Sobre escolas e exclusão (1)

  

     Desde que se formou o grupo E - Síndrome de Down com bastante capacidade de interação – tenho lido bastante e aprendido mais ainda...

    Uma das coisas que a todo momento me vem à mente é o que estudamos em Concepções de aprendizagem¹, quando lemos sobre as contribuições da psicanálise à educação: “necessidade de se ter um olhar individualizado para nossos alunos, em vez de tratá-los como um todo uniforme”, nos ensinou Freud.

    E me pergunto: por que insistimos em considerar as salas de aula turmas homogêneas??? E por que trabalhamos do mesmo jeito com todos os alunos, exigindo de todos respostas semelhantes, tempos de aprendizagem semelhantes???

    Dia desses assisti a um vídeo de uma palestra de Alvin Toffler², em que falava sobre a organização da escola, no século XIX, nos Estados Unidos,  seguindo o modelo do  sistema industrial,  um planejamento para providenciar mão de obra especializada para uma era de economia industrial.    E por incrível que pareça, “se olharmos para as escolas ainda hoje”, diz o ensaísta americano,  “elas simulam fábricas”. Nossas salas de aula servem para isso: reproduzir o funcionamento de uma fábrica, em que todos têm suas funções pré-determinadas. Quem não se encaixa a essa engrenagem, está fora, excluído!!

    Por isso, agora, no século XXI,  temos que falar em inclusão... passamos tempo demais excluindo os que não se adaptam...

    Essas reflexões sempre me inquietaram...  agora, mais ainda...

     2.  Alvin Toffler on education. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=04AhBnLk1-s. Acesso em: 17/11/09.

Suely Aymone