“Água Viva”, de Pedro Patti (MG)

“Água Viva” reflete sobre as fronteiras entre corpo e mente, investigando o sofrimento mental e seus efeitos no corpo do ser humano, através de manipulações químicas dos negativos do artista. O trabalho investiga as lacunas do ser materializadas em gelo, prata e química, e é resultado da pesquisa artística do fotógrafo e psicólogo clínico Pedro Patti, fundamentada na exploração de como o corpo reage ao que aparenta não possuir fisicalidade. 

Para isso, o artista abraça a experimentação e manipula suas fotografias com uma diversidade de materiais a fim de marcar, nos negativos, aquilo que não é visível, em um movimento de grafar e inscrever as manifestações psíquicas que afetam e sensibilizam o corpo. Dentre as intervenções nas imagens de “Água Viva”, destacam-se algumas: o processo de congelamento das imagens, e o uso de químicos líquidos que alteram e deixam vestígios nas fotografias.

O artista, então, congela algumas de suas fotografias, e intervém com químicos líquidos em outras. A água se transforma em consonância com o ser humano nas fotografias, construindo uma relação entre o congelamento das imagens e o aprisionamento psíquico, bem como também, entre a fluidez dos químicos e a emancipação do sujeito. 

Esta exposição estará disponível para visitação presencial a partir do dia 23 de agosto de 2024 no Largo Expositivo do Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho.

PEDRO PATTI

Pedro Patti (1998) é artista visual, fotógrafo e psicólogo clínico graduado pela UFMG. Brasileiro, nasceu na cidade de Passos, região sul de Minas Gerais, e atualmente vive e trabalha em Belo Horizonte.

O artista trabalha com fotografia de base química, e seu processo é marcado por constante experimentação. Seu trabalho tem como pontos de interesse o campo da saúde mental e do psiquismo, e sua pesquisa artística parte de uma premissa : a exploração de como o corpo reage ao que aparenta não possuir fisicalidade. Sua prática é motivada pela importância da criação de espaços de diálogo que abordem temas de saúde mental na atualidade, sugerindo que essa não é uma questão individual, mas sim um processo social e político a ser debatido por toda a comunidade. 

Seu trabalho foi exposto no Centro de Arte da Universidad Nacional de La Plata, no Festival de Fotografia de Tiradentes, na exposição Kodak Presents: Brazil Shoots Film, dentre outros. O artista possui um fotolivro publicado pela Sô Edições, bem como também uma série de publicações coletivas, organizadas pelo Selo Turvo (São Paulo), Grimoire (Tunísia), Artists On The Lam (Estados Unidos), e outros.

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