Posicionamento radiográfico da tíbia e fíbula - CÃO

Tíbia e fíbula

A tíbia e fíbula devem ser avaliadas através de duas projeções ortogonais. Dessa forma, as incidências radiográficas padrões para essa região são as projeções craniocaudal/caudocranial e mediolateral/lateromedial (THRALL e ROBERTSON, 2015).

O exame radiográfico da tíbia e fíbula pode ser empregado para a avaliação de fraturas, visto que a tíbia e fíbula são uns dos ossos do membro pélvico mais acometidos por esta afecção, ficando somente atrás do fêmur nessa casuística. Além disso, o osteossarcoma possui um sítio de acometimento na tíbia proximal, ademais tumores na tíbia distal não são incomuns (SOUZA et al., 2011; THRALL, 2019).

  • Projeção caudocranial de tíbia e fíbula

Para a execução da projeção caudocranial da tíbia e fíbula dispõe-se o paciente em decúbito ventral. O membro pélvico de interesse precisa ser tracionado caudalmente (Figura 01a). O membro contralateral deve ser flexionado próximo ao corpo. Nessa projeção, visualiza-se a patela entre os côndilos femorais, isso ocorrerá se o fêmur, joelho e tíbia estiverem alinhados e o calcâneo posicionado verticalmente (AYERS, 2012).

Segundo Sirois et al. (2019), o feixe de raios-X deve ser centralizado no eixo médio da tíbia, a meio caminho entre o joelho e o tarso. Além disso, a área de colimação precisa incluir as articulações do joelho e tarso (Figura 01b e 02).

Figura 01 - Projeção caudocranial da tíbia e fíbula. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção caudocranial da tíbia e fíbula; (B) imagem radiográfica de uma projeção caudocranial da tíbia e fíbula. Fonte: O autor (2021).

Figura 02 - Projeção caudocranial da tíbia e fíbula. (1) patela; (2) tíbia; (3) calcâneo; (4) fíbula; (5) fêmur. Fonte: O autor (2021).

  • Projeção mediolateral da tíbia e fíbula

Na projeção mediolateral da tíbia e fíbula (Figuras 03 e 04), posiciona-se o paciente em decúbito lateral com o membro de interesse voltado para baixo. As articulações do joelho e do tarso são flexionadas 90 graus. O membro oposto deve ser movido lateralmente para fora do campo de colimação ou ser estendido cranioventralmente ao abdômen (Figura 53a) (AYERS, 2012).

Centraliza-se o feixe radiográfico no eixo médio da tíbia, na metade da distância entre o joelho e o tarso. A colimação deve abranger as articulações do joelho e tarso (Figura 53b e 54) (MUHLBAUER e KNELLER, 2013; SIROIS et al., 2010).

A técnica de mensuração do Ângulo do Platô Tibial (APT) é realizada mediante imagens radiográficas da tíbia em incidência mediolateral. O posicionamento da tíbia durante o exame radiográfico pode influenciar na aparência dos pontos de referência para determinação do APT, causando variações no valor desse ângulo, comprometendo a escolha e sucesso da técnica cirúrgica empregada (CAPELASSO et al., 2017; REIF et al., 2004).

Figura 03 - Projeção mediolateral da tíbia e fíbula. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção mediolateral da tíbia e fíbula; (B) imagem radiográfica de uma projeção mediolateral da tíbia e fíbula. Fonte: O autor (2021).

Figura 04 - Imagem radiográfica da projeção mediolateral da tíbia e fíbula. (1) sesamóide lateral do músculo gastrocnêmio; (2) côndilo medial do fêmur; (3) côndilo lateral do fêmur; (4) cabeça da fíbula; (5) corpo da fíbula; (6) articulação tarsocrural; (7) calcâneo; (8) borda cranial da tíbia; (9) tuberosidade da tíbia. Fonte: O autor (2021).