100 Obras-Chave de Filosofia (Notas do Livro)
100 Obras-Chave de Filosofia
Sebastien Camus... [et al.].
Tradução de Lúcia Mathilde Endlich Orth
Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
1 — Alcibíades, Platão
Alcibíades (cerca de 399-396 a. C.)
"A alma, se ela quer conhecer-se, não é para uma outra alma que ela deve olhar?"
Platão (427-347 a.C.) descreve, neste texto, um encontro entre Sócrates e Alcibíades, jovem célebre por sua beleza e ambição.
Problemática: Alcibíades justifica seu desejo de poder, não por sua família e suas relações, mas por suas competências. Como bom democrata, acha que o poder (ou a política) resume-se na prática da justiça. Incapaz de definir a justiça, Sócrates vai ao seu encontro e o auxilia, dizendo que a justiça fundamenta-se no conhecimento de si mesmo.
As Teses
O saber necessário à política: “conhece-te a ti mesmo”. O conhecimento de si mesmo é essencialmente a tomada de consciência da própria ignorância. É, também, saber distinguir o que nos pertence daquilo que nos é adventício. “Conhecer-se a si mesmo é distinguir-se do que pertence a si mesmo, repor cada coisa em seu justo lugar”.
Para governar cidadãos, é preciso governar a si mesmo. Aquele que governa a si mesmo adquire a virtude, porque aprendeu a cuidar de si mesmo. Esta virtude lhe dá condições de governar os outros, porque não o fará em beneficio próprio, mas por causa do bem comum.
Partilhar a virtude com os cidadãos. A política é muito mais arte do que ciência. É a arte de equilibrar os desejos e ambições dos cidadãos. Ele merece reinar porque cria laços de amizade com os cidadãos. “Uma cidade governada por um homem virtuoso e livre (nem escravo nem tirano) é bem mais sólida do que uma cidade defendida por armas ou riquezas”.
2 — Apologia de Sócrates, Platão
3 — Cinco lições sobre a psicanálise, Freud
4 — A Condição do homem moderno, Arendt
5 — Considerações extemporâneas, Nietzsche
6 — Crepúsculo dos ídolos, Nietzsche
7 — Crítica da faculdade de julgar, Kant
8 — Crítica da razão prática, Kant
9 — Crítica da razão pura, Kant
10 — Críton, Platão
11 — Da democracia na América, Tocqueville
12 — Da natureza, Heráclito
13 — Da natureza das coisas, Lucrécio
14 — Da busca da verdade, Malebranche
15 — Do espírito das leis, Montesquieu
16 — Dois tratados sobre o governo, Locke
17 — Discurso do método, Descartes
18 — Discurso sobre a servidão voluntária, La Boétie
19 — Discurso sobre o conjunto do positivismo, Comte
"O amor por princípio, a ordem por base, e o progresso por objetivo." (Conclusão)
Referências
Augusto Comte (1798-1857) sempre promoveu a ciência e a técnica. Ele quis sistematizar o conjunto desses conhecimentos em seu Curso de Filosofia Positiva. Mas esta vontade de formar o espírito científico está a serviço de um grande projeto político: reformar em profundidade o ser humano, fazê-lo passar do individualismo à sociabilidade. Recusa, porém, as soluções comunistas e anarquistas.
Problemática
Comte admira a ordem antiga e medieval, e as concepções de progresso e de emancipação da Era Moderna. Mas a ordem é sempre concebida em oposição ao progresso, porque se assimila a ordem à imobilidade estática e o progresso à revolução destruidora. Será que não se pode reconciliar ordem e progresso?
Teses essenciais
Sistematizar os impulsos e as forças espontâneos
Comte retoma sua lei dos três estados. O espírito chegou espontaneamente ao estado positivo; agora é preciso sistematizar a existência humana em seu conjunto. A sistematização teológica era essencialmente afetiva, a da metafísica, especulativa; a sistematização do positivismo vai combinar os três elementos da natureza humana: o espírito, o coração e a ação. “O espírito deve ser o ministro do coração" para não continuar sendo ave, e deve guiar a ação.
