Aquecimento Global
Aula 2 - Evidências
Aula 2 - Evidências
Para acompanhar essa aula é importante que você esteja familiarizado com o conceito de EFEITO ESTUFA (Clique aqui para relembrar).
AQUECIMENTO GLOBAL pode ser definido como o aumento da temperatura MÉDIA da atmosfera do planeta causado pela massiva emissão de gases estufa gerados pela atividade humana.
Assista ao vídeo abaixo:
O aquecimento global (infelizmente) ainda é uma questão polêmica.
Há quem negue sua existência.
Há quem confirme sua existência, mas negue que é a ação humana que o está causando.
Porém a comunidade cinetífica é categórica:
O AQUECIMENTO GLOBAL EXISTE E SOMOS NÓS QUE ESTAMOS CAUSANDO!!!!!
Vamos olhar essa questão objetivamente.
Como vimos na aula passada, o calor que a Terra recebe vem do Sol na forma de irradiação (principalmente na frequencia da luz visível). A Terra absorve essa energia que chega do Sol e re-irradia para o espaço na forma de radiação infravermelha.
Uma parte dessa radiação que a Terra irradia é absorvida por alguns gases que compõe a atmosfera (essa radiação absorvida é que mantém o planeta Terra aquecido).
Estes gases que absorvem a radiação infravermelha emitida pela Terra são chamados GASES ESTUFA.
Os principais gases estufa são:
Dióxido de carbono (CO2)
Metano
Vapor d´água
(Entre outros)
Por causa deles é que a vida existe na Terra (sem eles o planeta seria gelado)
Porém, o que vem acontecendo há aproximadamente dois séculos é um DESEQUILIBRO NA PROPORÇÃO DESSES GASES NA ATMOSFERA DEVIDO À ATIVIDADE HUMANA.
Para iniciar nossa conversa, vamos analisar esse gráfico conhecido como "Curva de Keeling"
Em 1953, um jovem cientista chamado Charles David Keeling começou a medir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera em torno de Pasadena, Califórnia. Com o avanço de seu trabalho ele precisou mudar seu local de medidas para o Hawai.
Em 1958, em Mauna Loa (Hawai) Keeling observou que os níveis de CO2 atingiram o pico em maio e depois caíram para um nível baixo em outubro; o padrão de maio / outubro foi repetido em 1959 (e depois nos outros anos).
"Estávamos testemunhando pela primeira vez a natureza retirando CO2 do ar para o crescimento das plantas durante o verão e devolvendo-o a cada inverno seguinte", disse Keeling ao Instituto Scripps de Oceanografia.
Percebam que anualmente há uma variação da quantidade de CO2 na atmosfera, que se repete de forma cíclica.
Essa variação representa o crescimento das plantas (que ocorre no verão havaiano) e que "sequestram" o CO2 da atmosfera. Depois, no inverno quando as plantas fenecem, há um aumento da concentração de CO2 (que devolvem esse CO2 para a atmosfera).
Mas Keeling também descobriu algo mais profundo: ano após ano, a quantidade de CO2 na atmosfera aumentava gradualmente devido à combustão de combustíveis fósseis.
Uma preocupação ainda maior para Keeling foi sua descoberta de que a taxa de aumento era mais acentuada a cada ano sucessivo, dando ao gráfico de CO2 da Keelings uma curva ascendente distinta, agora chamada de "Curva de Keeling".
O registro de Keelings de dados de Mauna Loa é considerado um dos melhores e mais consistentes registros climáticos do mundo, embora os cientistas também usem outras fontes de dados atmosféricos, incluindo amostras de ar retido no gelo polar, para analisar os níveis de CO2 nos últimos milênios (vide gráfico abaixo)
E quando a Curva de Keeling é adicionada à pesquisa atmosférica do passado, ela mostra uma tendência que alarmou os cientistas em todo o mundo: os níveis de CO2 estão subindo em um tom dramático, algo inédito em todo o registro geológico.
Este gáfico mostra a concentração de CO2 na atmosfera desde o ano 1000 até 2000. Sendo que de 1000 até 1958 os dados foram obtidos de forma indireta (por amostras de ar retidas no gelo polar) de 1958 até 2016 são os dados de Keeling.
Percebam que:
Essa curva permanece aproximadamente constante (horizontal) até 1750/1800. A partir dessa data, os valores começam a crescer.
Os valores neste período (de 1000 até 1850) eram aproximadamente constante com pequenas oscilações (280 ppm)
A partir de 1750/1800 percebemos um crescimento nestes valores.
Esse crescimento se acelera no decorrer do tempo chegando a 370 ppm em 2000.
Vamos voltar a falar dessas datas.
Atualmente estes valores estão em 407 ppm (vide o primeiro gráfico).
O gráfico abaixo mostra a concetração de metano na atmosfera desde o ano 1000 até 2020
Podemos perceber também (de uma forma muito parecida com a concentração de CO2) que a concentração de metano na atmosfera permanece aproximadamente constante até o ano de 1750/1800. A partir daí esses valores começam a subir exponencialmente.
