joseellisripperfilhot61
Jose Ellis Ripper Filho T61
AEITA Rio ...
O Ezequiel T64 encontrou com o Ripper e convidou-o para falar em um de nossos Encontros de 2009. Ele topou! Agora é só acertar os detalhes...
Como o Ezequiel não faz trabalho pela metade, já enviou um artigo sobre o Ripper:
Na década de 1960, a transmissão de dados por sinais luminosos em
fibras ópticas se tornou uma forte candidata a substituir,
gradativamente, os sistemas baseados em fios de cobre nos sistemas de
telefonia. Duas limitações, no entanto, impediam o desenvolvimento da
tecnologia: as grandes perdas de luz durante a transmissão e o
excessivo calor que os lasers geravam. Enquanto o professor Zeferino
Vaz fundava, em 1966, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp),
pesquisadores de diversos países reunidos em empresas e universidades
norte-americanas estavam em busca de soluções para o uso da
tecnologia, que só foram vencidas em 1970.
Foi quando a empresa norte-americana Corning fabricou a primeira fibra
óptica com baixa perda de luz e, nos Laboratórios Bell, da AT&T, foi
desenvolvido um tipo de laser capaz de operar à temperatura ambiente.
Três pesquisadores brasileiros que estavam nos Estados Unidos e
acompanharam de perto as descobertas – Rogério Cerqueira Leite, Sérgio
Porto e José Ripper Filho – aceitaram o convite de Vaz e retornaram ao
Brasil para liderar, na Unicamp, pesquisas na área.
Em 1972, o governo brasileiro criou a Telebrás e investiu nos grupos
acadêmicos existentes para o desenvolvimento da tecnologia de
fabricação das fibras. O principal resultado desses investimentos foi
obtido em abril de 1977, quando a primeira fibra óptica brasileira foi
puxada em uma torre de dois metros de altura do Instituto de Física
Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. "A fibra óptica não foi inventada no
Brasil, mas revolucionou os serviços de comunicação no país por ter
sido capaz de modificar o mercado ao substituir as tecnologias até
então existentes", disse José Ripper Filho, que em 1971 era chefe do
Departamento de Física Aplicada do IFGW, à Agência FAPESP.
Ripper Filho foi um dos protagonistas da criação da primeira fibra
óptica brasileira que esteve presente no evento "30 anos da fibra
óptica brasileira", na tarde desta terça-feira (22/5/2007), em
Campinas. "Percebemos na hora certa a possibilidade de uma mudança
radical nos conceitos das comunicações ópticas no país. Ficamos na
fronteira do conhecimento em fibras ópticas até o fim da década de
1980", disse Ripper Filho.
A transferência da tecnologia para a indústria nacional ocorreu por
meio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações
(CPqD), o então centro de pesquisa e desenvolvimento da Telebrás, no
qual foi montada a planta piloto de fabricação das fibras.
Estabelecida em Campinas, a empresa nacional ABC X-Tal contratou
pessoal do Grupo de Fibras Ópticas da Unicamp e assinou contrato de
US$ 6 milhões com a Telebrás para produzir 2 mil quilômetros de fibra
óptica. O primeiro lote de 500 quilômetros foi entregue em agosto de
1984.
"Na década de 1990, no entanto, eventos como o processo de abertura
comercial, mudanças na política industrial e a globalização limitaram
o projeto nacional de comunicações ópticas e a maior parte das
empresas nacionais perdeu força de mercado", lembrou Ripper Filho,
atual presidente da AsGA, empresa nacional de equipamentos de
comunicações ópticas. Atualmente, o CPqD continua transferindo
tecnologia à indústria, não mais para a produção da fibra, mas para
para a fabricação de equipamentos de comunicações ópticas por empresas
nacionais como AsGA, Padtec e Digitel.
"O problema é que as principais concorrentes dessas empresas são
oriundas da China, dos Estados Unidos e da Europa, que faturam, em
média, 20 vezes mais", disse o presidente do CPqD, Helio Machado
Graciosa, também presente no evento em Campinas. Para ele, como o
Brasil ainda domina a tecnologia de fabricação e transmissão de dados
por fibras ópticas, o maior desafio na área para os próximos anos é
fomentar a criação de uma grande indústria brasileira "que tenha poder
comercial e logístico no mercado internacional".
"A definição de sucesso em comunicações ópticas é ter as tecnologias
nacionais aplicadas no mercado. E isso hoje deve ser perseguido pela
indústria, pois a capacitação tecnológica está instalada em várias
universidades, indústrias e operadores de comunicação. A Unicamp não
tem mais o monopólio tecnológico. A semente plantada há 30 anos
frutificou", conclui Graciosa.
