Olá, estudante!
Na lição passada, você explorou o conceito e a evolução do merchandising, destacando sua importância no varejo. Aprendeu como o merchandising não se limita à promoção de vendas, mas envolve aspectos, como atmosfera, layout, planejamento de espaço e apresentação, criando uma experiência de compra única para os consumidores. Além disso, entendeu a aplicação do merchandising no agronegócio, destacando como o setor pode se beneficiar dessa estratégia, desde a criação de ambientes atraentes até a exposição eficaz de produtos, ressaltando a relevância do técnico em agronegócio. Por fim, na lição passada, você foi capaz de compreender a necessidade de enfrentar desafios, como a natureza variável e a concorrência, ao aplicar o merchandising no agronegócio, destacando a importância da criatividade e da estratégia.
Agora, nesta lição, você aprenderá sobre o conceito de mercado e suas diferentes definições que o marketing aborda. Compreenderemos os conceitos fundamentais de mercado e sua evolução ao longo do tempo. Além disso, identificaremos os diferentes tipos de mercado e suas características distintas e discutiremos como as organizações podem estabelecer relações sólidas com clientes e adaptar suas estratégias para atender às demandas específicas de cada mercado. Ademais, veremos sobre como ocorre a aplicação dos conceitos aprendidos na aula a situações do mundo real, por meio de estudos de caso e exemplos práticos.
Tenho certeza de que a lição hoje inspirará seu pensamento criativo sobre como as empresas podem inovar e se destacar em mercados competitivos e em constante mudança! Vamos lá?
Os principais desafios associados aos diferentes tipos de mercado incluem a necessidade de entender as demandas dos clientes, adaptar produtos e estratégias de marketing e manter preços competitivos. O sucesso nos mercados impacta não apenas os resultados financeiros das empresas, mas também questões sociais, como empregos, e econômicas, como o crescimento das organizações e a prestação de serviços essenciais à sociedade.
Portanto, em todos esses desafios, o conhecimento profundo dos clientes, a adaptação estratégica e a capacidade de estabelecer relacionamentos sólidos são fatores cruciais. Além disso, como vimos, o impacto vai além das fronteiras financeiras, afetando, também, aspectos sociais e econômicos. Sendo assim, compreender e enfrentar esses desafios é essencial para o sucesso no dinâmico cenário de mercado em constante evolução. Mas como podemos fazer isso? Bem, é exatamente isso que estudaremos nesta lição!
Vamos conhecer a história fictícia do Davi, um apicultor que decidiu aplicar os conceitos que discutimos sobre mercado e suas definições em sua prática como produtor de mel. Inicialmente, Davi vendia seus produtos diretamente para consumidores finais em feiras e mercados locais, o que se assemelha ao mercado consumidor que exploramos. Ele construiu boa reputação devido à qualidade de seu mel e à sua abordagem amigável com os clientes. No entanto Davi percebeu que estava limitando o potencial de seu negócio ao atuar apenas no mercado consumidor. Ele sabia que havia uma oportunidade de expandir seus horizontes e aumentar seus ganhos ao entrar no mercado organizacional, mas não sabia, ao certo, como fazer isso.
Davi começou a pesquisar empresas e organizações que poderiam se beneficiar de seu mel de alta qualidade. Ele descobriu que muitas empresas, como padarias, fabricantes de produtos alimentícios e spas, estavam buscando ingredientes naturais e saudáveis para seus produtos e serviços. Com base na demanda do mercado organizacional, Davi ajustou seus produtos. Ele começou a oferecer embalagens maiores e, até mesmo, desenvolveu formatos personalizados de embalagem para atender às necessidades de seus clientes corporativos.
Davi sabia que precisava de uma estratégia de marketing diferente para o mercado organizacional. Ele investiu em um site profissional, criou materiais de marketing específicos para empresas e começou a participar de feiras comerciais locais para se conectar com potenciais clientes corporativos. Ao interagir com esses clientes, Davi percebeu que era importante construir relacionamentos sólidos, por isso, concentrou-se em oferecer um excelente atendimento ao cliente, garantindo que seus clientes corporativos recebessem entregas pontuais e produtos de qualidade consistente.
