A expressão "Santo do Pau Oco"

A expressão “Santo do Pau Oco" surgiu possivelmente em Minas Gerais por volta do século XVII, ainda no período colonial. Na época, o Brasil passava pelo chamado “Ciclo do Ouro”, também visto como o auge da mineração.


Todo o ouro extraído nesse período, era levado para ser fiscalizado nas Casas de Fundição. Lá era pesado, seu teor testado, e depois era fundido, e um quinto de seu peso era separado para ser enviado à Coroa Portuguesa, o famoso “quinto dos infernos”, que era cobrado por todos os metais preciosos extraídos no país.


Numa tentativa de não pagar esses impostos, os mineiros sonegavam o quinto fazendo estátuas de madeira completamente ocas, que eram preenchidas com ouro em pó. Dessa forma, por representarem figuras inocentes, as estátuas com o ouro passavam totalmente despercebidas pelos controles e fiscalização das áreas de garimpo.


Mais tarde, essa expressão se popularizou no Brasil, sendo usada quando vamos nos referir a uma pessoa de caráter duvidoso, hipócrita ou falsa. Também é usada em casos onde alguém aparenta ser algo que não é, enganando todos à sua volta.


Ela já existia em Portugal, onde era chamada de Santo do Pau Carunchoso, pois os carunchos comiam a madeira fazendo o interior da estátua ficar podre, enquanto o exterior continuava intacto.