"Tessituras do Adeus", de Sandra Gonçalves (RJ/RS)

“Essa reflexão imagética é resultado de uma longa despedida, que se transformou num átimo quando o tempo se contraiu no puro agora, e o confronto com a impossibilidade do controle do fluxo da vida. A maioria das imagens se dão em espaço hospitalar, com algumas exceções onde ressignifico espaços e vivências. Essas imagens falam da fragilidade, da resiliência, da sobrevivência da espécie, forma possível de imortalidade. Nosso legado ao nascer é a morte, herança da qual nenhum ser humano parece escapar. De acordo com Heidegger, somos seres para a morte e a consciência deste ser para a morte, consciência de si como presença, nos tira do inequívoco da existência, de seu desperdício. A permanência em vida se revela a nós mortais como pequenos dribles do apagamento e do nada. Buscamos em vida epifanias que nos conectem com aquilo que no comum nos escapa. Em termos mais empíricos, a vivência da morte do outro e da nossa futura morte, concretamente, nos remete e permite a construção de uma Tessitura do Adeus. Algumas são bem curtas, outras longas, mas ambas são sempre um susto, um inesperado que se pensa nunca acontecer. As palavras fogem e uma grande fenda se abre nessa vivência inevitável da finitude.” (Sandra Gonçalves)

A artista Sandra Gonçalves cria imagens a partir da sua coleção de imagens fotografadas mescladas a outras encontradas na internet para expressar suas vivências. Utiliza-se de sobreposições de imagens para criar imagens híbridas e complexas, trabalhando texturas e composições para servir a sua poética visual. 

Para esta exposição foram selecionadas 15 fotografias de médio formato para compor o conceito de finitude da vida de forma poética. As imagens possuem uma sequencia em que cada fotografia dialoga entre as demais com o intuito de estabelecer uma narrativa de despedida, marcada pela ideia de elevação do ser.

Esta exposição estará disponível para visitação presencial a partir do dia 23 de agosto de 2024 na Galeria de Artes do Centro de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho.
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