200607comentarios

20/06/07 Comentarios

AEITA Rio Chamada Presentes Comentarios Fotos Contas

Relato de : Fernando Coelho de Souza (ELE 59)

Reunião e palestras diferentes. Parece marca registrada das reuniões da AEITA. Iteanas, Coopeadianos, FGVianos e Iteanos.

A Christianne Basílio (T00*) existe, estava lá e também a Renatha (T05). Parabéns ao Eduardo Fontes (T95), Teixeira (T74) e Floriano (T93). Apoio excelente do Puppim (T89).

Foi um agradabilíssimo bate papo a cinco vozes. Nenhum recurso áudio visual.

Cinco anos atrás a Abril pede uma pesquisa sobre as cidades que mais facilitam as carreiras. Moisés pensou que seria uma barbada. Não foi. Não havia trabalho sistemático sobre isso. Reuniu um grupo que trabalhava sobre Carreira, inclusive em tese de doutorado e começa a entender o que é carreira.

Há um novo enfoque: carreira é a trajetória do indivíduo em sua vida profissional em qualquer profissão. Rapidamente, a imprevisibildade nas carreiras aparece. Exceção para as carreiras públicas, militar e religiosa: há mais constância.

Houve uma mudança nas empresas que se reflete no mercado de trabalho.

O profissional tem que se adaptar e a individualidade aparece, pois cada um é responsável por sua própria carreira. Precisa estar atualizado e na ponta do conhecimento para favorecer sua empregabilidade.

Uma pesquisa mostra que entre os formados só 5% se mantêm na carreira original após cinco anos. Uma das razões deste processo é que a geração que chega ao mercado é a geração de tecnologia e empurra muitos para fora. Não atualizado, dança. São os nativos digitais! São capazes de fazer 3, 4 ou cinco coisas ao mesmo tempo. O que acontece?

Parte dos no mercado busca refúgio no setor público como alternativa ou opção.

Os novos têm empresa individual, são pessoas jurídicas e precisam providenciar sua própria previdência, não mais a cargo do empregador.

Os termos são empregabilidade e trabalhidade. “Preciso arranjar trabalho e estar apto, preparado.”

O individualismo versus o coletivo foi imposto. A reação é essa.

Há lealdade com a empresa?

Lealdade tem uma conotação emocional, comprometimento para ser mais adequado. O indivíduo está comprometido com o trabalho e grupo em que trabalha e ..... consigo mesmo. “Quero ter este resultado do trabalho no meu currículo.”

Motivação, desafio e retenção continuam sendo importantes, mas as empresas talvez não saibam como agir. Um mundo imprevisível.

A academia não está preparada para este mundo. Não sabe o que fazer. Exemplo são dois cursos na FGV, economia e administração, acho. Para que dois cursos se vão disputar as mesmas vagas?

Os órgãos reguladores atrapalham. O CREA não ajuda o engenheiro, o cerceia. Mudança rápida e órgão lento!

A reunião foi um bate papo com cinco pessoas atuantes. Descobrimos que as opiniões não precisavam estar certas ou erradas, convivem neste ambiente.

Houve muito a colocação de opiniões sem a discussão se certo ou errado. Muito "e" e pouco "ou"!

As pessoas da FGV se revezavam dando opiniões e colocações. Um bocado de talento exposto de forma simples e com erudição.

Quem não foi perdeu. Perdeu muito.

Não tenho capacidade de expor todo o debate de idéias, de colocações pertinentes.

Coloquei ao final um discurso atribuido a Bill Gates, que se aplica, creio eu.

Pediria ao Fontes que mandasse cópia deste e-mail aos da COPPE e ao Puppim que enviasse ao Balassiano e demais da FGV. Este e-mail reflete minha opinião.

Reunião em uma palavra: imperdível

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Relato de : Floriano Salvaterra (T93) – Coordenador do GDC da AEITA Rio

Caros colegas iteanos,

Apresento abaixo o relato da palestra GESTÃO DE CARREIRAS: Dilemas e Perspectivas

Moisés Balassiano, 56 anos, filho da época "Baby Boomer" como se auto define.

Estavam presentes os dois coordenadores da elaboração do livro: Moisés Balassiano e Isabel de Sá Affonso da Costa. E mais três colaboradores dos artigos do livro: Joaquim Rubens Fontes Filho, Anna Heloísa da Costa Lemos e Denise Medeiros Ribeiro Salles.

Frase marcante da palestra: "Total imprevisibilidade do mercado de trabalho atual."

Exceções: Carreiras pública, militar e religiosa.

Hoje o mercado de trabalho mudou. Essa mudança, também, afetou as relações de trabalho e conseqüentemente mudou o sentido da carreira. A relação que se estabelece entre empresa-funcionário passa a ser uma relação utilitária:

    • As empresas são usadas pelos funcionários como fonte de conhecimento e enriquecimento dos seus currículos. Eles trocam de empresa quando cessa o aprimoramento profissional. Para isso tem-se que estar preparado e na ponta do conhecimento. A palavra "desafio" deve fazer parte da visão de desenvolvimento profissional da cada pessoa.

  • Os profissionais são tratados pela empresa da seguinte forma: "não garantimos mais sua permanência. Você é o gestor de sua carreira.". Entretanto as empresas (pessoas, chefes, RH) ainda se magoam com sua saída.

Dilema atual: "As empresas não oferecem estabilidade, portanto não podem cobrar lealdade."

O que se considera fidelidade para com a empresa hoje?

As relações profissionais passam a ser contratos de curto prazo.

Como dado de pesquisa, somente 52% dos profissionais nas carreiras de medicina, Biologia e Química mantém-se na mesma carreira após 10 anos.

