CURRÍCULOS NÔMADES E COSMOPOLITAS

Afirmando e dilatando a sua natureza nômade e inclusiva, o Colóquio Luso-AfroBrasileiro de Questões Curriculares ao aportar na FACED-UFBA, em Salvador, neste novembro de 2021, de forma online, congrega, mais uma vez, países de língua portuguesa em dialogia ampliada, para pensar questões curriculares e formacionais. Reafirma, assim, a sua potência cosmopolita, num momento em que o saber acadêmico e científico, assim como saberes outros não hegemônicos sofrem ataques virulentos por parte de segmentos sectários e obscuros em várias sociedades pelo mundo.  

          Nessa edição, o V CLABQC, de mãos dadas com o VI (IN)FORMACCE, realça a relação entre currículo e pautas culturais, evidenciando que cultura, educação e formação são entretecimentos que devem reexistir ao negacionismo e ao epistemicídio que ameaçam a educação e a vida.

          Com o tema Currículo, Saberes e Culturas num Século em Desafios: reexistências e(em) formação, o V CLABQC marca uma história em que o currículo é realçado como práxis emancipacionista. Com esse movimento nômade e acolhedor, nosso Colóquio acena para que o campo do currículo seja habitado pelos diferentes e pela diferença. 

          É com esse élan vital que as caminhadas temáticas do CLABQC aportaram nas cidades de Braga, em fevereiro de 2002, com o tema Produção de Identidades; no Rio de Janeiro, em 2004, abordando o currículo da perspectiva do Pensar, sentir e diferir; novamente, em Braga, no ano de 2006, discutindo questões vinculadas ao Currículo no escopo das (des)igualdades; em Florianópolis, debatendo Currículo, Teoria e Métodos, em 2008; na Cidade do Porto, tematizando o Currículo e seus Campos, em 2010; em Belo Horizonte, reúne seus pesquisadores para abordar os Desafios Contemporâneos no Campo do Currículo, em 2012; revisitando Braga, tematiza o

Currículo na contemporaneidade: internacionalização e contextos locais, em 2014; em Recife, discutindo Currículo: entre o comum e o singular, em 2016; em Praia, Cabo Verde, estudando Educação, formação e Crioulidade, em 2017; em Lisboa, problematizando Decisões curriculares: ensinar e aprender na escola e na sociedade, em 2018.

           É com alegria que, neste novembro de 2021, em meio às diversas superações da crise pandêmica, o CLABQC pede bênçãos à Cidade de Salvador e se apresenta para discutir, propositivamente, questões curriculares da perspectiva das reexistências socioculturais.

                                       José Augusto Pacheco e Antonio Flávio Moreira

                                                                     PRESIDENTES