COVID- 19: SAÚDE MENTAL E HABITAÇÃO PRECÁRIA


A Organização Mundial de Saúde (OMS) fez um alerta para o aumento dos níveis de estresse devido a pandemia e recomenda as pessoas buscarem informações apenas em fontes confiáveis uma a duas vezes ao dia.

Recomendações sobre a proteção da saúde mental foram desenvolvidas pelo Departamento de Saúde Mental e Uso de Substâncias da Agencia da Saúde da ONU, as orientações de 31 pontos da OMS abrangem a população em geral, profissionais da saúde, gerentes de unidades de saúde, prestadores de cuidados infantis, idosos, pessoas com condições de saúde pré-existentes e aqueles que estão isolados para tentar conter a propagação da pandemia.

Destaca-se que as recomendações aos profissionais de saúde é a proteção contra o estresse crônico e a saúde mental, quanto as crianças a manutenção próximas aos pais e familiares, caso contrário, manter o contato por telefone ou vídeo chamada. Já as pessoas mais vulneráveis a OMS salienta a importância de transmitir apoio e instruções de forma respeitosa. Para as mulheres que amamentam e adoecem não devem ser separadas de seus recém-nascidos, dentre outros pontos essenciais para não aumentar os níveis de estresse.

Embora não haja evidências de que a doença possa ser transmitida através do leite materno, o UNFPA orientou as mães infectadas a usarem uma máscara quando estiverem próximas dos filhos, bem como lavar as mãos antes e depois da alimentação e desinfetar as superfícies contaminadas.

Outro ponto que merece destaque quanto a saúde mental é o fato de ela estar relacionada diretamente as habitações precárias em época de isolamento social. Os governos do mundo estão unindo esforços para sanar o déficit habitacional, buscando meios para construir novas casas ou realizar melhorias, tendo em vista que nos países em desenvolvimento duas em cada três famílias necessitam melhorar a qualidade habitacional ou de uma nova construção (BANCO MUNDIAL, 2020).

E com habitações precárias expostos estão as famílias pobres ou extremamente pobres, quanto as suas vidas e a sua saúde mental, embora seja um problema invisível socialmente ou pouco discutido.

Os estudos realizados mostram que viver em casas inadequadas pode causar consequências a saúde mental, tais como: diminui a autoestima o que está associado diretamente com o bem viver da própria identidade (ROHE; STEGMAN, 2007); aumenta os níveis de depressão e estresse podendo relacionar a violência doméstica, tendo em vista o espaço compartilhado com muitas pessoas a possibilidade de aumentar a tensão é maior (BARNES et al, 2013) e, por fim, aumentar o estresse pós-traumático (PTDS) quando vivenciam algo de maior proporção existe o trauma que a situação causou, um dos exemplos utilizados é após terremoto e a perda de dos entes queridos.

A saúde mental está ligada a diversos fatores no indivíduo, seja na esfera individual ou coletiva. E em tempos de pandemia, onde o isolamento social é a única maneira de diminuir a propagação do vírus, a habitação deve ser observada como um dos principais motivos para manter a saúde mental, infelizmente em muitos países em desenvolvimento com diversos problemas sociais e de distribuição de renda, como é o caso do nosso, talvez seja a oportunidade para pensar que habitações com qualidade e garantia da dignidade humana significam também melhores resultados em saúde pública.

Nesta perspectiva percebemos a necessidade de, através dos diversos meios, divulgar para a população informações que orientem e ofereçam apoio como forma de auxilio e proteção.


https://nacoesunidas.org/covid-19-saude-mental-na-era-do-novo-coronavirus/

https://blogs.worldbank.org/es/voces/tres-maneras-de-mejorar-las-condiciones-de-vivienda?cid=ECR_FB_worldbank_ES_EXT

ROHDE, William M.; STEGMAN, Michael A. The Effects of homeownership: on the self-esteem, perceived control and life satisfaction of low-income people. Journal of the Americam Planning Association. Volume 60, 1994.

BARNES, Matt; CULLINANE, Carl; SCOTT, Sara; SILVESTER, Hannah. People living in bad housing – numbers and health impacts. NatCen: Social Research thar works for society, 2013.


Cleusa Maria Rossini

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS-UNIJUÍ)


Fernanda Gewehr de Oliveira

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS-UNIJUÍ)


Prof. Drª. Christiane de Fátima Colet

Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS)

Docente Colaboradora do Programa de Pós-Graduação Stricto-Sensu em Atenção

Integral à Saúde (PPGAIS)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul


Prof. Dr. Daniel Rubens Cenci

Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos (PPGDH)

Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul


Prof.ª Drª. Eniva Miladi Fernandes Stumm

Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde (PPGAIS)

Programa de Pós-Graduação em Sistemas Ambientais e Sustentabilidade (PPGSAS)

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul