200508comentarios
20/05/08 Comentarios
AEITA Rio ... Presentes ... Apresentação ... Fotos ... Comentários ... Contas
De: Fernando Coelho (T59)...
Foi uma bela reunião, esta com o Michal Gartenkraut.
Difícil vai ser fazer o resumo.
Quem não foi, perdeu. E perdeu muito. Perdeu uma exposição do que foi e é o ITA. Das idéias que nortearam sua criação. Do retorno a valores antigos. Entender o que foi feito para buscar de novo a excelência, a DC. Mais uma vez saí bem mais rico, como pessoa.
Ante Pasto
Na PUC, em auditório quase secreto. Vista linda, escada sinistra.
Assinei presença e paguei meus R$20,00.
Encontro com o Tumang. Batemos papo. Aparece outro japa que fora seu bixo. Troca de gozações. Tumang comenta que o trote que dava era que os japas o acordassem ensinando os números em japonês. Diz ele que aprendeu alguns.
Comenta que em viagem à Europa notara que o papel higiênico na Inglaterra tinha escrito, Wash Your Hands, Lave as Mãos. Achou curioso e guardou pedaços. Na França eram menores. Na Alemanha eram rugosos. Ou seja, fez uma coleção. E fez exposição no H8 sobre papel higiênico. Acha que a primeira no mundo!
O Pazini chega, batemos curto papo. Descubro que os cargos de Brigadeiro são em ordem de importância: Brigadeiro, Major Brigadeiro e Tenente (Coronel) Brigadeiro. Perderam o Coronel e ficou essa seqüência estranha.
O Exequiel chega, me cumprimenta e proclama bem alto: Fernando você é o melhor presidente da AEITA, no momento. Este no momento não me agradou. Sujeito desagradável!
Bato papo com o Fabiano, Pacitti, Elchanan, Tokoro, cumprimento alguns que não conhecia e de novo o Pazini. Vê o Esmanhoto e me avisa: Dá licença vou cumprimentar meu comunista predileto. E lá se foi cumprimentá-lo. Numa boa, com ótimo sorriso.
O Michal não chegava, preso no trânsito e o Exequiel, de novo vem ele! Pergunta ao Teixeira se já lidara com um atraso. Teixeira diz que não e sugere que eu, Presidente da AEITA, comece a reunião até a chegada do Michal. Quem não conhece um Exequiel pode passar sem ele, sem falta!
Vou falar sobre o que faço na AEITA, lá na frente.
Digo que ali estou para entretê-los enquanto aguardamos o MIchal retido no trânsito. Um gaiato diz para eu fazer uma mágica: Que tal tirar um coelho da cartola?
Vou expondo o que faço. Começa o bombardeio. Porque o ITA não recebe verbas da Petrobrás que tem que passar um percentual dos royalties para instituições de ensino? Desconhecia a coisa. Pazini me salva e diz o que estava sendo feito pelo ITA junto à Petrobrás. Lema: Quem conhece um Pazini não precisa de um Exequiel!
Este, o Desagradável, comenta situação curiosa. Nos idos de 64 está dando uma palestra na Sucesu-RJ. Telefone para ele, pede para que diga que está ocupado a não ser que seja urgente. Lembra-se que sua esposa ia sair de carro com as filhas, e era muito novata na direção. Preocupa-se e resolve ligar para sua casa. Empregada atende e diz: O senhor não sabia, ela saiu de casa com as filhas no carro. Aquele “o senhor não sabia” fé-lo tenso momentaneamente. Resolve ligar para o seu trabalho e pergunta se foi de lá que ligaram. Respondem que sim e perguntam: o Senhor já soube? Pânico de novo: Sabia o que!!! Vou passar para Fulano que sabe.
Aguarda vendo a família em carro batido, esfacelado. Vem o Fulano e pergunta: Já sabe? Berra: Porra, sabe o que, conta logo. O Raimundo foi preso. Berra alto: Graças a Deus!
Raimundo era amicíssimo e ainda são até hoje. Fora preso por ser comunista e o Raimundo ainda é até hoje.
Quem não conhece um Exequiel, o Desagradável, pode perder cena de ótimo humor e ironia.
Prato Principal.
Chega o Michal. Cumprimentos, colegas de turma, abraços. Arruma-se o computador, pendrive, PowerPoint e começa a apresentação.
O PowerPoint está comigo e o Teixeira vai colocar no site da Regional Rio, ou quem quiser me peça. Tem coisa de 1 mega.
Sugiro ter a apresentação do Michal.
Comenta a Agenda. Rapidamente.
Precisa fazer um planejamento estratégico para o ITA. Recupera antigos planos, discursos do Smith, plantas de edifício e o que mais. Muitos em inglês pois no começo boa parte dos professores são estrangeiros, na maioria de língua inglesa.
A palestra do Smith sairá na revista da Unicamp. Ou seja, a nossa memória na Unicamp.
Michal está se situando em 2002, ou seja, o ITA já fez mais de 50 anos.