O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a dominar a tecnologia
de fibras ópticas, ainda no final dos anos 70. Essa vitória se deveu,
em grande parte, ao trabalho do professor José Ellis Ripper Filho, na
Unicamp. Acreditando nas perspectivas da fotônica, ou seja, das
comunicações via fibras ópticas, Ripper fundou em 1989 a AsGa, empresa
constituída para produzir lasers semicondutores de arseneto de gálio e
outros produtos de microeletrônica. O processo de abertura acelerada
do mercado brasileiro no governo Collor tornou inviável a produção
nacional de lasers, mas a empresa partiu para novos segmentos e
sobreviveu.
O aumento contínuo da velocidade dos sistemas de transmissão de
informações e telecomunicações deve-se ao uso da luz em sistemas de
comunicações. So com o uso de comunicações ópticas (baseadas em luz) é
possível atingir hoje velocidades de transmissão de centenas de
Gigabits por segundo. Isto se tornou possível a partir da descoberta
de fibras ópticas com baixas perdas de luz, ocorrida nos anos 70. O
Brasil entrou cedo nesta atividade, com a instalação do Projeto de
Pesquisa em Sistemas de Comunicação por Laser no Instituto de Física
da Unicamp em 1973, financiado pela Telebrás. Este projeto foi
liderado pelo prof. José Ellis Ripper Filho.
Em 1977 foram fabricadas as primeiras fibras ópticas nos laboratórios
do Instituto de Física Gleb Wataghin. Em 1978 a tecnologia começou a
ser transferida para o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da
Telebrás, o CPqD, em Campinas. Este processo ilustra uma
característica fundamental da transferência de tecnologia entre
organizações - o sucesso do projeto se deveu à transferência de
cientistas da Unicamp para o CPqD. Em 1983 a tecnologia foi
transferida do CPqD para a empresa ABC Xtal, localizada também em
Campinas (vizinha do CPqD). Novamente a transferência de cérebros foi
fundamental, com a migração de cientistas do CPqD (muitos vindos da
Unicamp) e da Unicamp para a ABCXtal.
Campinas não virou pólo tecnológico por acaso. Se as grandes empresas
de telecomunicações e informática se instalaram na região nos últimos
anos, com a abertura do mercado, foi porque já existiam recursos
humanos de alta qualidade formados por universidades como a Unicamp. O
Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), da Unicamp, pesquisa na área
de comunicações ópticas desde 1971. O primeiro contrato de pesquisa &
desenvolvimento (P&D) feito no Brasil foi feito entre a Unicamp e a
Telebrás em 1974. Em 1976, a primeira fibra óptica nacional levou à
criação do Centro de Pesquisa & Desenvolvimento (CPqD), com
pesquisadores do instituto, na cidade. Em 1978, eles também fariam o
primeiro laser de diodo da América Latina. O que aquele grupo de
cientistas - muitos deles vindos dos EUA, onde trabalhavam em centros
de pesquisa como o Bell Labs - não imaginava é que, ao longo dos 20
anos seguintes, muitos se tornariam empresários. Diversas pequenas
empresas nasceram das atividades do IFGW ao longo desse período, como
AsGa, Fotônica, Xtal, Unilaser, Optolink, Ecco, AGC NetTest e Laser
Lab. Em 2000, essas empresas faturaram mais de R$ 250 milhões em
conjunto.
A Xtal Fibras Ópticas, (comprada pela Fiber Core. EUA), agora
denominada Xtal Fibercore Brasil, é hoje o maior fabricante de fibras
ópticas no Brasil produzindo anualmente mais de 1.100.000 km de fibras
ópticas - 35% das fibras comercializadas no país. O faturamento anual
da empresa é superior a 45 milhões de dólares e 20% de sua produção é
destinada à exportação. O programa de pesquisa e desenvolvimento de
tecnologia para fabricação de fibras ópticas do Instituto de Física da
Unicamp, do CPqD e da Abc Xtal tem todos os elementos essenciais do
desenvolvimento tecnológico: a universidade gerando conhecimento
fundamental competitivo internacionalmente e formando recursos
humanos, o centro de pesquisas ligado à empresa desenvolvendo a
tecnologia e a empresa prosseguindo continuamente no desenvolvimento
da tecnologia empregando para isto os cientistas e engenheiros
formados na universidade. Não sem razão este programa foi qualificado
como "um dos poucos e talvez o melhor exemplo de programa de P&D bem
sucedido, no País".
A peculiaridade neste caso é que a transferência de tecnologia se deu
em conjunto com a tranferência de recursos humanos. Hoje altos
dirigentes da ABC Xtal são pesquisadores que lideraram o projeto na
Unicamp nos anos 70. Além destes profissionais, técnicos e alunos
deixaram a Universidade e foram para a empresa, num processo
enriquecedor para ambas as empresas. O êxito da ABC XTAL, tal como o
observado no desenvolvimento do sistema TROPICO de centrais
telefônicas, fez os preços internacionais despencarem. Assim, enquanto
que no início de sua produção a ABC XTAL vendia em 1986 fibras óticas
ao preço de 0,02US$/metro o respectivo preço internacional era de
0,6US$/m. Uma década mais tarde, em 1996, os preços da ABC XTAL e os
preços internacionais ficam praticamente iguais, em torno de
0,1US$/metro. No mesmo período a produção da ABC XTAL saltou de
20Km/ano para 250Km/ano.
A AsGa é resultado da luta do prof. José Ripper, mestre e PhD pelo
famoso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Nos anos 70,
Ripper trabalhava em pesquisa nos Laboratórios Bell, num projeto de
laser de semicondutor capaz de operar continuamente em temperatura
ambiente. A pesquisa vitoriosa baseava-se nas idéias do cientista
russo Zhores Alferov, do Instituto Yoffe de São Petersburgo, que
ganhou o prêmio Nobel de Física do ano passado. Desde aquela época,
Ripper tinha certeza de que as comunicações ópticas iriam ter a
importância e o desenvolvimento extraordinários que têm hoje. A
estratégia posta em prática foi a de aproveitar a oportunidade única
ensejada por uma tecnologia nascente para inserir o Brasil na
vanguarda do processo. Sua tese foi aceita pela Telebrás e pelo
Ministério das Comunicações, que passaram a apoiar as pesquisas na
Unicamp para que o País entrasse nesse segmento e acompanhasse de
perto o desenvolvimento da nova tecnologia, juntamente com os países
desenvolvidos, como efetivamente ocorreu. Ripper comandou, então, uma
equipe no Laboratório de Pesquisas em Dispositivos (LPD) do Instituto
de Física. O financiamento mais pesado de um projeto como esse só
poderia vir de uma empresa do porte da Telebrás.
O diretor da AsGa Microeletrônica, José Ellis Ripper Filho, engenheiro
formado no ITA e pós-graduado no MIT que, ao voltar dos EUA,
participou das pesquisas em comunicações ópticas da Telebrás. "Nunca
pensei em trabalhar em empresa", diz Ritter. Mas nos anos 80 ele seria
diretor técnico da Elebra, empresa do grupo Docas de Santos, que
fracassaria no Plano Cruzado e mais tarde seria vendida para o Itaú.
Em 1989, Ritter e seus sócios compraram a parte dedicada à fabricação
de componentes para fibra óptica. Novo fracasso viria com a abertura
aos importados no governo Collor. "A indústria nacional de componentes
eletrônicos era muito boa, mas não teve como competir. As empresas
começaram a importar os equipamentos inteiros." A reconstrução
começariam nos anos de 92 e 93 e, apesar da crise, não se perderam os
clientes. "Então decidimos verticalizar a empresa", conta Ritter.
"Passamos a fabricar equipamentos ópticos, importando a maior parte
dos componentes."
Paralelamente, outro pesquisador, Rege Scarabucci, iniciou um projeto
de transmissão digital, na Faculdade de Engenharia da Unicamp, sob a
coordenação de Ripper e com apoio da Telebrás, antes da criação do
CPqD. Todo esse esforço inicial ganhou novas dimensões e, com o
trabalho do CPqD, a partir de 1976, tornou-se viável o desenvolvimento
e a produção industrial de fibras ópticas, de sistemas de transmissão
e comutação digitais, de que é exemplo as centrais telefônicas
Trópico.
