PREVENÇÃO E CONTROLE DA DOR EM TEMPOS DE ISOLAMENTO


A Dra. Telma Zakka, especialista em Dor, pontua que dor é uma experiência sensorial e emocional, a qual transcorre em diferentes intensidades e, causa desconforto ao indivíduo. A mesma possui características individuais e, para ser contida, é necessário atentar para a queixa de cada pessoa. A pesquisadora fala sobre a classificação da dor como aguda e crônica. Explica que a dor aguda possui início súbito, resulta de uma lesão e permanece até três meses; no que tange a dor crônica, a mesma é persistente após a solução do problema e se mantem por mais de seis meses. Desse modo, ela deixa de ter a função de aviso e torna-se uma doença.

A dor é um sinal vital e, sua avaliação é complexa, contudo, o indivíduo com pela dor apresenta sinais referentes a situações associadas, tais como medo, o qual, desencadeia ansiedade, insônia, irritabilidade, agressividade e baixa produtividade. Dessa forma, a dor impossibilita a realização das demais atividades de vida diária, essenciais para a qualidade de vida e controle da dor.

A Dra. Telma se reporta ao aumento da dor dos pacientes durante o período da pandemia da Covid-19; afirma que cerca de 70% das consultas em seu consultório é referente a estes episódios, além disso, aponta que o Brasil possui 41, 2% de pessoas com dor crônica e, exemplifica condições que contribuem para o aparecimento da dor crônica, tais como, fator gênito, tabagismo, alcoolismo, obesidade e ser do sexo feminino, devido aos aspectos hormonais.

A palestrante elenca dicas simples mas importantes, que podem auxiliar no manejo da dor durante a pandemia, diante do isolamento social, com a finalidade de conter o avanço do vírus. Essas incluem alimentação; exercícios físicos e postura correta. Sequencialmente, essas dicas são explicitadas para que a comunidade possa realiza-las, com resultado positivo na redução da dor.

Alimentação: ter uma boa dieta, pois quando ocorre a aumento de peso, simultaneamente, haverá piora no quadro da dor, os movimentos ficam mais pesados para serem executados. E, existem alimentos considerados inflamatórios, tais como carboidratos, chocolates e processados. O ideal é fazer a escolha de alimentos anti-inflamatórios, do tipo, peixes, verduras verdes escuras, legumes e frutas.

Exercícios físicos: caminhadas podem ser realizadas dentro de casa ou ao redor. Deve-se iniciar de forma leve e progressivamente, aumentar, conforme o corpo tolerar. Dessa maneira, estimula-se o movimento e melhora o quadro doloroso.

Postura correta: manter-se com a coluna ereta, apoiar o peso do corpo sobre os dois pés, usar calçados adequados e confortáveis. Ao dormir utilizar um travesseiro adequado que tenha a largura do ombro, o rosto deve encaixar-se no travesseiro, utilizar um travesseiro entre as pernas para diminuir a dor na coluna e pressão entre as partes inferiores do corpo.

Concluindo as orientações da Dra. Telma, a mesma ressalta a importância de realizar todas as ações propostas, pois, se o paciente realizar apenas uma delas, o seu quadro da dor não terá melhora, daí a necessidade de um trabalho conjunto.


Palestra online comentada: Prevenção e Controle da Dor em Tempos de Isolamento

Palestrante: Dra. Telma Zakka CRM-SP: 33.741. Doutora em Ciências pelo Departamento de Neurologia da USP, colaboradora, pesquisadora e coordenadora do Núcleo de Estudos em Dor Pelve-Perineal do Centro Interdisciplinar de Dor, da clínica Neurológica do HCFMUSP. Presidente do Comitê de Dor da APM. Membro da SBED. Presidente do Comitê de Dor Urogenital da SBED.

Bolsistas:

Ana Luiza Pess de Campos

Milena Bernandi De Freitas

Suelen Karine Artmann

Professora:

Dra Eniva Miladi Fernandes Stummm