última temporada de cruzeiros movimentou 800 milhões de reais
Entre outubro de 2023 e maio de 2024, os setores de comércio e serviços arrecadaram 804,2 milhões de reais para a região, com a temporada de cruzeiros, considerada a maior dos últimos 12 anos, com a movimentação de mais de 1 milhão de turistas.
Além de hotéis, restaurantes, táxis, lojas e outros serviços e comércios, as empresas que abastecem os navios registram um movimento acima do normal na época do verão, que na verdade se estende até o mês de maio.
Esse é o caso da empresa DSF, fundada em 1986, responsável por fornecer produtos e serviços gerais para navios, abrangendo desde produtos químicos até cartas náuticas. A empresa tem sede na Rua Santos Dumont, em Santos, e opera em 13 portos do Brasil.
Parcerias estratégicas garantem o sucesso na temporada de cruzeiros
“Somos especialistas em produtos químicos para esses navios de passageiros”, comenta Paulo Rodrigues Filho, dono da empresa. O período de maior faturamento da DSF ocorre na temporada de cruzeiros. Devido às restrições do porto, a DSF precisa fazer suas entregas e captação por meio da Associação Brasileira dos Fornecedores a Navios, que é responsável pelas entregas e por estabelecer a negociação com os clientes.
SEDE DA EMPRESA DSF, LOCALIZADA NO BAIRRO DO MACUCO, EM SANTOS
RODRIGUES ATUA HÁ MAIS DE 35 ANOS NO MERCADO PORTUÁRIO
"porto"guês
Outra fornecedora, a São Lourenço, gerida pelo imigrante português Antônio Evaristo, fornecedora de alimentos para os navios turísticos e de carga, chegou a faturar em cada atracação, cerca de 50 mil reais, na cotação de hoje. A fornecedora tinha como foco principal embarcações nacionais, onde se consolidou como a principal do ramo.
“Não existia internet nos anos 1970 e usávamos o fax para nos comunicarmos com os responsáveis pelo navio. Por conta dos custos e de um mercado pouco explorado, a gente dava prioridade para embarcações nacionais”, recorda ele.
No ano 2000, Antônio acabou fechando a empresa. Evaristo atuou por mais de 25 anos, mas desistiu do negócio porque não deu conta de acompanhar o crescimento e as exigências a cada viagem.
“A gente fazia a pesquisa entre outras empresas do ramo e elaborávamos o orçamento com base no que era pedido. Mas nem sempre o orçamento mais barato vencia o pequeno leilão”.
Flores em alto mar
Quem imaginou que no meio do mar, era possível cultivar flores? O mercado que parecia inexistente pela dificuldade de se manter uma pétala impecável, foi aproveitado pela empresa familiar da Gardênia Flores. Há mais de 30 anos, a loja abastece navios turísticos com flores, plantas e arranjos.
““Em geral, há um aumento de 30% nas vendas para o setor de cruzeiros, uma conquista incrível! A preparação para isso começa meses antes, com toneladas de flores sendo cuidadosamente selecionadas para posteriormente serem transportadas em caminhões até os terminais. Os arranjos florais são essenciais para a decoração dos camarotes e das mesas, garantindo um ambiente acolhedor e encantador para os passageiros”, conta Felipe Villarinho Alvarez, responsável atual pelo comércio.
Atualmente, a floricultura não faz tantas entregas como antigamente. Isso se deve à grande diferença do dólar para o real. “Agora, além do alto preço do dólar, o que faria a gente sair no prejuízo ou cobrar um valor muito caro, os navios têm optado por flores artificiais pelo custo-benefício em viagens curtas ou longas”, explica Felipe.
Fundada em 1965 por Lorenzo Albertini Vilarinho, a floricultura marcou presença a bordo dos navios de passageiros que partiam do porto de Santos.
AUTORES
Vinicius Figo
Repórter
Luíza Martins
Produtora de Imagens
Giovanna Veiga
Escritora