Vol. 6  •  N º 2  •  2 0 2 2

REDE VIGIFLUOR REALIZARÁ WEBINAR EM 17 DE NOVEMBRO

Neste ano, de eleições para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, a Rede Brasileira de Vigilância da Fluoretação da Água de Abastecimento Público realizará reunião técnica-científica online em 17 de novembro de 2022. Atividade que ocorre todos os anos, desde abril de 2017, neste Webinar pretende-se dar continuidade na estruturação e operacionalização da Rede propiciando estabelecer um canal de comunicação e debate com os participantes, pesquisadores, representantes estaduais e municipais e demais interessados. Nesta edição, daremos oportunidade para a apresentação de relatos de experiência e/ou de pesquisa, seguida por uma roda de conversa entre os participantes. Se você tem um relato para apresentar, em torno de 15 minutos, sobre vigilância da fluoretação da água e/ou aspectos de interesse relacionados à exposição e ao uso de fluoreto em saúde pública, envie uma mensagem para cecolusp@usp.br até dia 3 de novembro, informando o título, autor(es), vinculação institucional e resumo, conforme as instruções neste link. Detalhes da programação serão divulgados até dia 10/11. No Brasil, cerca de 60% dos municípios não têm alimentado o Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água (Sisagua) em relação ao parâmetro fluoreto. Cabe aos profissionais e trabalhadores da vigilância da água e da saúde bucal coletiva, orientar as autoridades sanitárias e de saneamento para que essa lacuna seja progressivamente superada, dinamizando a interação entre os órgãos ligados aos diferentes setores. Estabelecer linhas de cooperação em torno de uma agenda comum voltada à implementação/qualificação dos sistemas de fluoretação onde exista estação de tratamento é crucial para fazer cumprir a Lei 6050/74 e assegurar a proteção da saúde bucal da população. 

EFEITOS DE LONGO PRAZO DO FLUORETO NA ÁGUA DE ABASTECIMENTO PÚBLICO

A Revista de Economia Política (Journal of Political Economy) editada pela Universidade de Chicago, publicou artigo sobre os efeitos de longo prazo da presença de fluoreto na água de abastecimento público. Um dos mais antigos e reputados periódicos, a revista obteve fator de impacto 9,1 em 2020 pela JCR (Journal Citation Reports - Clarivate) colocando-a no quarto lugar entre 376 publicações na área de economia. Os autores são vinculados a Universidade de Uppsala, Suécia, uma das cem mais bem classificadas universidades no mundo pela Times Higher Education (THE), QS World University Rankings e ARWU (Shanghai Ranking). Linuz Aggeborn e Mattias Ohman são pesquisadores com PhD em Economia e usaram os registros de 1.726 unidades de tratamento de água abrangendo 261 dos 290 municípios do país. Aproximadamente 1,2 milhão de pessoas da população total da Suécia de aproximadamente 10 milhões têm poços privados que não foram considerados. Os autores exploraram a variação do fluoreto de ocorrência natural resultante da variação nas características geológicas em fontes de água durante 18 anos. Os níveis variaram principalmente entre 0,0 e 1,5 miligramas de fluoreto por litro, com o máximo de 4,1 mgF/L. O valor médio da concentração de fluoreto ao longo do tempo foi correlacionado com três grupos de variáveis: dados agregados de assistência odontológica para usuários de 20 anos de idade no ano de 2008 e no ano de 2013 a fim de captar efeitos de longo prazo decorrentes da exposição ao fluoreto; dados de habilidade cognitiva medida em homens de 18 a 20 anos no recrutamento militar sueco e dados de renda bruta laboral anual de trabalhadores de 22 a 29 anos de idade. As unidades de análise foram os municípios e, também, pequenas áreas de residência no nível distrital utilizadas em estatísticas de mercado que incluíam cada uma, aproximadamente 750 indivíduos em 2011. Coeficientes de regressão foram ajustados considerando diferentes cenários e modelos incluindo efeitos fixos para município de nascimento, e covariáveis como sexo e estado civil, renda, anos de escolaridade e medidas de habilidade para pais, entre outras. Os principais resultados mostraram que os tratamentos curativos em jovens de 20 anos, tanto em 2008 quanto em 2013, diminuíram 3,4 e 2,2 pontos percentuais (p<0,01) em áreas com níveis ao redor de 1 mgF/L (referência adotada em alguns países para prevenção da cárie dentária). As consultas odontológicas também foram em menor número. A habilidade cognitiva não diferiu entre homens de 18 a 20 anos. A renda laboral anual aumentou 4,4% em áreas com níveis ao redor de 1 mgF/L. Vale assinalar que esse não é o primeiro estudo a mostrar esse efeito. Usando dados da população estadunidense, Glied & Neidell (2010) mostraram que as mulheres que bebiam água fluoretada tinham, em média, ganhos 4% mais elevados em comparação com as que viviam em áreas não fluoretadas. Ao final, os autores discutiram os possíveis caminhos que levaram à produção do efeito observado. Para ler o artigo publicado em 2021, clique aqui. 

CURSO DE ATUALIZAÇÃO SOBRE FLUORETAÇÃO DA ÁGUA RECEBEU MAIS DE 200 INSCRIÇÕES

O curso Atualização em Fluoretação da Água de Abastecimento Público: Aspectos Operacionais e de Vigilância, totalmente gratuito, online e autoinstrucional, iniciou em 10 de junho, após a seleção e matrícula de 227 profissionais que possuem diferentes graduações e estão vinculados a diversas instituições distribuídas em 25 estados da federação. A duração do curso foi prorrogada para 10 de novembro, na expectativa de que os cursistas ativos na plataforma Moodle possam concluir as atividades previstas.