COVID-19: MELATONINA COMO UM POTENCIAL TRATAMENTO ADJUVANTE


A melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina) é uma molécula bioativa com uma variedade de propriedades para a saúde. Utilizada no tratamento de distúrbios do sono, delírios, aterosclerose, doenças respiratórias e infecções virais. Pesquisas documentaram os efeitos positivos da melatonina no alívio da dor respiratória aguda, estresse induzido por vírus, bactérias, radiação, etc.

Tendo em vista que existem hipóteses de que que inflamação excessiva, deficiências no sistema imunológico e aumento de citocinas contribuem para à patogênese do COVID-19, e a melatonina poderia complementar o tratamento deste doença, como medicamento adjuvante na regulação do sistema imunológico, inflamação e oxidação, fornecendo também, suporte para pacientes com Lesão Pulmonar Aguda / Síndrome Aguda do Desconforto Respiratório e complicações relacionadas.


Efeitos Antivirais da Melatonina: Mesmo não sendo considerada um medicamento antiviral, a melatonina possui ações indiretas, devido ao seu efeito antiinflamatório, sendo capaz de reduzir citocinas pró inflamatórias, que estão com produção aumentada em processos inflamatórios e com ações antioxidantes. Em infecções virais são gerados constantemente radicais livres, atuando a melatonina como antioxidante na regulação de enzimas oxidativas. As ações antiinflamatórias e antioxidantes da Melatonina podem auxiliar no reforço imunológico.

Estudos utilizaram melatonina para tratar recém-nascidos com dificuldade respiratória, evidenciando as ações antioxidantes e anti-inflamatórias desta no pulmão. Assim, é provável que o uso de melatonina poderia apresentar benefício no controle da inflamação e oxidação em indivíduos infectados com coronavírus.


Melatonina e Imunidade: Quando o vírus é inalado e infecta células epiteliais respiratórias, as células dendríticas fagocitam o vírus e apresentam antígenos nas células T. A melatonina exerce ações regulatórias no sistema imunológico e melhora diretamente a resposta imune, melhorando a proliferação e a maturação das células matadoras naturais, T e B linfócitos, granulócitos e monócitos, tanto na medula óssea quanto outros tecidos.



Melatonina e demais efeitos: A melatonina pode ter um efeito preventivo contra lesão renal induzida por sepse, cardiomiopatia séptica e lesão hepática.

Também foi relatado que a melatonina teve benefícios em pacientes infarto do miocárdio, cardiomiopatia, cardiopatias hipertensivas e hipertensão pulmonar.

Além disso, a melatonina exerce proteção neurológica, reduzindo a resposta inflamatória cerebral, edema cerebral e permeabilidade da barreira hematoencefálica sob várias condições experimentais.

A aplicação de melatonina reduziu o uso de sedação e a frequência de dor, agitação, ansiedade. Além disso, estudos recentes mostram que a melatonina melhora a qualidade do sono em pacientes na UTI.


Portanto, a justificativa para o uso de melatonina em pacientes com COVID-19 justifica-se pela atenuação dos distúrbios respiratórios induzidos por infecção, mas também na melhoria e prevenção gerais dos bem-estar e possíveis complicações. A utilização da melatonina a curto prazo é considerada segura, entretanto seu efeito quando administrado a pacientes com COVID-19 deve ser cuidadosamente monitorado uma vez que não existem estudos clínicas in vivo que avaliam os efeitos de Melatonina no tratamento de COVID. Assim, os resultados acima apresentados baseiam-se nos efeitos da Melatonina para sintomas de COVID mas não em pacientes infectados.



ZHANG, Rui et al. COVID-19: Melatonin as a potential adjuvant treatment. Life Sciences, p. 117583, 2020.



Greissi Tatieli Franke Tremêa.

Graduada em Estética pela UNIJUÍ. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde (UNIJUÍ-UNICRUZ)


Dra. Christiane de Fátima Colet

Docente do Programa de Pós-Graduação em Atenção Integral à Saúde (UNIJUÍ-UNICRUZ)