Para Alencastro e Silva, ex-presidente da Telebrás, o melhor resultado
dos projetos iniciados pela Unicamp e CPqD bem como pela USP na área
de comutação digital não foram os produtos que dali nasceram, mas,
sim, "a formação de pesquisadores e de profissionais de alto nível,
num processo único de criação de competência brasileira em setores de
tecnologia de ponta." A criação da AsGa em 1989 contou com o apoio de
João Augusto MacDowell, empresário do setor automotivo e colega de
turma de Ripper no ITA, que não só forneceu recursos, mas ensinou os
pesquisadores a gerir uma empresa. Atualmente, participam como sócios
e diretores da indústria Francisco Mecchi e o Francisco Prince,
pesquisadores que se juntaram ao projeto da Unicamp em 1974. Em anos
mais recentes, veio Cláudio Gouveia, ex-IBM, para cuidar de logística
e do programa industrial.
Depois de vencer todos os desafios, a AsGa se consolida na área de
fotônica, produzindo os primeiros modens ópticos capazes de funcionar
de menos 10 a mais 65 graus C, e destinados tanto para exportação como
para uso em ambientes externos no Brasil. Com esse avanço, o Brasil é
um dos poucos países do mundo a desenvolver um projeto tão ambicioso
quanto o de um sistema SDH, de hierarquia digital síncrona, para
transmissão óptica em altíssima velocidade.
Um físico fluminense, doutorado na Universidade da Califórnia, em
Stanford, Estados Unidos, dono de extrema habilidade para construir
máquinas e testemunha da criação da primeira rede de fibra óptica no
Brasil. Outro físico, professor ainda enquanto cursava os últimos anos
da graduação e um dos primeiros profissionais brasileiros
especializados em fibra óptica. E um especialista em software hábil em
administração e dono de visão de negócio estratégica. Francisco
Smolka, Ildefonso Félix de Faria Júnior e Renato Toi dirigem e
acompanham o dia-a-dia da OptoLink Indústria e Comércio, empresa que,
com os incentivos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (Fapesp), desenvolve componentes para redes de fibras ópticas.
Com sete funcionários na linha de produção e quatro estagiários em
projetos de desenvolvimento de tecnologia, a empresa se prepara para
comercializar produtos no mercado externo e enfrentar a forte
concorrência chinesa. Querem duplicar o faturamento anual, atualmente
na faixa de R$ 1 milhão.
A OptoLink faz parte do arranjo produtivo de Campinas ligado à
fotônica, nome dado às tecnologias ligadas ao emprego industrial de
instrumentos que envolvem luz, como raios laser e fibras ópticas. O
foco da empresa é desenvolver e vender componentes utilizados em
linhas de fibra óptica para condomínios, fábricas, escolas e
universidades. Esses componentes amplificadores, acopladores, fontes
de luz e sistemas de monitoramento servem, principalmente, para
garantir que o sinal que contém informação se mantenha constante ao
viajar dentro da fibra.
A empresa nasceu em agosto de 1998, como um braço de pesquisa e
desenvolvimento da AGC, empresa paulistana ligada a telecomunicações.
Além dos investimentos da AGC, Ildefonso conseguiu também recursos
públicos: "Uma parte importante do dinheiro veio do Pipe (o programa
Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas, da Fapesp) para aplicar no
desenvolvimento", lembra. Com essa verba, a OptoLink conseguiu
financiar a pesquisa que resultou, depois de dois anos, na produção de
amplificadores ópticos. Apesar de terem conseguido desenvolver a
tecnologia dos amplificadores, a OptoLink não conseguiu vender o que
tinha acabado de produzir, pois as operadoras de telecomunicações
compravam de grandes multinacionais os sistemas de transmissão de
informações completos. E essas multinacionais, como a Lucent e a
Ericsson, adquiriam esses produtos do exterior. Além disso, a essa
altura, a OptoLink já não tinha mais a AGC como sócia. A parceira foi
vendida para um grupo multinacional, que não investiria em pesquisa e
desenvolvimento no Brasil. Sabendo disso, Ildefonso teve de comprar os
60% da participação da AGC.
Assim, o empresário teve a idéia de fabricar não os amplificadores,
mas alguns de seus componentes. A OptoLink decidiu investir nesses
equipamentos depois de perceber que se tratava de um mercado que
movimentava milhões de reais no Brasil. "Existia a possibilidade de
vender acopladores por um preço muito competitivo em relação aos
provenientes de países asiáticos. Então, pedi verba adicional para
desenvolver a tecnologia industrial de acopladores ópticos e a Fapesp
concordou", diz Ildefonso. Os acopladores ópticos significaram a
primeira conquista da OptoLink, quando a empresa ainda era incubada no
Pólo de Empresas de Alta Tecnologia de Campinas, o Ciatec, ligado à
prefeitura da cidade. Com a venda de acopladores, a empresa conseguiu
dobrar o faturamento ano a ano, entre 2000 e 2003. A OptoLink fabrica
doze tipos de acopladores adaptados aos diferentes comprimentos de
onda dos sinais luminosos e às diferentes características da linha e,
de acordo com Ildefonso, deve desenvolver outros, pois tem crescido o
número de aplicações. "A tecnologia de acopladores é conhecida na
literatura há mais de 20 anos. Mas foi implementada na prática pela
primeira vez no Brasil, em escala industrial, por nós", conta
Ildefonso.
