artesanato e produtos industrializados (Tejon; Xavier, 2009).
Ao abordar a popularização das feiras agropecuárias, destaca-se a existência de duas vertentes distintas: megaeventos espetaculares (como a Festa do Peão de Boiadeiro em Barretos) e eventos focados na excelência (como feiras especializadas em tecnologia agrícola). Observe que, quando pensamos no exemplo de megaevento, podemos ver que ele incorpora um estilo country, e o destaque é que a festa se tornou uma espécie de negócio pelas agências de turismo, visto que ela acaba atraindo turistas de todo o país e até mesmo do exterior. O Brasil, ao adotar e tropicalizar o conceito de cowboy, alcançou sucesso além das fronteiras com esse espetáculo do interior moderno (Tejon; Xavier, 2009).
Na transição dos anos 1980 para os 1990, o Brasil passou a reconhecer e a abordar conscientemente o agronegócio, aplicando uma visão e uma gestão abrangentes da cadeia, abrangendo desde o "antes da porteira" (insumos e equipamentos) até o "depois da porteira" (processamento, agregação de valor e distribuição de alimentos, fibras e energia). Durante as décadas de 1970 e 1980, as empresas voltadas para o "antes da porteira" alocavam uma parte significativa de seu orçamento para a propaganda convencional. No entanto, a partir dos anos 1990 e ao longo da virada do século, observou-se uma mudança gradual, com um aumento na aplicação de recursos em eventos, leilões, feiras e exposições. A importância crescente do database marketing (ou marketing de banco de dados) é uma estratégia que identifica, trata, agrupa e transforma dados em informações relevantes sobre os consumidores, marketing direto, comunicação dirigida, e abordagens one to one (ações de relacionamento com o cliente individuais e personalizadas, que visam aumentar as taxas de conversão) também foi notada (Tejon; Xavier, 2009).
Diante da segmentação dos produtores rurais em diversos nichos, torna-se praticamente impossível criar uma mensagem única e um pacote de mídia único para atender a tanta diversidade. Portanto, palestras e eventos corporativos assumiram proporções consideráveis nas estratégias de relacionamento com os agricultores, a rede de revendedores e os técnicos formadores de opinião (Tejon; Xavier, 2009). Ainda de acordo com Tejon e Xavier (2009), a saga mercadológica da Agroceres, com mais de 60 anos, é um case exemplar de ativação de marketing. A marca permanece no topo da mente dos produtores rurais, destacando-se por estratégias que incorporam difusão extensionista no campo, showplots, veiculação de massa eletrônica e impressa, comunicação dirigida e uma série de eventos exclusivos (Tejon; Xavier, 2009).
Nesse mesmo período, organizações, como Manah, Massey Ferguson e Monsanto também adotaram estratégias semelhantes. Na área de vendas diretas, a Tortuga e a Ultrafértil inovaram, enquanto a Jacto, no setor de máquinas agrícolas, percorria o Brasil com palestras, demonstrações de equipamentos e eventos marcantes para lançar a primeira colheitadeira de café no país. Na esfera veterinária, a Ivomec construiu uma marca forte, enquanto a nacional Valle, líder em vacinas bovinas, associava sua marca a ações de campo e a shows do renomado artista Almir Sater (Tejon; Xavier, 2009).
Refletindo sobre as décadas de 1960 até os dias atuais, percebemos que um elemento constante é o espetáculo. Seja protagonizado pelos agrônomos, veterinários e zootecnistas em suas apresentações públicas, ou pelos vendedores de revendas que combinam churrasco, música e histórias enquanto apresentam seus produtos; nos eventos tradicionais das feiras rurais em praticamente todos os municípios do Brasil, reunindo os maiores fazendeiros do país com especialistas do setor (Tejon; Xavier, 2009).
No contexto do cenário publicitário brasileiro, estima-se que, aproximadamente, 25% dos recursos destinados à publicidade são alocados para o agronegócio. Essa alocação considera o agronegócio como uma cadeia produtiva que tem sua origem na genética, nos insumos e nas máquinas, percorrendo o campo e alcançando a indústria de alimentos, bebidas, rações, fibras, além do varejo e dos serviços voltados para o setor, inclusive, no meio urbano (Tejon; Xavier, 2009).
