SOBRE

CONHEÇA MAIS SOBRE A CONTEXTUALIZAÇÃO E OS DESAFIOS DO PROJETO ARCA DO CEP 

A Mata Atlântica é um dos biomas com maior biodiversidade e, ao mesmo tempo, com um dos maiores níveis de degradação em todo o planeta. O Centro de Endemismo Pernambuco (CEP), que se estendia originalmente na faixa litorânea ao norte do Rio São Francisco, nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, é hoje a área com o maior número de táxons ameaçados de extinção da Mata Atlântica, e cujos remanescentes florestais estão sob alto risco de desaparecimento, tendo menos de 2% da área original e já contando com espécies extintas.

Paradoxalmente, o CEP é também a região mais pobre em estudos científicos em toda a Mata Atlântica. Ao mesmo tempo em que quatro espécies de aves foram recentemente declaradas extintas, novas espécies ainda estão sendo descritas, indicando que em muito pouco tempo a ciência não terá mais a chance de registrar possíveis novos táxons e será tarde demais para que ações possam ser propostas para a conservação das espécies ameaçadas. A falta de conhecimento recai não apenas sobre a composição da sua biodiversidade, mas também sobre ''onde'' ela está concentrada e ''por que''?

Por isto, esta proposta traz como desafios:

1) aprimorar o conhecimento taxonômico das aves e mamíferos do CEP, que está sendo perdido antes mesmo de ser conhecido;

2) aprimorar o conhecimento sobre os fatores que afetam a distribuição e a persistência dos organismos, com foco no estado de Alagoas;

3) utilizar este conhecimento para propor e colocar em prática ações mais ostensivas e emergenciais de manejo e;

4) aumentar o conhecimento do público em geral sobre o CEP e sobre sua importância, através da divulgação científica.

CONHEÇA MAIS SOBRE O CENTRO DE ENDEMISMO PERNAMBUCO (CEP) 

O Centro de Endemismo Pernambuco (CEP) reunia um bloco de florestas de 56.000 km² que se estendia ao norte do rio São Francisco, nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas, desde o nível do mar até as escarpas do planalto de Borborema. Hoje, estima-se que apenas 2% desta área seja composta por florestas, sendo um dos ambientes mais ameaçados do mundo. 

Além de ser uma região de colonização humana antiga, as ações antrópicas se intensificaram ainda mais nas décadas de 1970 e 1980 durante o programa Proálcool, implementado pelo governo brasileiro na busca de uma alternativa para o consumo de petróleo. Foi neste período que a maior parte das florestas foi substituída por cultivos de cana-de-açúcar.

Esta área de endemismo conta com 435 espécies de aves (incluindo-se os brejos de altitude), sendo 18 espécies e 21 subespécies endêmicas e 65% destes táxons são de ambientes florestais. Para mamíferos ainda não existem compilações detalhadas que permitam dizer quantas espécies existem no CEP.