Com determinação e aplicação dos princípios aprendidos sobre mercado, Davi conseguiu fazer a transição bem-sucedida do mercado consumidor para o mercado organizacional. Ele expandiu sua base de clientes, aumentou sua receita e criou parcerias valiosas com empresas locais. Agora, Davi está colhendo os frutos de sua decisão de se aventurar no mercado organizacional, tudo isso enquanto continua a cuidar de suas queridas abelhas e produzir o mel que tanto ama.
Quando se discute marketing, frequentemente se menciona o mercado. Mas o que, afinal, representa esse mercado? Para aqueles que estão envolvidos em uma empresa, promovendo um produto e cativando consumidores, a noção de mercado é familiar. No entanto, para quem está fora desse contexto, o significado de mercado pode não ser tão claro. Como você definiria mercado?
Geralmente, pessoas que não estão envolvidas na área de comunicação e marketing tendem a associar mercado apenas a um local físico onde se efetuam compras. No entanto o conceito de mercado que estamos abordando aqui vai muito além do ponto de venda, onde produtos ou serviços são comercializados e distribuídos. Conforme Hawkins e Mothersbaugh (2018) destacam, as organizações e seus profissionais de marketing investem considerável tempo e recursos na análise e compreensão do que consumimos, nas razões que nos levam a comprar e nos objetivos que buscamos ao adquirir determinado produto ou serviço. Os autores complementam que a segmentação de mercado
[...] divide um mercado em fatias bem definidas. O segmento de mercado é composto de um grupo de clientes que compartilham um conjunto semelhante de necessidade e desejos. A tarefa dos profissionais de marketing consiste em identificar o número apropriado e a natureza dos segmentos de mercado e selecionar como alvo um ou mais deles (HAWKINS; MOTHERSBAUGH, 2018, p. 270, grifo nosso).
Para a área de marketing, quando falamos em mercado, o termo é utilizado para abranger diferentes tipos de agrupamentos de clientes. Além disso, também, é o local de atuação das organizações, ou seja, onde o processo de troca entre empresa e consumidor acontece. Kotler e Keller (2019) apontam que, no passado, as organizações viam o mercado, apenas, como um local físico onde as trocas (vendas) ocorriam, porém, com as evoluções e mudanças, atualmente, deve-se entendê-lo como um conjunto de compradores e vendedores que efetuam transações relativas a determinado produto ou classe de produto.
A utilização do termo mercado é frequente para descrever um agrupamento de clientes com os quais a organização direciona suas estratégias de marketing e busca vender seus produtos e/ou serviços, visando à lucratividade da empresa. No entanto essa abordagem vai além. Assim como existe uma segmentação de consumidores que possibilita às organizações entender como eles se comportam e efetuam compras, existe, também, uma subdivisão, dentro do mercado, que oferece insights valiosos para orientar as ações de marketing das empresas. Kotler e Keller (2019) categorizam essa subdivisão em quatro tipos: Mercado Consumidor, Mercado Organizacional, Mercado Global e Mercado Sem Fins Lucrativos e Governamental.
A Figura 1 ilustra cinco mercados fundamentais e as interligações entre eles:
Os produtores buscam os mercados de insumos (que incluem os mercados de matérias-primas, de trabalho e financeiros) para adquirir esses recursos e transformá-los em produtos e serviços. Posteriormente, eles comercializam esses produtos acabados com intermediários, que os oferecem aos consumidores finais. O governo, por sua vez, arrecada impostos para adquirir bens dos mercados de recursos, dos produtores e dos intermediários, utilizando esses bens e serviços para fornecer serviços públicos. Tanto a economia de cada nação quanto a economia global se compõem de conjuntos de mercados interconectados e interdependentes, unidos por meio de processos de troca (KOTLER; KELLER, 2019).
No que diz respeito ao mercado consumidor, empresas que atuam na venda de produtos de consumo em grande escala, como sucos, cosméticos, calçados esportivos e passagens aéreas, têm como estratégia a construção de uma imagem de marca sólida. Isso é alcançado por meio do desenvolvimento de produtos de alta qualidade e assegurando sua disponibilidade no mercado. Além disso, essas empresas investem em comunicação envolvente e mantêm um desempenho confiável (KOTLER; ARMSTRONG, 2015).
