O PENSAMENTO HUMANISTA DE PAULO R. NEVES FREIRE
Paulo Reglus Neves Freire nasceu em Pernambuco, licenciou em Direito e Filosofia e desenvolveu seu doutorado em História da Educação. Sempre defendeu uma pedagogia crítica, onde visava que a educação deveria ser libertadora, alinhando a mesma a um papel também político. Essa linha levou ao seu reconhecimento mundial como educador, assim como despertou diversas críticas tanto da política de Direita quanto de Esquerda.
Paulo Freire começa a ganhar destaque na educação, ainda em âmbito nacional, através dos programas de alfabetização para jovens e adultos, onde o governo buscava atender demandas de “capacitação”, alfabetizando esse público para inseri-los ao mercado de trabalho. Logo de imediato, suas idéias diferiam da pedagogia usual da época, com cartilhas que visavam apenas uma aprendizagem mecânica, sem reflexão alguma sobre o mundo em que viviam. Para ele, se faz necessário que o ensino direcionado a essas pessoas levem em conta o contexto social, com uso de palavras de seu cotidiano, inicialmente, para que se possa ir desenvolvendo um vocabulário ainda maior através de sinônimos para esses termos usuais, conforme a sua localidade.
Segundo Freire, a educação deve superar a dicotomia entre teoria e prática. O papel da educação visa transformar o meio de forma “libertadora”, permitindo que os oprimidos recuperar seu senso de humanidade e superar suas condições limitadas pela sociedade opressora. A educação não pode simplesmente transformar os alunos em meros objetos receptores de conhecimento, isso, para ele, caracteriza apenas uma alienação, possibilitando que se reproduza o sistema vivido.
Paulo Freire chegou a compor o Ministério da Cultura em 1963, no Governo de João Goulart, porém, com a tomada do poder pelos Militares em 1964, chegou a ser preso alguns dias e, posteriormente, exilado no Chile por 15 anos. Também passou por vários países da África e viveu durante um tempo nos Estados Unidos. Enquanto estava fora do Brasil, obteve o reconhecimento em diversos países, sendo um de seus livros, “A Pedagogia do Oprimido” um dos grandes propulsores desse reconhecimento. Freire obteve 29 títulos de Doutor Honoris Causa por renomadas universidades espalhadas pelo mundo, tornando-o a ser reconhecido como Patrono da Educação Brasileira.
De volta ao Brasil e filiado ao Partido dos Trabalhadores, compôs a Secretaria da Educação da cidade de São Paulo durante a gestão de Luíza Erundina (1989 – 1992) e veio a óbito no ano de 1997.
Fonte: Apresentação do Mestrando Paulo do Nascimento Santos (Turma do MNPEF 2017)
https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_33_1426693042.pdf
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire