Posicionamento radiográfico da articulação do úmero - CÃO

Articulação do úmero

A articulação do úmero deve ser avaliada através de radiografias ortogonais. Dessa forma, uma análise padronizada desta região requer a realização das projeções caudocranial e mediolateral (COUSON e LEWIS, 2008; THRALL, 2019).

Segundo Thrall e Robertson (2015), são comuns os casos de claudicação decorrentes de alterações na articulação do úmero, sendo uma das principais indicações para o exame radiográfico desta região. Além disso, radiografias da articulação do úmero podem ser solicitadas para a avaliação de afecções como tenossinovite do tendão do bíceps, instabilidade articular, contraturas musculares, osteocondrite dissecante e doença articular degenerativa (WASCHBURGER et al., 2014; THRALL, 2019, CRIVELLENTIN e BORIN-CRIVELLETIN, 2015).


  • Projeção caudocranial da articulação do úmero

Na incidência caudocranial da articulação do úmero (Figura 02), o feixe de raios-X deve ser refletido diretamente sobre esta região (MUHLBAUER e KNELLER, 2013; THRALL e ROBERTSON, 2015). Além disso, a colimação precisa incluir o terço distal da escápula e o terço proximal do úmero (SIROIS, 2010).

O paciente deve ser colocado em decúbito dorsal, podendo ser utilizada uma calha em V para ajudar na estabilidade (Figura 01). Estendem-se os membros torácicos cranialmente e rotaciona-se o esterno 30° na direção oposta ao membro avaliado (AYERS, 2012; MUHLBAUER e KNELLER, 2013; SIROIS et al., 2010). Ayers (2012) ressalta que a rotação do úmero deve ser impedida, visando evitar uma projeção oblíqua da articulação do úmero.

Figura 01 - Projeção caudocranial da articulação do úmero. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção caudocranial da articulação do úmero; (B) imagem radiográfica de uma projeção caudocranial da articulação do úmero. Fonte: O autor (2021).

Figura 02 - Imagem radiográfica da projeção caudocranial da articulação do úmero. (1) espinha da escápula; (2) acrômio; (3) articulação do úmero; (4) tubérculo maior do úmero. Fonte: O autor (2021).

  • Projeção mediolateral da articulação do úmero

Na radiografia mediolateral da articulação do úmero (Figuras 03), o paciente deve ser posicionado em decúbito lateral com o membro afetado voltado para baixo (THRALL e ROBERTSON, 2015). O membro de interesse deve ser tracionado cranioventralmente, enquanto o membro oposto deve ser puxado caudalmente. A cabeça e pescoço devem ser estendidos dorsalmente evitar a sobreposição da traqueia sobre a articulação (AYERS, 2012; SIROIS, 2010).

Nessa projeção, direciona-se o feixe de raios-X diretamente na articulação do úmero (AYERS, 2012). Segundo Sirois e colaboradores (2010), a colimação deve abranger o terço distal da escápula e o terço proximal do úmero (Figura 04).

A articulação do úmero canina é frequentemente acometida por osteocondrose, sendo a projeção mediolateral indicada para confirmar a presença dessa alteração, pois nessa incidência o feixe radiográfico atinge tangencialmente a face caudal da cabeça do úmero, local mais afetado por essa alteração (AYERS, 2012; THRALL, 2019; THRALL e ROBERTSON, 2015).

Figura 03 - Projeção mediolateral da articulação do úmero. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção mediolateral da articulação do úmero; (B) imagem radiográfica de uma projeção mediolateral da articulação do úmero. Fonte: O autor (2021).

Figura 04 - Imagem radiográfica da projeção mediolateral da articulação do úmero. (1) espinha da escápula; (2). acrômio; (3) tubérculo infra glenóide; (4) cabeça do úmero; (5) tubérculo maior do úmero; (6) tubérculo supra glenóide. Fonte: O autor (2021).