Posicionamento radiográfico da articulação do tarso - CÃO

Articulação do tarso

A avaliação radiográfica padrão da articulação do tarso inclui as projeções dorsoplantar e mediolateral (COUSON e LEWIS, 2008; THRALL e ROBERTSON, 2015). As projeções complementares são as vistas de flexão, extensão, oblíqua e tensão (AYERS, 2012). O exame radiográfico pode ser utilizado para avaliar a presença de luxações e osteocondrose no tarso (FERREIRA et al., 2017; THRALL, 2019).


  • Projeção dorsoplantar da articulação do tarso

Na projeção dorsoplantar da articulação do tarso, o animal deve ser disposto em decúbito ventral com o membro de interesse estendido craniolateralmente (MUHLBAUER e KNELLER, 2013). Além disso, o feixe de raios-X deve ser centralizado na articulação do tarso e a colimação necessita abranger região distal de tíbia e fíbula até os ossos metatársicos (Figura 01 e 02) (AYERS, 2012; MUHLBAUER e KNELLER, 2013).

Segundo Dyce (2010), um exame radiográfico completo do tarso necessita de incidências nas projeções dorsoplantar, mediolateral e oblíqua. Não obstante, a imagem geral mais útil é a obtida da vista dorsoplantar, pois esta permite a identificação de todos os ossos que compõem essa articulação, alguns mais facilmente que outros, já que ocorre considerável sobreposição.

Figura 01 - Projeção dorsoplantar da articulação do tarso. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção dorsoplantar da articulação do tarso; (B) imagem radiográfica de uma projeção dorsoplantar da articulação do tarso. Fonte: O autor (2021).

Figura 02 - Imagem radiográfica da projeção dorsoplantar da articulação do tarso. (1) corpo da fíbula; (2) tuberosidade do calcâneo; (3) maléolo lateral da fíbula; (4) corpo do calcâneo; (5) articulação intertarsal proximal (calcâneo quartal); (6) osso társico V; (7) articulações tarsometatarsal; (8) base do osso metatársico V; (9) osso társico III; (10) sobreposição do osso társico I e társico II; (11) osso társico central; (12) articulação intertarsal proximal (talocalcâneo central); (13) tálus; (14) maléolo medial da tíbia; (15) diáfise da tíbia. Fonte: O autor (2021).

  • Projeção mediolateral da articulação do tarso

Para a realização da projeção mediolateral da articulação do tarso, o animal deve ser colocado em decúbito lateral com o membro de interesse voltado para baixo. O membro pélvico oposto é movimentado lateralmente ou tracionado cranioventralmente ao abdômen (Figura 03a) (AYERS 2012).

Segundo Sirois e colaboradores (2010), a colimação precisa englobar a região distal da tíbia e fíbula, além de manter também os ossos metatársicos no campo de visão. Ademais, o feixe de raios-X deve ser centralizado na articulação do tarso, a meio caminho entre a tíbia distal e os metatársicos proximais (Figura 03b e 04).

Figura 03 - Projeção mediolateral da articulação do tarso. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção mediolateral da articulação do tarso; (B) imagem radiográfica de uma projeção mediolateral da articulação do tarso. Fonte: O autor (2021).

Figura 04 - Projeção mediolateral da articulação do tarso. (1) tuberosidade do calcâneo; (2) corpo do calcâneo; (3) osso társico IV; (4) osso metatársico I; (5) articulações tarsometatarsal; (6) osso társico III; (7) articulação intertarsal distal; (8) osso társico central; (9) articulação intertarsal proximal; (10) tróclea do tálus. Fonte: O autor (2021).