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Em quarentena, presa em outro país, os dias têm necessidade de mergulho em memórias vivas. Entretanto, ali, tudo ao redor ressente-se da familiaridade. Há falta. Objetos estranhos que vejo e revejo a cada manhã. Casa vai adquirindo outras camadas de sentidos. O que há é o corpo casa, corpo memória, corpo sentido, corpo tudo. Material e imaterial. O caos é aqui e agora, o aconchego também. As paredes não me contam histórias ao mesmo tempo que já sussurram crônicas diárias.

Corpo ilha, corpo peninsular. Corpo estreito. Afasta e aproxima. Como os músculos da respiração.

Todo o tempo o corpo ressignifica o espaço tempo território. E (re)cria a própria invenção de si no processo vital de elaborar a realidade em escritas imagens danças.

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O Coletivo Riacho foi formado em 2016 por artistas com formações diversas. Vem desenvolvendo suas pesquisas num entrelaçamento de linguagens, formatos e referências, fomentando a imprescindibilidade de construir uma arte brasileira contemporânea que dialoga com os símbolos, ritos e mitos de nossa cultura. Enveredando por esse caminho, cria seu primeiro espetáculo, “Deságua” de 2017. Em 2018 dedica-se principalmente ao processo do espetáculo “Odre”, construído conjuntamente à performance “Danço seu Silêncio”, a Instalação “Retalhar” e a Oficina “Imaginários sobre o corpo”. Em 2019 volta-se para o Projeto Pindoramas com a Videoarte “Experimento Pindoramas” e a Performance Instalação “Como Costurar às Margens?”, além da Performance “Ações Imprevistas”. No pandêmico 2020, as séries de Fotoperformance “Estreito” e “Retrato Auto Retrato”, produzidas em Lisboa, PT. Seus trabalhos têm circulado por catálogos, festivais e mostras como Festival de Inverno UFMG, Inverno Cultural UFSJ, Mizura Encontro de Performance, Qxas Festival de Fotografia do Sertão e outros.

@coletivoriacho