Há mudanças enormes nestes 50 anos: O que tinha valor no passado, hoje vale menos.
Quanto vale o Google? Muito e não são bens físicos, são intangíveis, não é o físico. Hoje os intangíveis em muitas empresas superam em valor o tangível. Descobre-se que estamos na era do conhecimento.
Mudança e competitividade. O papel do engenheiro será diferente? É. O papel da engenharia é diferente para o engenheiro hoje do que foi antão.
Quero o engenheiro tipo antigo, técnico, solucionador de problemas ou quero algo mais? O mercado quer o engenheiro técnico e com espírito empreendedor. Crescem o empreendedorismo, e as ONGs, que vão gerar empregos! Mudou.
O mercado quer o empreendedor e possibilita o empresário. O estado muda seu papel também. Não deve ser mais o todo poderoso, enorme. Deve ser o estado regulador, que garanta as regras do jogo.
O setor público rejeita o empreendedor e o setor privado.
Quer-se um desenvolvimento sustentável, economicamente viável, socialmente justo e politicamente correto.
O mercado se preocupa com a moral e a ética. Num ambiente competitivo é fundamental que o jogo seja justo, as regras aplicáveis a todos. Ou então como poderão sobreviver sem apelar para a corrupção e sonegação?
Os recrutadores hoje olham a ética e a moral em seus entrevistados.
O ITA é um caso de sucesso. Qual é o seu diferencial?
Alguns visionários, Brigadeiro Montenegro sendo um deles, anteciparam uma era fazendo uma escola pioneira e inovadora. Os seus padrões foram copiados e considerados muito bons.
Michal conta que pediu a grande consultoria para lhe dizer o valor da marca ITA. A resposta é que é muito grande, muito grande tipo valor da marca Coca cola. E a palavra associada ao ITA é excelência.
O ITA tem lei específica, Lei 2165 de 5/1/1954.
Quais são os fatores de sucesso que sustentaram o ITA? Serão os mesmos hoje? Será que o ITA, aos 50, sofrerá a crise da meia idade e irá ladeira abaixo?
Uma coisa é diversa no ITA: é uma instituição que provê e educação e ensino. Ensino é fácil, descrito em algumas linhas no dicionário, educação uma página inteira. Pois os fundadores do ITA tiveram esta visão. Estavam muito a frente. E felizmente foram muito copiados, se não em tudo, em muita coisa.
De agora em diante fiquei preso à exposição e minhas notas param. Não tenho mais as palavras chaves. Passo a registra algumas lembranças.
Um dos fatores de sucesso do ITA foi a autonomia em relação ao MEC. O ITA faz seu currículo anualmente. Pode mudar, progredir. Não de forma doida, mas cuidada. É prerrogativa da congregação.
Outro fator é a DC. Foi sendo e está sendo recuperada. O Projeto Conciliação trata disto. Como exigir DC se o ITA não a praticava? O que fazer para diplomar ou integrar os expulsos? Curioso que é parte de todo o movimento do Grupo dos Sábados. É parte da recuperação da DC. Vejam a cronologia no PowerPoint.
O Michal comenta que viajou para visitar o MIT, a “alma mater” inicial. É muito bem recebido. Visita. Vê uma dinâmica de inovação constante.
Conversa com o Professor que dá uma prova em branco. Pergunta o que é aquilo? A prova é o aluno formular sua questão. A formulação vale 70%, a solução 30%! Não quero mais o engenheiro que resolve problemas, quero o engenheiro que formule questões também!
O convênio com o MIT é praticamente no fio do bigode. Um professor do ITA vai ser professor lá por um ano, um de lá vem para o ITA por um ano. E está funcionando.
Por último, o desafio de atender o mercado, no caso a Embraer. O Satoshi, Vice da Embraer, pede ajuda. Venderam os aviões e agora precisam de 300 engenheiros aeronáuticos. E os querem rapidamente!
O ITA desenvolve um curso profissionalizante, coisa de 18 meses sendo que 50% teoria e 50% mão na massa na Embraer. Funcionou. É uma concepção nova. Capes e Mec torcem o nariz. É um case de sucesso.
Harvard diz que um dos sucessos na vida profissional é o networking. Quer o bom aluno do Tennesse e não se manter numa postura paroquial, no em torno de Boston! Nós já temos parte disto. (Acho que o ITA foi o primeiro vestibular nacional!) O quanto nosso networking poderia ser melhor, não sei. Funciona.
Foi emocionante o encerramento da exposição. Foto, troca de cartões, abraços, elogios e terminamos às 9:45 da noite. E aí, alguns, fomos jantar.
Todo iteano deveria ver esta exposição. Mostra a beleza da concepção que está por trás do sucesso do ITA. Mostra um iteano que mergulhou fundo, resgatou muita coisa. Concordo pessoalmente com ele quando afirma que o ITA deve ficar na Aeronáutica talvez com regras de relacionamento melhores, de ambas as partes. Manter-se longe do MEC.