Agora a idéia é de carreira sem fronteiras. O profissional não está mais preso à uma empresa, cidade, ramo de atividade ou língua falada.

Como gerenciar sua carreira com fatores que não se pode controlar (2 artigos no livro do Moises)?

Os novos profissionais empurram para fora das empresas as pessoas que não se atualizam no mercado.

Por outro lado há novos profissionais que são avessos a riscos e estão buscando empregos públicos, por conta das barreiras de entrada que o mercado vem impondo.

Cada vez mais as pessoas não tem carteira assinada. São profissionais liberais ou migram para a informalidade.

Joaquim Rubens Fontes Filho, um dos autores, escreve um artigo entitulado: "A Morte Começa aos 40... ou o Repensar da Nova Carreira?"

Como as pessoas estão lidando com a responsabilidade de se auto desenvolverem?

Como as pessoas estão lidando com a preparação de sua própria previdência/aposentadoria?

A nova geração é multi-funcional. Fazem 3 a 4 coisas ao mesmo tempo. São chamados de "nativos da tecnologia". Para eles a vida é um jogo. Se erram começam de novo ("resetam" o que ocorreu). Não há repercussão do erro cometido. Cabe destacar que tudo o que fazem é sem cuidado, produzem muito, mas com baixa qualidade e precisão, merecendo cuidadosa revisão.

As empresas empurram os profissionais para o individualismo.

Moises coordenava o CADEMP da FGV onde se verificava que 90% dos alunos eram financiados pelas empresas. Hoje esse número mudou para 10% somente dos alunos que são financiados pelas empresas.

As empresas mudaram a forma de avaliação do profissional. Antes se avaliava o desempenho (resultados passados). Hoje se avalia o potencial do profissional (resultados futuros).

Surge nas empresas o setor de "retenção de talentos".

Na revista Época Negócios (Maio 07) A reportagem de capa: "Por que este homem está chorando?" fala da angústia da vida executiva - O mais completo estudo sobre o mundo corporativo no Brasil revela por que o ambiente de trabalho se tornou fonte de infelicidade para presidentes e diretores. 84% dos executivos estão infelizes no trabalho ( http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDG77246-8374,00.html ).

A profissão de jogador de futebol, hoje, é o maior exemplo de profissional preocupado com o seu desenvolvimento profissional e o uso de "empresas" (clubes de futebol) como trampolim para fazerem carreira internacional. Para cada clube que eles entram, eles declaram fidelidade infinita à camisa daquele clube (enquanto durar essa relação profissional). Entretanto ele está, na verdade, defendendo a fidelidade dele com ele mesmo no projeto de desenvolvimento profissional que ele traçou.

No setor público, a visão atual de empresa e de novas relações trabalhistas vem sendo absorvida dentro das limitações da lei e do engessamento do setor, devido a alta rotatividade encontrada nos funcionários e na busca de alternativas para o problema.

Antes, nas empresas, a visão era de "commitment" (fidelidade, dedicação). Agora a palavra de ordem é "delivery" (entrega de resultados).

Agora a idéia passa a ser trabalho por projetos: você não é fiel à empresa e sim ao projeto que você será cobrado e sobre o qual você falará/colocará em seu CV.

Esses assuntos aqui tratados dizem respeito ao Brasil e é mais ou menos recente esse novo conceito de carreira. Fora do Brasil esse processo já ocorre a mais tempo, por exemplo, há vários artigos que falam sobre isso, feitos sobre o Vale do Silício, EUA.

Diferentemente dos EUA o brasileiro não tem a característica americana de "Self Made Man" e a questão da opção por trabalhos públicos vem atender o pensamento do brasileiro de querer um trabalho de forma paternalista.

Hoje a grande questão que se faz, já que tudo que foi tratado aqui diz respeito a uma elite – intelectual/profissional – é:

Como nos tornarmos elite? Ou como nos mantermos na elite?

Talvez, uma resposta possa ser: Estar a frente do conhecimento. Manter a atualização constante. Sempre encarar os desafios. (Nota do editor: Foi mencionado pelo Moisés a importância do "networking")

Moises Balassiano também é coordenador da pesquisa "MELHORES CIDADES PARA TRABALHAR – Revista VOCE SA" – a pesquisa 2007 será lançada na próxima edição da revista.

( http://vocesa.abril.com.br/melhorescidades06/ , http://vocesa.abril.com.br/melhorescidades05/ )

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Contribuição de Emilson Oshikawa (T76):

Quem se interessa pelo assunto, poderá ler, o link abaixo.

No mínimo vai nos levar a meditar sobre muitas coisas que estão acontecendo

nesta época de transição (para onde? não sei).

(Veja: AS 50 GRANDES MUDANÇAS DO MUNDO GLOBALIZADO )

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Extraído de um e-mail do Marcus Alencar (T76):

Agradeço por ter organizado mais esse ótimo evento.

A AEITA Rio tem feito um excelente trabalho de fomento ao conhecimento diversificado e ao debate de questões importantes. Acho também bastante saudável a participação de pessoas de outras instituições, pois trazem novas perspectivas.

Espero que novas idéias prosperem a partir desses encontros e mais Iteanos participem.

Nós Iteanos, que valorizamos tanto o conhecimento, precisamos aprender a sermos mais "Engenheiros da Vida", ampliando nossos conhecimentos para além das "fórmulas matemáticas", permitindo que a engenharia e a tecnologia que produzimos tragam uma vida melhor para a sociedade e nossos familiares.

De nada adianta nosso profundo conhecimento da engenharia se não pudermos comunicá-lo e levá-lo ao alcance de um maior número de pessoas.

Eu mesmo faço parte daqueles que ainda tem muito a aprender nesse campo.