ESTRATÉGIAS PARA REDUZIR A CURVA DE INFECÇÃO E MORTALIDADE PELO COVID-19


Estratégias para reduzir a curva de infecção e mortalidade pelo COVID-19


Artigo publicado recentemente em periódico científico internacional aborda o impacto da pandemia COVID-19 na saúde da população e na economia propondo ações para mobilizar e organizar o país, de modo a reduzir os efeitos da pandemia. A seguir realizou-se uma síntese sobre o artigo disponível no link: https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMe2007263?articleTools=true

Esse artigo afirma que o mundo está travando uma guerra contra o coronavírus e se faz necessário lutar arduamente para vencer. Milhares de pessoas estão com a vida ameaçada, seja pelo vírus ou pelo impacto da pandemia na economia mundial, nacional, regional e local. Os dados e informações divulgadas diariamente em diversos meios de comunicação alertam para a situação enfrentada e os problemas econômicos devem durar por meses, tanto durante a pandemia quanto por um logo período da recuperação. Contudo há uma alternativa que reduz as fatalidades e coloca a economia novamente em movimento.

Alternativa que exige força, foco e campanha para acabar com o COVID-19, revigorar a economia, sem colocar vidas em risco objetivando diminuir drasticamente a curva de infectados e consequentemente, de óbitos, da mesma forma como foi feito na China, em Wuhan. O autor do artigo diz que se tomarmos seis medidas para mobilizar e organizar a nação pode se derrotar o vírus até o início de junho, num país como os EUA.

1. Estabelecer um comando unificado: a autoridade máxima do país deve estabelecer um representante que se reporte a ele e conquiste a confiança do povo. Com poder e autoridade suficiente para mobilizar bens civis e militares necessários para fazer frente à situação de pandemia. Cada governador deveránomear um responsávelno seu estado. A diversidade do país e os vários estágios da epidemia em diferentes regiões deve direcionar as respostas locais parafazer o melhor possível, aprendendo com a experiência à medida que avança.

2. Disponibilizar testes diagnósticos em grande quantidade: a chave para o sucesso na Coréia do Sul foram os testes diagnósticos, todos que apresentam sintomas devem ser testados. A decisão sobre o gerenciamento dos casos depende de uma boa avaliação médica e dos resultados dos testes diagnósticos.

3. Fornecer equipamentos de proteção para os trabalhadores de saúde e aparelhar os hospitais para atender o número crescente de pacientes graves: amplo fornecimento de equipamento de proteção individual para a equipe de saúde, visto que não é viável expor os profissionais da linha de frente, sem a mínima proteção ao vírus, atual inimigo.Providenciar respiradores, materiais e outros equipamentos necessários a nível nacional e em hospitais com maior necessidade.

4. Separar a população em cinco grupos e prestando assistência de acordo com a real necessidade: primeiro é necessário identificar os que estão infectados; segundo, os que há suspeita de estarem infectados (sinais e sintomas da infecção, mas com teste inicial negativo); terceiro, aqueles que tiveram contato com indivíduo positivo para COVID-19; quarto aqueles que não se sabe se foram expostos ou se estão infectados; quinto, indivíduos que se recuperaram e, a princípio, estão imunes. Sintomas, exames e testes e história de exposição devem ser utilizados para identificar os indivíduos que se enquadram nos quatros primeiros grupos. Pacientes graves ou de alto risco devem ser hospitalizados. Pessoas com doença moderada ou baixo risco podem ser tratados em enfermarias como hospitais de campanha (montados em centro de convenções, estádio de futebol), isso reduz a transmissão para seus familiares. Pessoas expostas ao vírus e que não desenvolveram a doença devem realizar isolamento por 14 dias (nesse caso podem ser utilizados hotéis vazios). O quinto grupo de pessoas curadas e, a princípio, imunes, requer desenvolvimento, validação e aplicação de testes baseados nos anticorpos produzidos por eles. Isso seria uma alternativa para reiniciar a economia com mais rapidez e segurança.

5. Inspirar e mobilizar o público: todos os indivíduos tem um papel, uma responsabilidade no enfrentamento da pandemia. Todos podem ajudar a reduzir o risco de exposição e apoiar amigos e vizinhos neste momento crítico. Seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde, mantendo o isolamento social, usando máscara que cubra o nariz e a boca, quando necessário em ambiente público, certamente haverá menos possibilidades de espalhar a infecção contaminando outras pessoas. Além do que, se todos seguirem as orientações, reduz-se também a discriminação.

6. Aprender enquanto realiza pesquisa em tempo real: o atendimento clínico seria muito mais eficaz se tivéssemos um remédio para o vírus, e todo caminho possível deve ser examinado. Os médicos precisam ter melhores previsões de qual paciente pode piorar rapidamente ou tenha maior risco de morrer. Decisões para moldar a saúde pública e reiniciar a economia deve se apoiar na ciência. Se for possível determinar quantas pessoas foram infectadas e estão imunes, pode-se definir se é seguro voltar ao trabalho. Isso vai depender do nível de infecção ainda em curso, a exposição no trabalho, e a possibilidade de detectar novos casos. Se guiados pela ciência, pode-se em breve reabrir hotéis, restaurantes e locais para diversão e lazer, assim que o vírus estiver fora de cena.

Tais medidas podem reduzir o número de infectados e consequentemente o número de óbitos evitáveis. Assim, como o contrário também é verdadeiro, com a adoção de meias medidas contra o vírus corre-se o risco de sobrecarregar a economia, aumentar as doenças, gastos e diminuir o comércio.

Vale destacar que enquanto trabalha-se para superar os impactos da epidemia na área da saúde, na economia e na vida cotidiana, faz-se necessário que paralelamente se pense em estratégias para lidar com o coronavírus ao longo do tempo, e isso inclui uma vacina segura e eficaz para proteger a todos.

A derrota ao vírus e ações que reflitam para um reequilíbrio econômico faz-se urgente e exige a colaboração de todos.

Artigo comentado:

https://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMe2007263?articleTools=true

April 1, 2020 - DOI: 10.1056/NEJMe2007263



Profª Ma. Denilse Damasceno Trevilato

Mestra em Ensino na Saúde pela UFCSPA

Enfermeira Assistencial do Centro Cirúrgico do Hospital Moinhos de Vento

Doutorando em Enfermagem –Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)


Profª Dra. Patrícia Treviso

Doutora em Ciências da Saúde pela PUCRS

Professora Assistente da Escola de Saúde: Enfermagem da Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS)


Profª Dra. Rita Catalina Aquino Caregnato

Doutora em Educação pela UFRGS

Professora Adjunta IV do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)