Afirma que é fundamental manter a autonomia da Congregação para definir o currículo. Manter a DC. Manter o relacionamento professor aluno. Buscar a excelência, em tudo. Não temer a inovação, favorecê-la.
Elogia muitíssimo o Reginaldo, o atual reitor. (Eu também.)
Sobremesa
Jantamos no Arteggiano, nove pessoas. Rimos muito. Um bixo da 2002, entrosado, sendo gozado e se virando muito bem. O César Simões Salim e esposa estiveram na reunião e no jantar.
Ambiente genial. Tive a impressão que o Michal se soltou e se divertiu.
O Contamos muitos causos. Eis o do Salim. Ele que me corrija.
Texto corrigido pelo Salim...
Em 1860, o nosso Imperador Pedro II visitou a Grande Síria que na época englobava o Libano e informou que o Brasil receberia bem imigrantes. Uma família libanesa, muito rica e influente, de religião católica maronita, portanto, sofrendo perseguições dos muçulmanos sírios, ouviu isto. O patriarca morre e a matriarca, mulher muito forte, seguindo a tradição arabe passou a chefia da familia para o filho mais velho, mas o influenciva muito. Resolvem fazer um projeto piloto antes de decidir vir para o Brasil: mandam o filho mais novo para o Brasil, trazendo muitas mercadorias e, depois de aportar em São Paulo, com incrível velocidade vende tudo. A familia decide vir para o Brasil e depois de explorar o mercado da cidde de S.Paulo, onde ganharam bastante, resolveram planejar o ataque ao mercado do interior. Compram mais mercadoria e as coloca em lombos de burro e mandam um vendedor de sua equipe para fazer um roteiro pre-planejado em cidades do interior. Em cima do lombo de burro um móvel cheio de gavetas, o armarinho, e são aí criados os mascates. Enriquecem. Trazem toda família e os amigos que podem para cá, são os Jaffet.
Outra família vem da Itália. Um jovem de família abastada teve caso com uma empregada e seguindo a tradição italiana é obrigado a se casar e aconselhado pela familia a seguir sua vida em outro lugar acabam por vir para o Brasil. Aportam em São Paulo e vão para o interior - Sorocaba. (Pô, sempre SP!)
Ela faz uma boa linguiça e ele a vende junto com leite, para sustento. Depois o negócio cresce e esta é a origem da IRFM, Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo!
Um judeu russo chega a São Paulo. Nada possui. Observa que as pessoas colocam um selo nas cartas e depois jogam fora os envelopes. Pensa em como usar o papel jogado fora. Recicla os envelopes e passa a ganhar seu sustento vendendo os envelopes usados. Depois o negócio evolui e Leon Feffer cria a industria de papel no Brasil, que na época importava o produto, e hoje o exporta com um processo de fabricação a partir do eucalipto (o processo europeu era à base do pinho). Ouviram falar da Suzano? Esta foi a origem.
Mas, empreendedores não cuidaram apenas de enriquecer: também pensaram na sociedade em volta de si. Os hospitais Albert Einstein, Sirio e Libanes e Matarazzo de S.paulo foram fundados por esses mesmos empreendedores.
Voltando a narrativa do Fernando...
Pagamos a conta, sou o coletor, entrego ao garçom. Volta pedindo que coloque o telefone nos cheques, basta em um dos cheques. Boto e entrego ao garçom. É 11? Não, digo 21, por isto não coloquei. O garçom começa a sair.
“Pô Fernando, coloca o número correto.” Diz o Salim.
Gargalhada geral, inclusive minha.
Quem conhece um Salim e um Exequiel passa por estas coisas.
PS: Porque os que foram às reuniões não começam a comentá-las?
De Cesar Salim (T64)...
Fernando: ninguém faz resumos porque os seus são muito melhores do que nós conseguiriamos fazer.
De: Carlos Teixeira (T74)...
Não sei de onde o Fernando tirou esta de escrever Ezequiel (T64) com "x" (Exequiel)...
Talvez, pelo fato deste ter sugerido que o Fernando fosse entretendo a audiência enquanto o Michal chegava.
Tenho que discordar do Fernando. A sugestão do Ezequiel foi muito sábia. Tivemos uma excelente resumo de viva-voz da experiência recente do novo (!?) presidente da AEITA.
Isto sem falar que foi o Ezequiel que sugeriu e intermediou o convite ao Michal para falar na regional Rio. Valeu, Ezequiel !!! (ou "Exequiel" como quer o Fernando...)
Gostei muito, pois convalidou o trabalho feito e registrado aqui pela Regional no Blog "Engenheiro do Futuro" (veja o link). Aproveito aqui para convidá-lo a visitar o link e dar sua contribuição, seja criticando, reforçando, sugerindo, comentando, etc.
Voltando a grafia do nome do Ezequiel.. O Fernando me garantiu que estava com "x" no crachá. Neste caso eu seria o responsável pelo erro. Fui checar, pois os crachás são devolvidos ao final do Encontro. Lá estava certinho, com um bom "z". Só Freud explica...