Numerosas pesquisas sobre métodos de estudo revelaram que duas pessoas com o mesmo nível mental e o mesmo grau de escolaridade podem apresentar rendimentos diferentes, ou seja, uma pode apresentar rendimento superior ao da outra.
Há também outros fatores que contribuem para a desigualdade do rendimento, como os psicológicos, ambientais, etc. O ambiente que a pessoa dispõe no momento de estudar pode predispô-lo, ou não, para um bom rendimento de estudo. Por outro lado, seu temperamento, sua sensibilidade e uma série de outras características psíquicas também exercem influência no grau de rendimento.
Convém recordar, potanto, qual é a diferença entre método e técnica.
Método é a orientação básica para se atingir determinado fim. Assim, por analogia, podemos entender método como estratégia.
Técnica é a forma de aplicação do método. Ainda por analogia, podemos comparar a técnica com a tática.
De um modo geral, método é quase sempre claro, simples e objetivo. O conjunto de normas e técnicas a serem aplicadas em obediência à sua orientação geral é que pode torná-lo complicado e até difícil.
A questão do tempo
Como tudo que necessitamos fazer, estudo também requer tempo. Não como estudar e muito menos seguir um curso superior se não dispusermos de tempo para isso. Não existe método de estudo que amplie o rendimento do aprendizado se para sua aplicação não reservar um período diário. Então, é preciso conquistar esse tempo indispensável. A chave desse segredo está em saber organizar nossas atividades, discernir honestamente sobre quais delas são essenciais, quais são acessórias e fazer a opção. Mas para isso é preciso, antes, saber como empregamos o nosso tempo.
A maneira mais prática de desvendar esse mistério é fazer levantamento por escrito. Desse modo pode-se analisar objetivamente como transcorrem as horas de nossa vida cotidiana. Evite o exagero. Não ocupe com o estudo todos os momentos que dispõe para o lazer. Como afirma João Álvaro Ruiz, "aproveitar intensamente o tempo é uma espécie de condição para se dar sentido às horas de lazer e para desfrutá-las intensamente. Parece que a satisfação e a força restauradoras das horas de lazer são proporcionais ao bom aproveitamento e à intensa produtividade das horas de trabalho".
Aproveitamento das aulas
Quem segue um curso e pretende aproveitá-lo ao máximo não pode dispensar a frequência às aulas. Embora de clareza cristalina, esse é um ponto que passa desapercebido por muita gente. Há calouros que, julgando ser desperdício assistir às aulas, acreditam que empregariam melhor seu tempo se estudassem sozinhos em casa ou numa biblioteca. Imaginam que desse modo aprenderiam muito mais. Então, porém, profundamente enganados.
As escolas, como suas aulas e professores aparentemente inúteis, existem porque são indispensáveis à aprendizagem científica, sistemática. A presença do professor, o programa por ele desenvolvido, seu método de orientar e organizar o que aprender e sua disponibilidade para dirimir dúvidas levantadas pelos alunos são elementos insubstituíveis no estudo acadêmico eficiente. Além disso, quando realizado em isolamento, o estudo carece das riquezas da atividade intelectual característica dos ambientes universitários. A coletividade universitária estimula a troca de ideias inteligentes, favorece a ocorrência de debates paralelos ao programa de ensino, estimula permanentemente a ampliação dos horizontes culturais. De fato, ninguém em sã consciência pode defender a hipótese de que as aulas sejam desnecessárias para os estudantes de cursos superiores.