No âmbito das estratégias de marketing das empresas e entidades que atuam antes da porteira nas fazendas, são aplicadas, diariamente, técnicas avançadas de marketing. Isso engloba pesquisas, estruturas logísticas, distribuição, vendas, posicionamento de produtos, assistência técnica e comunicação, visando estabelecer um relacionamento sólido com o produtor rural e conquistar sua confiança. Entre essas ações, espetáculos, eventos, palestras, feiras e exposições são considerados as principais estratégias na busca pelo sucesso nos negócios rurais. Além disso, o marketing direto baseado em database marketing, a interatividade com a mídia digital e virtual e a integração dessas atividades com outras ações de mídia clássica e dirigida, além das operações de ponto-de-venda, formam a base da gestão dos planos de comunicação no setor (Tejon; Xavier, 2009).
A parcela dos recursos destinada ao que pode ser considerado o espetáculo ao vivo, incluindo palestras, reuniões, shows, feiras, eventos e materiais específicos para esse fim, juntamente com as despesas relacionadas a viagens, locomoção e recursos humanos dedicados, representa cerca de 60% da média das verbas destinadas à ativação de marketing. Em organizações que não investem em comunicação institucional e de marca na mídia clássica, esse valor pode chegar a 80-90%, enquanto em empresas que realizam ações mais abrangentes, incluindo influenciadores e líderes de opinião urbanos, a alocação é de 25-35% (Tejon; Xavier, 2009).
O espetáculo tem um poder de venda inegável. No agronegócio, ele não é apenas um show pelo show, é um veículo para alcançar a razão, por meio do coração. O campo possui uma alma, uma vida própria; o agronegócio é biodinâmico, onde a observação e o sentimento de cada produtor rural fazem toda a diferença em cada propriedade, seja no Brasil seja em qualquer lugar do mundo. A razão guia, mas a emoção impulsiona (Tejon; Xavier, 2009).
Esse espetáculo está intrinsecamente ligado ao design e aos sentidos humanos. O design emerge desde o código genético humano até a dança do encadeamento das células. Isso é vida: humana, animal e vegetal. O agronegócio se apresenta como um espetáculo biodinâmico, em que o geneticista, ao "desenhar" um tomate, uma planta de milho, um melão, o novo arroz, o suíno, o frango ou o boi, assemelha-se a um artista preocupado com a beleza e a atratividade estética do produto, visando ao espetáculo na mesa do consumidor (Tejon; Xavier, 2009).
Na contemporaneidade, o êxito no marketing rural está intrinsecamente ligado à sólida integração entre o marketing de produto, o marketing de serviços e o marketing de comunicação. A universalização das tecnologias e da informação, aliada à internacionalização da economia, à comoditização de produtos e ao acirramento da competitividade, demanda estratégias cada vez mais focadas em serviços, fidelização e estabelecimento de relacionamentos contínuos. Essas abordagens são essenciais não apenas para manter posições consolidadas no mercado, mas também para ganhar vantagens em relação aos concorrentes (Tejon; Xavier, 2009).
No campo do marketing, observa-se o declínio da era da "guerra total" ou da aniquilação de concorrentes. Nas batalhas mercadológicas atuais, aquele que adota a estratégia de ocupação mais gradual, porém sólida no domínio dos territórios, assemelha-se à instituição da pax romana. Nesse cenário, por trás das legiões de Roma, emergia todo um instrumental de dominação carregado de valores materiais ou culturais, imposto aos dominados para estabilizar a territorialidade do Império. Em outras palavras, na pax romana, o Império Romano conseguiu estabilizar vastas áreas e impor sua dominação de forma duradoura, por meio da força militar, e pela imposição de valores culturais e administrativos. Da mesma forma, no marketing, empresas podem buscar estabelecer uma presença sólida e gradual em seus mercados-alvo, em vez de tentar destruir ou aniquilar seus concorrentes diretamente.
Portanto, assim como os romanos estabeleceram sua supremacia territorial com uma estratégia de dominação gradual e duradoura, as empresas do agro podem alcançar sucesso no mercado adotando estratégias semelhantes, baseadas na construção sólida e progressiva de sua presença e influência (Tejon; Xavier, 2009).
Sendo assim, atualmente, estamos presenciando o término da era centrada no produto. Os consumidores contemporâneos mais sofisticados buscam parcerias e serviços, desejando soluções que agreguem valor aos seus negócios. Isso implica, no âmbito das mensagens promocionais, um aumento na comunicação interpessoal, no after marketing (relações duradouras com o cliente, antes, durante e, principalmente, após a concretização da venda) e na pró diferenciação de imagem. Além disso, indica que a comunicação rural nos tempos atuais será impulsionada pela abertura de diversas frentes de público-alvo, pela aplicação de tecnologias de linguagem e persuasão bem como pela diversificação de canais (Tejon; Xavier, 2009).