Filosofia, moral e política
Esta sistematização é válida em nível individual, mas também coletivo. Os três pilares do positivismo serão, de um lado, os filósofos que, graças ao seu conhecimento da natureza e da história humana, o que Comte chama Ciências Sociais, guiam e esclarecem; de outro lado, as mulheres, na base do sistema, porque enquanto órgão do coração, elas unirão os homens fazendo-os passar do egoísmo individualista à sociabilidade; e enfim os proletários que trazem a energia e o caráter. A política, tanto em nível da teoria como da ação está portanto subordinada à moral, isto é, ao sentimento social.
20 — Discurso sobre as ciências e as artes, Rousseau
21 — Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, Rousseau
22 — Do contrato social, Rousseau
23 — Emilio ou Da Educação, Rousseau
24 — Enéadas, Plotino
25 — Investigação sobre o entendimento humano, Hume
26 — Investigação sobre os princípios da moral, Hume
27 — Esboços pirronianos, Sexto Empírico
28 — Ensaio de teodiceia, Leibniz
29 — Ensaio sobre o entendimento humano, Locke
30 — Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, Bergson
31 — Ensaio sobre a origem dos conhecimentos humanos, Condillac
32 — Ética, Espinosa
33 —Ética a Nicomaco, Aristóteles
34 — Ser e tempo, Heidegger
35 — Fundamentos da metafisica dos costumes, Kant,
36 — Górgias, Platão
37 — História da loucura na Idade Clássica, Foucault
38 — Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita, Kant
39 — Introdução às lições de estética, Hegel
40 — Investigações filosóficas, Wittgenstein
41 — A formação do espírito científico, Bachelard
42 — A genealogia da moral, Nietzsche
43 — A lógica da descoberta científica, Popper
44 — A doença para a morte, Kierkegaard
45 — A metafisica, Aristóteles
46 — O nascimento da tragédia, Nietzsche
47 — A questão da técnica, Heidegger
48 — A razão na história, Hegel
49 — A República, Platão
50 — O futuro de uma ilusão, Freud
51 — O banquete, Platão
52 — O capital, Marx
53 — O mundo como vontade e como representação, Schopenhauer
54 — O normal e o patológico, Canguilhem
55 — O príncipe, Maquiavel
56 — Confissões, Agostinho
57 — As formas elementares da vida religiosa, Durkheim
58 — As origens do totalitarismo, Arendt
59 — As paixões da alma, Descartes
60 — A política, Aristóteles
61 — As regras do método sociológico, Durkheim
62 — A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber
63 — O ser e o nada, Sartre
64 — Carta a Meneceu, Epicuro
65 — Cartas a Lucilio, Séneca
66 — Carta sobre os cegos, Diderot
67 — Leviata, Hobbes
68 — A evolução criadora, Bergson
69 — O existencialismo é um humanismo, Sartre
70 — A ideologia alema, Marx e Engels
71 — O olho e o espírito, Merleau-Ponty
72 — O utilitarismo, Mill
73 — Mal-estar na civilização, Freud
74 — Manual, Epiteto
75 — Meditações metafísicas, Descartes
76 — Menon, Platão
77 — Monadologia, Leibniz
78 — Novum organum, Bacon
79 — Organon, Aristóteles
80 — Ou... ou, Kierkegaard
81 — Paradoxo sobre o comediante, Diderot
82 — Além do bem e do mal, Nietzsche
83 — Pensamentos, Pascal
84 — Meditações, Marco Aurélio
85 — Fédon, Platão
86 — Fedro, Platão
87 — Fenomenologia da percepção, Merleau-Ponty
88 — Fenomenologia do espírito, Hegel
89 — Física, Aristóteles, 222
90 — Prefácio para o Tratado do vácuo, Pascal
91 — Os problemas da filosofia, Russell
92 — Considerações sobre os poderes, Alain
93 — O que é a filosofia?, Deleuze
94 — Sobre o sonho, Freud
95 — Vigiar e punir, Foucault
96 — Totalidade e infinito, Lévinas
97 — Tratado lógico-filosófico, Wittgenstein
98 — Tratado da reforma do entendimento, Espinosa
99 — Tratado teológico-político, Espinosa
100 — Três diálogos entre Hilas e Filonous, Berkeley
Cronologia dos filósofos
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