No colo de Belo Horizonte, este ensaio fotográfico do modelo Lúh Henry, de Ribeirão das Neves, ganha contornos de revolução. Sua moda queer misturada ao urbano e pele negra traz uma combinação estética única e representativa. É possível sentir a cidade sendo domesticada pela sua beleza exuberante, sensualidade e poder. Como tatuagem, sua presença confirma, reafirma e se deixa imprimir na pele de um dos cenários mais conhecidos da capital de BH: a Praça da Estação. Numa perspectiva de atmosfera histórica, é possível perceber, pela harmonia da composição, que modelo e cenário se fundem como pertencentes de uma mesma narrativa. Palco de shows, festas, manifestações e lutas, esse lugar aberto às revoluções e carnavais, se funde às poses que anunciam pertencimento, autoconfiança e consciência. Lembram ao expectador que por muito tempo a sociedade brasileira perdeu em não reconhecer sua identidade própria, perdeu seguindo regras e pre-conceitos estabelecidos por um padrão estético europeizado e ideológico. E aqui e agora é a vez da pele negra dividir espaço com a pele branca na representatividade da Beleza.