COMUNICAÇÃO COMO MEDIDA DE PROTEÇÃO DA SAÚDE EMOCIONAL DAS CRIANÇAS EM MEIO A PANDEMIA
Artigo científico publicado recentemente em periódico internacional, discorre sobre a exposição das crianças a altos níveis de estresse e ansiedade, oriundos da repentina mudança em sua rotina diária e infraestrutura social, no momento em que o mundo está focado em instituir medidas para frear a transmissão do Coronavírus e os efeitos econômicos decorrentes da nova pandemia (COVID-19), repleto de informações, permeadas de sentimentos de insegurança e medo.
Pesquisas apontam que mesmo crianças menores de 2 anos percebem as mudanças ao seu redor. Destacam que os adultos ao conversar com as crianças devem respeitar o nível de compreensão para cada fase do desenvolvimento infantil e informá-los sobre os riscos das doenças de forma clara, sensível e eficaz. Crianças de 4 a 7 anos tem pensamento mágico, capaz de associar a doença a algum tipo de punição por comportamento inadequado. Por isso é importante, em princípio, ouvir o que elas estão entendendo sobre o Covid-19 e, a partir de suas dúvidas, explicar de forma precisa e honesta o que está ocorrendo, a fim de reduzir o estresse, ansiedade, estabelecer uma relação de proteção mútua, de maneira a garantir bem estar psicológico da família, a longo prazo.
As crianças estão sintonizadas e são influenciadas pelo estado emocional dos adultos. Adultos estes que, em meio a pandemia, demonstram preocupação e apresentam alterações psicológicas frente as incertezas, o que pode comprometer a capacidade de reconhecer sinais de sofrimento e angústia nas crianças. Mudanças na rotina diária das crianças, tais como ausência dos avós e do contato social que lhes proporcionava resiliência a eventos desafiadores, pode se manifestar por ansiedade e comportamentos tristes.
Profissionais de saúde atendem hoje uma demanda sem precedentes, focada na atenção ao adulto. Entretanto, as crianças e jovens representam um percentual de 42%, contingente substancial da população mundial. Como profissionais de saúde e mestrandas , não podemos ignorar os efeitos psicológicos da Covid-19, tanto imediatos, quanto de longo prazo. Nesse sentido, é premente estabelecer estratégias de enfrentamento com uma boa comunicação com as crianças, focada na psicoeducação, sem deixa-las que lidem sozinhas com seus sentimentos com vistas a atenuar os efeitos emocionais decorrentes desta pandemia.
Artigo comentado:
DALTON, L.; RAPA, E.; STEIN, A. Protecting the psychological health of children through effective communication about COVID-19. The Lancet. March 31, 2020.
https://doi.org/10.1016/S2352-4642(20)30097-3
Carmen Cristiane Schultz
Simone Minuzzi Catto Vaz
Mestrandas do Programa de Pós- Graduação em Atenção Integral à Saúde PPGAIS - UNIJUÍ/UNICRUZ
Prof.ª Dr.ª Eniva Miladi Fernandes Stumm
Departamento de Ciências da Vida (DCVida)
Programa de Pós- Graduação em Atenção Integral à Saúde (PPGAIS)
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- UNIJUÍ