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ISSN 2675-8326

SEGUNDA EDIÇÃO DO CURSO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE FLUORETAÇÃO DA ÁGUA ABRIRÁ INSCRIÇÕES EM 10 DE MAIO

A segunda edição do curso “Atualização em Fluoretação da Água de Abastecimento Público: Aspectos Operacionais e de Vigilância Sanitária – 2a edição” será oferecida de 12 de junho até 12 de outubro de 2023, por meio da Plataforma Moodle da Extensão USP. Trata-se de curso gratuito, com 13 aulas, para assistir de qualquer lugar a qualquer tempo no ritmo definido pelo aluno, distribuídas em 5 módulos e carga horária total de 80 horas. 

O objetivo curso é propiciar a atualização sobre os aspectos operacionais e de vigilância sanitária da fluoretação da água de abastecimento público. Ele é destinado a profissionais e trabalhadores das áreas de saneamento, abastecimento de água, meio-ambiente e saúde, particularmente engenheiros, químicos, técnicos em saneamento, cirurgiões-dentistas, médicos, enfermeiros e outros profissionais de nível superior.

As inscrições serão abertas de 10/05/2023 00h00 até 12/05/2023 23h59. Serão oferecidas 300 vagas e se o número de candidatos foi maior que a quantidade de vagas oferecidas, será realizado um sorteio para seleção, no dia 20 de maio de 2023. 

Link de inscrição disponível a partir do dia 10/05/2023.

Para a inscrição é obrigatório anexar os seguintes documentos: RG – não será aceito CNH ou carteira de órgão de classe; Diploma de Graduação ou declaração de colação de grau (com data já realizada); Comprovante de residência. 

FLUORETAÇÃO DA ÁGUA REDUZIU DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS NA CÁRIE DENTÁRIA DE CRIANÇAS E JOVENS ENTRE TERRITÓRIOS NA INGLATERRA

Pesquisadores da Birmingham University, da London School of Hygiene and Tropical Medicine, da agência oficial de Saúde Pública Inglesa e do Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças publicaram artigo no prestigioso Journal of Public Health mantido pela Editora da Universidade de Oxford sobre os efeitos da fluoretação da água na prevenção da cárie dentária. O estudo investigou a associação entre o fluoreto na água e os indicadores de cárie dentária e as desigualdades em 325 distritos na Inglaterra. A exposição ao fluoreto ajustado e ao fluoreto de ocorrência natural nos sistemas de abastecimento de água foi medida a partir de dados de monitoramento nacional, usando Sistemas de Informação Geográfica e limites de abastecimento de água. A exposição média durante o período de 2007 a 2015 foi separada em <0,1; 0,1–<0,2; 0,2–<0,4; 0,4–<0,7 e ≥0,7 mgF/L. Os dados de cárie foram obtidos da pesquisa de 2014/15 com crianças de 5 anos realizada para o Programa Nacional de Epidemiologia em Saúde Bucal. As contagens de internações hospitalares de crianças e jovens, de 0 a 19 anos, para extração de um ou mais dentes devido a cárie dentária (2007-15), foram obtidas do Programa de Inteligência em Saúde Bucal Coletiva usando estatísticas de episódios hospitalares. Os valores em nível de cada área foram ajustados para idade, gênero, etnia e índice de privação múltipla, utilizando modelos de regressão multivariada para determinar a associação e calcular as frações preventivas usando esses coeficientes. A probabilidade de cáries em crianças de 5 anos caiu significativamente nas áreas com 0,7 ou mais mgF/L em todos os quintis socioeconômicos. Houve uma tendência negativa entre o aumento da concentração de flúor e extrações dentárias. Comparado com áreas de <0,2 mgF/L, fluoretação preveniu de 17% a 28% de cárie entre territórios de alto e baixo nível socioeconômico e 56% das extrações dentárias. A exposição a fluoretação da água pareceu altamente protetora contra a cárie dentária e reduz as desigualdades na saúde bucal. Para ver o artigo publicado em 2023, clique aqui.

2023 CELEBRA 70 ANOS DA FLUORETAÇÃO DA ÁGUA NO BRASIL, MAS COBERTURA É HETEROGÊNEA 

Baixo Guandu, município no estado do Espírito Santo, é conhecido por ter sido a primeira cidade a ter a água de abastecimento ajustada em relação à concentração de fluoreto. Com base em informações científicas da época, dentistas e engenheiros sanitaristas do Serviço Especial de Saúde Pública, órgão federal criado em 1942, implantaram em 1953, o primeiro dispositivo nas instalações de tratamento da água do município. 

O impacto na dentição após alguns anos foi observado confirmando o poder preventivo da medida cuja cobertura populacional passou gradativamente a crescer. A aprovação da Lei 6050, que determina a obrigatoriedade da medida onde houver estação de tratamento, pelo Congresso Nacional ocorreu em 1974. Um aumento significativo no acesso da população à água tratada e fluoretada ocorreu nas décadas de 1970 e 1980. 

Entretanto, vários sistemas de abastecimento de água em municípios dos estados das regiões norte e nordeste permanecem sem a provisão da tecnologia de saúde pública, excluindo do benefício parcela importante da população brasileira. Condição para assegurar a qualidade do ajuste da concentração do fluoreto, observa-se também que os sistemas de vigilância estão implantados desigualmente no país, conforme o quadro a seguir.

Porcentagem de municípios cuja água é fluoretada segundo o responsável pelo serviço de abastecimento e cujos órgãos de vigilância alimentaram o sistema de informação em relação ao parâmetro fluoreto. Brasil, 2017. 

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