A contrainteligência no Senado Federal
Como surgiu? Porquê surgiu? Quem deu a ordem? O que pretendiam os Senadores? Seriam os equipamentos para se defenderem de bisbilhotices? Ou da Polícia Federal? Ou seriam ainda os equipamentos para "múltiplas finalidades", talvez para montar escutas, para grampear?
Muito já se noticiou, mas realmente nunca houve empenho em esclarecer sobre a atividade de contrainteligência no Senado Federal. O objetivo desta matéria é permitir a compreensão do assunto e trazer as informações que a mídia desconhece, não pode ou não quer publicar.
Após ter trabalhado 20 anos no Senado Federal, sendo 15 nas atividades de investigação, inteligência e contrainteligência, foi fácil notar que a contrainformação é a ação mais presente no Congresso Nacional. Os políticos vivem contrainformação. Nada do que se conhece como política é o que parece. São todos irmãos, não existem adversários. Estão todos juntos, se revezando para ludibriar os eleitores e manterem o poder. Até mesmo as Leis e CPIs são maquiavelicamente propostas, conduzidas e arquivadas. Sabemos, no entanto, que Caim e Abel também eram irmãos. Embora conluiados e com os mesmos objetivos, aquele que fraqueja, como em um cardume de piranhas, é devorado. Isso é um fato inerente à classe política.
O objetivo primordial da contrainteligência como atividade institucional no Senado Federal foi - e para isso foi idealizada, desenvolvida e executada - a salvaguarda de informações relativas à Segurança Nacional sob custódia permanente ou temporária daquela Casa Legislativa. Esse objetivo se manteve até certo ponto.
Em 2013 começou uma operação de desmonte estrutural da contrainteligência. Em virtude de tal ação, os servidores que detinham a competência para o exercício da função foram afastados, os equipamentos transferidos, os procedimentos relegados, os arquivos destruídos e a doutrina constituída foi descartada. Essa ação se repetiu outra vez, e depois novamente, até que não existisse mais nenhuma relação entre a atividade e seus objetivos primordiais.
Tal desmonte ocorreu na gestão do Presidente Renan Calheiros, e foi conduzido por pessoas de sua máxima confiança, entre eles, o diretor da Polícia do Senado Federal.
Foi nesse momento que inaugurou-se uma nova contrainteligência, executada por agentes que não conheciam as doutrinas, e que executavam as atividades sem saber o que fazer, como fazer, nem porquê fazer.
O novo objetivo da contrainteligência no Senado Federal: sabotar as ações da Operação Lava-Jato e proteger os corruptos.
Não foi, no entanto, um movimento isolado, pois sob a batuta de tal Presidente a administração foi aparelhada, nem sempre com servidores comprometidos com o Presidente, mas também com servidores inábeis e inexperientes, e a desinformação virou regra institucional, servindo para ocultar e maquiar as inúmeras improbidades que grassavam pelos processos administrativos (ver a página "Desinformação no Senado Federal").
Embora a desinformação e os reais objetivos políticos dos Presidentes do Congresso possam estar diretamente relacionados ao crime organizado, e exclusivamente voltados para a exploração, até o esgotamento, dos recursos do cidadão brasileiro, não vou, nesta página, abordar esse tema que está levando à ruína o Estado. Sei muito bem que no contexto atual uma abordagem abrangente demais leva o denunciante a um inexorável caminho sem volta.
Nas páginas a seguir vou esclarecer detalhes sobre a implementação da atividade de contrainteligência, pela qual tive a oportunidade de ser o responsável desde seu início, em 1999, até o começo de seu desmantelamento, em 2013.
Não conheço outra pessoa que tenha criado uma atividade semelhante e com tal alcance, logo, devo ter sido o último do segundo milênio, assim como devo ser o primeiro do terceiro milênio a presenciar a criação de uma atividade de contrainteligência doutrinariamente voltada às operações de sabotagem.
A respeito dos fatos a seguir apresentados, devo esclarecer que este autor também denunciou o diretor preso na operação Métis por improbidade administrativa, e por esse motivo sofreu contínuas e reiteradas represálias no âmbito administrativo. Além disso, o setor responsável pelas sabotagens contra o trabalho do Juiz Sérgio Moro (uma espécie de GESTAPO) é o mesmo que conduziu investigações "dirigidas" contra o denunciante, e também é o setor partícipe das estratégias de assédio contra qualquer denunciante. Mais informações nos assuntos Desinformação e Sindicância-fantoche".