Imagine uma empresa que produz sucos naturais com frutas cultivadas em sua própria fazenda. Esse negócio se encaixa no mercado consumidor, pois seu principal objetivo é atender às necessidades e aos desejos dos consumidores finais, que compram seus sucos nas prateleiras de supermercados. Para ter sucesso nesse mercado, a empresa precisa criar uma marca reconhecida, oferecer produtos de alta qualidade e garantir boa presença nas prateleiras para atrair os consumidores.
Já no mercado global, as empresas que exportam seus produtos para diferentes países enfrentam desafios significativos. Isso inclui lidar com diferenças culturais, linguísticas, legais e políticas ao determinar em quais nações investir, qual estratégia de entrada adotar (como exportação, licenciamento, joint-venture, fabricação contratada ou produção própria), como adaptar seus produtos às particularidades de cada mercado, estabelecer preços competitivos nos mercados estrangeiros e ajustar suas estratégias de comunicação para se adequarem a diferentes culturas (KOTLER; ARMSTRONG, 2015).
Por exemplo, um produtor de café no Brasil deseja exportar seus grãos para diversos países. Ao fazer isso, ele entra no mercado global. Ele precisa lidar com questões, como preferências de sabor dos consumidores em diferentes regiões, regulamentações de importação de cada país, e, talvez, até adaptar a embalagem do café para atrair compradores internacionais. Nesse caso, o mercado global envolve considerações além das fronteiras nacionais e requer uma compreensão das diferenças culturais e legais.
O mercado organizacional engloba todas as organizações que produzem bens e serviços utilizados na fabricação de outros produtos ou na prestação de serviços, podendo ser por meio de venda, aluguel ou fornecimento a terceiros. Empresas que fornecem componentes para produtos fazem parte desse mercado B2B (Business to Business — Empresa para Empresa). Setores-chave, dentro desse mercado, incluem a indústria aeroespacial, agricultura, exploração florestal e pesca, química, computação, construção, defesa, energia, mineração, manufatura, transporte, comunicação, serviços públicos, setor bancário, financeiro e de seguros, além da distribuição e serviços. Compras realizadas por empresas, geralmente, envolvem volumes maiores de dinheiro e maiores quantidades de produtos em comparação às compras feitas por consumidores finais. Os profissionais de marketing organizacional, frequentemente, enfrentam desafios semelhantes aos dos profissionais de marketing que atuam no mercado de consumo. Dentre os maiores desafios, estão a necessidade de estabelecer uma ligação mais estreita entre as equipes de marketing e vendas, a integração entre marketing e inovação bem como a capacidade de adquirir e aproveitar conhecimentos detalhados sobre clientes e mercado (KOTLER; ARMSTRONG, 2015).
Imagine uma empresa que fabrica equipamentos agrícolas, como tratores, e vende esses produtos para outras fazendas e empresas agrícolas. Nesse caso, a empresa está atuando no mercado organizacional, fornecendo insumos para a produção agrícola. Os compradores desse mercado são empresas que buscam adquirir equipamentos para melhorar sua eficiência na produção, e a empresa vendedora precisa adaptar suas estratégias de marketing para atender às necessidades desses clientes corporativos.
Por fim, vale mencionar que nossa discussão anterior se concentrou predominantemente no comportamento de compra das empresas com fins lucrativos. Entretanto muitos dos princípios mencionados se aplicam igualmente às práticas de compra de organizações institucionais e governamentais. É importante ressaltar as características específicas que podem ser encontradas nesses mercados. O mercado institucional inclui escolas, hospitais, creches, prisões e outras instituições que fornecem bens e serviços às pessoas sob sua responsabilidade. Muitas dessas organizações operam com recursos financeiros limitados e atendem a uma clientela cativa. Por exemplo, os hospitais precisam tomar decisões sobre a compra de alimentos para pacientes, mas o objetivo não é o lucro, e, sim, fornecer alimentação como parte de seus serviços. Nesse contexto, os compradores hospitalares buscam fornecedores de alimentos que atendam ou superem os padrões de qualidade estabelecidos e ofereçam preços competitivos. Em muitos casos, indústrias alimentícias criam departamentos específicos para atender às necessidades e especificidades de compradores institucionais, devido às suas demandas particulares (KOTLER; KELLER, 2019).