Em conclusão, o marketing rural no Brasil se destaca como uma peça fundamental na complexa engrenagem do agronegócio, marcado por transformações significativas ao longo das décadas. À medida que a economia se internacionaliza e a competição se intensifica, a integração eficaz entre o marketing de produto, serviços e comunicação emerge como um fator crucial para o sucesso no setor. As estratégias voltadas para serviços, fidelização e relacionamento contínuo se revelam indispensáveis não apenas para manter posições no mercado, mas também para superar a concorrência em um ambiente cada vez mais dinâmico. O término da era centrada no produto reflete a evolução dos consumidores, que buscam parcerias, serviços e soluções que agreguem valor. Nesse cenário, a comunicação rural dos novos tempos se orienta pela abertura de frentes diversificadas, adoção de tecnologias inovadoras e a exploração de canais variados para atingir públicos-alvo de maneira eficaz. O marketing rural torna-se, assim, não apenas uma ferramenta de promoção, mas um elemento dinâmico que impulsiona a vitalidade e a competitividade do agronegócio brasileiro.
Querido(a) estudante, como visto na lição de hoje, quando falamos de campo, não estamos pensando apenas em plantar e colher, visto que é preciso saber como vender o seu peixe – ou melhor, sua safra. É exatamente neste momento que o Marketing Rural entra em cena, transformando o agro em um verdadeiro show de marketing. Como já estudado, o marketing rural é o conjunto de estratégias para promover e vender produtos agropecuários. E, sabe por que ele é importante? Porque a concorrência está cada dia mais acirrada.
Por exemplo, imagine que você tem uma plantação de uvas sem semente, mas seu vizinho também. Quem levará a melhor? Concorda comigo que não basta apenas ter uma boa produção? É preciso se destacar no mercado, e, aqui, encontramos a relação com a competitividade. Agora, consideraremos outro exemplo: a marca "Vacas Felizes". Concorda que o nome da marca pode ser uma estratégia de marketing eficaz? A marca enfatiza o bem-estar dos seus animais, o que permite uma associação a um tratamento carinhoso e espaço adequado para pastagem. Como resultado, certamente, encontraremos consumidores dispostos a pagar mais caro por um leite que traz consigo essa imagem de felicidade.
Mas não pense que marketing rural é apenas para os grandões. Uma pequena propriedade também pode se destacar. Uma boa embalagem, um nome criativo para seus produtos, uma página no Instagram ou vídeos curtos no TikTok podem ser ótimas opções de marketing. E claro, para fechar o pacote, não podemos nos esquecer da qualidade. Seja no campo seja na cidade, a palavra final é sempre do consumidor. Produtos de qualidade, aliados a uma boa estratégia de marketing são imbatíveis.
Na prática, isso significa que as empresas do agronegócio precisam pensar além do produto. Os consumidores estão mais exigentes, querem parcerias e serviços que tragam valor para os negócios deles. E o(a) técnico(a) em agronegócio tem um papel fundamental nessa jogada. Além de entender da produção, ele precisa conhecer marketing para ajudar a empresa a se destacar, pensar em serviços que encantem o cliente e criar relacionamentos duradouros. Por isso, é importante praticar. Sendo assim, como desafio, proponho a você o seguinte: imagine que você faz parte de uma equipe de marketing de uma empresa agrícola que vende produtos feitos a partir do milho. Crie uma campanha fictícia que destaque o produto, mas também os serviços diferenciados que a empresa oferece para os agricultores. Liberte sua criatividade. Vale criar slogans, imagens e até pensar em canais de comunicação. Depois, compartilhe entre os colegas para trocar ideias.
AEN. AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS. Estudo coloca 11 cooperativas agrícolas paranaenses entre as maiores do mundo. AEN, 8 ago. 2023. Disponível em: https://www.aen.pr.gov.br/Noticia/Estudo-coloca-11-cooperativas-agricolas-paranaenses-entre-maiores-do-mundo. Acesso em: 17 jul. 2024.
MASSILON, J. A. Fundamentos do Agronegócio. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
COOPAVEL celebra 47 anos de história. [S. l.: s. n.], 2023. 1 vídeo (3min e 15seg). Publicado pelo canal RICtv Oeste. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BWljJQpixNc. Acesso em: 17 jul. 2024.
TEJON, J. L.; XAVIER, C. Marketing & Agronegócio. São Paulo: Prentice Hall, 2009.
ZYLBERSZTAJN, D.; NEVES, M. F. Economia e gestão dos negócios agroalimentares: indústria de alimentos, indústria de insumos, produção agropecuária, distribuição. São Paulo: Pioneira, 2000.