EFEITOS DOS ATRIBUTOS DOS FRAGMENTOS E DO ENTORNO SOBRE A DIVERSIDADE DE ESPÉCIES

Os fatores que determinam a diversidade de espécies continuam sendo pouco conhecidos para os remanescentes florestais do CEP. Além das clássicas respostas das comunidades a características das áreas, como tamanho, forma e proximidade/conectividade com outras áreas (Santos et al. 2002, Cintra et al. 2013), diversos outros fatores bióticos e abióticos podem contribuir para os níveis de diversidade de espécies de um determinado remanescente, como o tipo de entorno, proximidade de populações humanas, tipo e estrutura de vegetação, estágio sucessional, presença de pessoas dentro da área, presença de corpos d’agua, complexidade do habitat, níveis de vigilância e até mesmo se estas áreas são públicas ou privadas (Galetti et al. 2009).

Em cada área será definido o tipo de vegetação (áreas de transição ecológica, floresta estacional semidecídua e a floresta ombrófila aberta) (Ranta et al. 1998, Silva e Tabarelli 2000, Silveira et al. 2003), estágio sucessional do fragmento, presença de corpos d'água, área total do fragmento, índice de borda, porcentagem da cobertura florestal no entorno, tamanho médio dos fragmentos no entorno, porcentagem de área urbana no entorno e distância à área urbana mais próxima. A caracterização da área em primária ou secundária será realizada através de análises em parcelas de 100 m² utilizado os critérios previstos na Resolução CONAMA 392/2007, que levam em consideração o diâmetro na altura do peito (DAP) das espécies arbóreas, altura das espécies arbóreas e presença de palmeiras, samambaias e lianas para classificação. Estas parcelas serão distribuídas aleatoriamente em cada fragmento e o número de parcelas seguirá um mínimo de uma para cada 10 ha. Fragmentos com habitats heterogêneos poderão ter a vegetação mapeada e será considerado o tipo de vegetação predominante.

As análises de estrutura da paisagem serão realizadas a partir de imagens de satélite LANDSAT (resolução 30m) utilizando a referência de 1000 m como entorno do remanescente (Boscolo e Metzger 2011). A riqueza de espécie será variável-resposta, analisada segundo os Modelos Lineares Generalizados (GLM - Nelder e Wedderburn, 1972), que não pressupõe normalidade da variável-resposta. A influencia das variáveis-preditoras será avaliada pelo Critério de Informação de Akaike - AIC (Burnham e Anderson 2011). Todas as análises serão realizadas no software R (R Development Core Team).


Responsáveis: Mercival Francisco, Luís Fábio Silveira, Ana Paula Carmignotto, Pedro Galetti e Mauro Galetti.

Publicações

Artigo: Environmental heterogeneity and sampling relevance areas in an Atlantic forest endemism region

Autores: Carolina da Silva Carvalho, Felipe Martello, Mauro Galetti, Fernando Pinto, Mercival Roberto Francisco, Luis Fábio Silveira, Pedro Manoel Galetti Jr.

https://doi.org/10.1016/j.pecon.2021.05.001

RESUMO: The knowledge of the diversity, richness, and distribution of tropical organisms are poorly understood, and a plethora of new species are still being described even among groups considered well-known. As a result, this inadequate knowledge of the biodiversity has hampered the species’ conservation. Thus, sampling efforts must be urgently optimized to survey important and unique areas and to better allocated the scarce conservation resources, especially in the tropical and developing countries that harbor much of the world biodiversity. We assessed the most relevant regions in terms of environmental dissimilarity for sampling vertebrates (amphibians, birds, and mammals) in the Pernambuco Endemism Center (PEC), located in Atlantic forest and the most threatened region in South America, where only about 1% of remaining forests are protected. We found that 8–41% of the PEC areas showed high sampling relevance for all vertebrate groups, with the non-coastal areas of the PEC presenting the highest sampling relevance in terms of environmental dissimilarity. For all vertebrate groups, the sites with the highest sampling relevance are threatened by fragmentation, and sampling efforts must be allocated to these areas before they are totally converted into human-modified landscapes.