Posicionamento radiográfico da articulação do cúbito - CÃO

Articulação do cúbito

A articulação do cúbito pode ser avaliada através das projeções craniocaudal, mediolateral estendida e mediolateral flexionada (COUSON e LEWIS, 2008; THRALL e ROBERTSON, 2015). A radiografia pode ser empregada para avaliar luxações traumáticas e anomalias do desenvolvimento como a displasia do cotovelo (BOOS, 2012; CRIVELLENTIN e BORIN-CRIVELLETIN, 2015).


  • Projeção craniocaudal do cotovelo

Para efetuar a incidência craniocaudal (Figura 02), o feixe radiográfico deve ser centralizado na articulação do cúbito e a colimação deve contemplar do terço distal do úmero ao terço proximal do rádio e ulna (MUHLBAUER e KNELLER, 2013; SIROIS et al., 2010).

Como posicionamento, dispõe-se o paciente em decúbito esternal com os membros torácicos tracionados cranialmente de forma individual (Figura 01). A cabeça deve ser erguida e afastada para o lado oposto ao membro afetado, mantendo-se o tórax em pé. Os membros pélvicos podem ser estendidos caudalmente, auxiliando no alinhamento da coluna (MUHLBAUER e KNELLER, 2013; SIROIS et al., 2010).


Figura 01 - Projeção craniocaudal da articulação do cúbito. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção craniocaudal da articulação do cúbito; (B) imagem radiográfica de uma projeção craniocaudal da articulação do cúbito. Fonte: O autor (2021).

Figura 02 - Projeção craniocaudal da articulação do cúbito. (1) tuberosidade do olécrano da ulna; (2) epicôndilo medial do úmero; (3) processo coronoide medial da ulna; (4) cabeça do rádio; (5) epicôndilo lateral do úmero. Fonte: O autor (2021).

  • Projeção mediolateral do cotovelo

Para a obtenção de radiografias na projeção mediolateral do cotovelo (Figura 04), centraliza-se o feixe de raios-X diretamente sobre essa articulação, com colimação abrangendo entre o terço distal do úmero e terço cranial do rádio e ulna (MUHLBAUER e KNELLER, 2013; SIROIS et al., 2010).

Nessa projeção, posiciona-se o animal em decúbito lateral com o membro afetado voltado para a mesa de raios-X e estendido cranialmente. O membro torácico contralateral deve ser tracionado caudodorsalmente (Figura 03) (AYERS, 2012; MUHLBAUER e KNELLER, 2013; SIROIS et al., 2010).

Figura 03 - Projeção mediolateral da articulação do cúbito. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção mediolateral da articulação do cúbito; (B) imagem radiográfica de uma radiografia mediolateral da articulação do cúbito. Fonte: O autor (2021).

Figura 04 - imagem radiográfica da projeção mediolateral da articulação do cúbito. (1) processo ancôneo da ulna; (2) tuberosidade do olécrano da ulna; (3) processo coronóide lateral da ulna; (4) processo coronóide medial da ulna; (5) cabeça do rádio. Fonte: O autor (2021).

  • Projeção mediolateral flexionada da articulação do cúbito

Segundo Ayers (2012), a projeção lateral hiperflexa (Figuras 05b e 06) é a única necessária para uma avaliação padrão do cúbito, seguindo determinações adotadas pela Orthopedic Foundation Of Animals (OFA). Para efetuar essa incidência, os côndilos umerais devem ser palpados e o feixe deve ser centralizado neles. A colimação deve incluir a articulação do cúbito e terço distal do úmero e proximal do rádio e da ulna (SIROIS et al., 2010).

Recomenda-se efetuar a projeção mediolateral flexionada do cúbito para a avaliar a presença da não união do processo ancôneo, pois essa visão permite uma menor sobreposição do processo ancôneo em relação ao epicôndilo medial umeral (THRALL e ROBERTSON, 2015; TÔRRES et al., 2019).

Na projeção mediolateral flexionada, o paciente deve ser colocado em decúbito lateral com o lado afetado voltado para baixo. O carpo do membro torácico de interesse deve ser movido em direção ao pescoço para hiperflexionar a articulação do cúbito. O membro torácico oposto deve se tracionado caudalmente, para fora do campo de visão (Figura 05a) (AYERS, 2012; SIROIS et al., 2010).

Figura 05 - Projeção mediolateral flexionada da articulação do cúbito. (A) posicionamento do paciente para realização da projeção mediolateral flexionada da articulação do cúbito; (B) imagem radiográfica de uma radiografia mediolateral flexionada da articulação do cúbito. Fonte: O autor (2021).

Figura 06 - Imagem radiográfica da projeção mediolateral flexionada da articulação do cúbito. (1) epicôndilo medial do úmero; (2) processo ancôneo da ulna; (3) olécrano; (4) diáfise de úmero; (5) diáfise de rádio; (6) diáfise de ulna. Fonte: O autor (2021).