Os diretores estudaram e começaram a trabalhar na década de 1970,
época em que o Brasil investia pesadamente em pesquisa e
desenvolvimento em telecomunicações e a tecnologia nacional não estava
muito atrás da americana, européia ou japonesa. Smolka trabalhou até
2001 na ABC XTal, que chegou a ser a única produtora de fibra óptica
no País. Já Ildefonso trabalhou com fibra óptica, lasers e
semicondutores durante quinze anos no Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento (CPqD), da extinta Telebrás. Sentindo-se incomodado
com a decisão do governo de abandonar o desenvolvimento de lasers e
fibra óptica, ele decidiu criar uma empresa para explorar essa
tecnologia.
Transformado em fundação privada em 1998, durante o governo de
Fernando Henrique Cardoso, o CPqD é uma das maiores instituições de
pesquisa em telecomunicações do mundo. Com mais de duzentas patentes
depositadas, o órgão foi o responsável pelo desenvolvimento de
projetos de comunicação sem fio, dos telefones públicos operados por
fichas e cartões e da fibra óptica. Para isso, o CPqD contou desde sua
origem, em 1975, com o trabalho de professores e alunos do Instituto
de Física da Unicamp, caso de Ildefonso. As pesquisas desenvolvidas na
universidade e no centro de pesquisa resultaram na formação do maior
pólo de empresas de telecomunicações do Brasil.
A idéia básica da fibra óptica é transmitir informações à velocidade
da luz. Feixes de luz percorrem o interior de um fio de 0,1 milímetro
de diâmetro, levando informações codificadas em sinais de luz. Ocorre
que parte dessa energia luminosa pode ser perdida ao longo da linha, o
que impediria a comunicação de longa distância. Para contornar o
problema da atenuação do sinal de luz, existem os amplificadores
ópticos, instrumentos compostos de uma fibra especial e um laser que
fornece energia adicional. Normalmente são usados na origem da linha,
junto à fonte de luz, mas, dependendo da distância, também podem ser
instalados ao longo da linha de fibra óptica ou em seu final. Os
amplificadores foram os primeiros componentes fabricados pela
OptoLink, criados com os conhecimentos de física e eletrônica de seus
sócios. Já os acopladores ópticos são componentes de três milímetros
de diâmetro produzidos a partir da fusão de fibras ópticas. Eles podem
combinar ou separar sinais luminosos, permitindo que a mesma fibra
seja usada para enviar e receber dados, o que reduz o custo de
construção dos sistemas de transmissão. "Quando transmitimos e
recebemos sinais, normalmente precisamos de duas fibras. Mas podemos
colocar os dois sinais na mesma fibra. Fazendo um paralelo com
eletricidade, seria um "benjamim óptico?", explica Ildefonso.
Fabricados com uma tecnologia de fusão das fibras, os acopladores são
o carro-chefe da OptoLink. E, mais recentemente, a empresa começou a
desenvolver e comercializar sistemas de monitoramento de linhas de
fibras ópticas usadas em plantas industriais. Ildefonso explica que,
sem o sistema, a empresa poderia perder a comunicação com a planta e
nem ficar sabendo disso, caso as linhas de fibra óptica se rompessem.
Com o sistema, a empresa seria alertada e poderia tomar providências
para evitar a interrupção da produção.
Fonte:
http://www.santista.com.br/fundacao/galeria/exatas/pagina.htm
http://www.mct.gov.br/publi/compet/krieger.pdf
http://www.ifi.unicamp.br/IFWeb-PT/comunicacoesopticasnoifgw.htm
http://www.estado.estadao.com.br/colunistas/siqueira/2001/11/siqueira011125.html
acesso em março de 2002
http://www.unb.br/acs/acsweb/clipping/sucesso.htm
acesso em março de 2003
http://www.universiabrasil.net/inove/noticia.jsp?noticia=68
acesso em novembro de 2005
Cronologia do Desenvolvimento Científico e Tecnológico Brasileiro,
1950-200, MDIC, Brasília, 2002, páginas 201, 401
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=7180