Em diversos países, os órgãos governamentais representam os maiores compradores de bens e serviços. Eles, frequentemente, solicitam propostas de fornecedores e selecionam aqueles que oferecem os preços mais competitivos. Em alguns casos, a preferência é dada a fornecedores reconhecidos por qualidade superior ou confiabilidade na entrega. Além disso, o governo, também, faz compras por meio de contratos negociados, especialmente em projetos de alta complexidade que envolvem significativos custos e riscos de P & D (Pesquisa e Desenvolvimento) ou quando a competição é limitada (KOTLER; KELLER, 2019).
Podemos citar como exemplo, uma escola local que precisa comprar alimentos para preparar refeições para os alunos. Ela não está focada no lucro, mas na qualidade e nutrição das refeições. Portanto, pode buscar fornecedores que ofereçam alimentos saudáveis a preços acessíveis. Ao mesmo tempo, um órgão governamental que cuida de refeições em prisões pode ter requisitos específicos de segurança alimentar e pode priorizar a pontualidade na entrega. Ambos são exemplos de compradores no mercado institucional e governamental dentro do agronegócio.
Em resumo, exploramos os diversos tipos de mercados, desde o consumidor final até o mercado global, sem esquecer o importante papel desempenhado pelos mercados sem fins lucrativos, governamentais, organizacionais e institucionais. Cada um desses mercados apresenta desafios e características únicos que as empresas precisam entender e abordar em suas estratégias de marketing. Independentemente do mercado em que uma empresa atue, o conhecimento profundo de seus clientes e a adaptação às demandas específicas de cada segmento são fundamentais para o sucesso. A compreensão das nuances de cada mercado possibilita às empresas estabelecer relacionamentos sólidos, entregar valor aos clientes e alcançar resultados positivos. Portanto, a capacidade de navegar e se destacar em diferentes tipos de mercado é essencial para qualquer organização que busque prosperar no cenário competitivo atual.
Que tal entender melhor como os mercados e suas definições se encaixam na prática do agronegócio e qual o papel de você, futuro técnico em agronegócio, nesse cenário empolgante? Primeiro, lembre-se de que o mercado é onde as coisas acontecem. Quando falamos de agronegócio, isso significa que estamos tratando de todas as atividades relacionadas à produção, distribuição e venda de produtos agrícolas e pecuários. Isso inclui desde a plantação de grãos até a comercialização de carne de gado de qualidade superior.
Bem, imagine que você trabalha em uma fazenda que produz frutas, digamos, maçãs. Aqui, o mercado é crucial. Você precisa entender quem são seus potenciais compradores: supermercados, feiras locais, escolas ou, talvez, até mesmo exportação. Isso é definir o mercado-alvo. Depois, é crucial você saber o que esses compradores desejam: maçãs grandes, orgânicas, suculentas? Isso é entender a demanda.
Sendo assim, você, futuro técnico, desempenha papel vital! Você poderá ajudar as propriedades a tomar decisões estratégicas. Será responsável por analisar dados de mercado, identificar oportunidades e encontrar maneiras de atender às demandas dos clientes de forma eficaz. Ou seja, poderá atuar como os “olhos” e “ouvidos” da propriedade no mercado.
Ah, os desafios são emocionantes! Você se deparará com a concorrência, que está sempre buscando atrair os mesmos compradores. Também, enfrentará questões sazonais, como as mudanças nas estações que afetam a produção, e, é claro, os desafios ambientais, como a gestão sustentável da terra e recursos hídricos.
Depois de tudo isso, que tal colocar a mão na massa? Em grupo de, no máximo, três colegas, escolham um produto agrícola que seja comum na sua região. Pesquisem sobre o mercado desse produto: quem são os compradores, quais são suas preferências e como a oferta e a demanda variam ao longo do ano. Depois, pensem em estratégias criativas para posicionar esse produto, de forma mais atraente, no mercado. Vamos ver quem consegue encontrar soluções incríveis para o agronegócio!
HAWKINS, D. I.; MOTHERSBAUGH, D. L. Comportamento do Consumidor: construindo a estratégia de marketing. São Paulo: Elsevier, 2018.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Editora Pearson Education do Brasil, 2015.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson, 2019.