DE ONDE VEM OS GASES METANO (CH4) QUE JOGAMOS NA ATMOSFERA?
O gás metano é um dos principais itens na composição do gás natural e no processo de exploração de petróleo. Consequentemente, o gás natural é outro fator responsável pela emissão de metano para a atmosfera.
Mas é a ATIVIDADE AGROPECUÁRIA a principal responsável pelo aumento das emissões de gás metano na atmosfera. Na agricultura, o cultivo do arroz irrigado por inundação e a queima dos resíduos agrícolas são as principais responsáveis pela emissão de gás metano. A pecuária responde pelo processo de fermentação dos alimentos que ocorre no sistema digestivo dos ruminantes (em bom português, o "pum" dos bois e das vacas), o que leva à liberação de uma significativa quantidade de gás metano para a atmosfera. O esterco produzido pelos animais também tem potencial para liberar um grande volume desse gás. O aumento dos rebanhos e a necessidade cada vez maior de produzir alimentos fazem com que também aumente o volume de gás metano liberado na atmosfera terrestre.
A liberação do metano também ocorre nos lixões, aterros sanitários e depósitos de esgoto, nos quais o gás escapa para atmosfera através do solo.
Ora. Já sabemos que o CO2 e o gás metano são os principais gases estufa. Ou seja, são eles que retém na atmosfera o calor que a terra irradia.
Acabamos de ver que as concentrações de CO2 e de gás metano cresceram demais a partir do final do século 18, início do século 19.
Logo, seria de se esperar que a TEMPERATURA MÉDIA do planeta também tenha subido A PARTIR DE 1750/1800.
Vejamos os gráficos abaixo:
Estes dados foram obtidos pelo NOAA (Administração nacional oceânica e atmosférica E.U.A.)
Nele podemos ver claramente que SIM!!!!!
Apesar de oscilar, percebemos que existe uma tendência de crescimento da TEMPERATURA MÉDIA GLOBAL desde 1880 (data de início das medidas).
O gráfico abaixo mostra isso com mais clareza ainda:
Se compararmos o gráfico de temperatura com o gráfico de concentração de gás carbônico na atmosfera, o resultado é impressionante (veja abaixo).
O AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE CO2 E DE METANO NA ATMOSFERA TEM ELEVADO A TEMPERATURA MÉDIA DO PLANETA!!!!
O gráfico abaixo mostra essa relação:
A linha vermelha representa a temperatura e a linha azul representa a concentração de CO2 na atmosfera.
Perceba como estas duas coisas se relacionam.
DESTAS FORMA PODEMOS CONCLUIR QUE O AQUECIMENTO GLOBAL É UM FATO CONCRETO E QUE ELE ESTÁ RELACIONADO COM O AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE GASES ESTUFA NA ATMOSFERA..
A questão que se coloca é:
Por que a concentração desses gases estufa (que era constante até o ano de 1750/1800 aproximadamente) aumentou tanto de lá pra cá?
Veja o infográfico abaixo:
Perceba:
A 1a revolução industrial iniciou o uso da quesima de combustíveis (principalmente fósseis) para mover MÁQUINAS TÉRMICAS. A queima de combustíveis fósseis gera muito CO2 que é despejado na atmosfera.
a 2a revolução industrial começa a usar a ELETRICIDADE. Como já estudamos, a produção de energia elétria é obtida em usinas que, invariavelmente, causam danos ao ambiente (e,missão de CO2, metano, lixo nuclear, etc....)
O AUMENTO DA EMISSÃO DE CO2 E DE GÁS METANO QUE VIMOS NOS GRÁFICOS "BATE" EXATAMENTE COM O INÍCIO DA 1a REVOLUÇÃO INDUSTRAL.
"As pesquisas mostram que o aquecimento da Terra tem relação desde o princípio com o aumento da concentração de gases do efeito estufa consequência da revolução industrial", explicou em comunicado Jens Zinke, paleontólogo da Universidade Livre de Berlim e coautor do estudo.
Antes da revolução industrial, a quantidade de gases do efeito estufa (como o CO2) se encontravam na atmosfera em uma proporção comparativamente baixa.
Segundo o estudo, a partir de 1830, coincidindo com os primeiros passos da revolução industrial na Europa Ocidental, começou a ser notado um aumento das temperaturas, primeiro no Ártico e nas zonas tropicais dos oceanos, e posteriormente na Europa, Ásia e América do Norte.
Cinquenta anos mais tarde começou a ser evidente o início da mudança climática em grande parte do hemisfério sul, segundo a equipe científica, que atribui estas diferenças temporárias às correntes marinhas.
A principal contribuição deste estudo é a inclusão de grande quantidade de registros do "arquivo natural do clima" do hemisfério sul e sua comparação temporal com os do norte.
Os cientistas extraem, além disso, duas consequências dessa descoberta: a confirmação pelas mãos do homem por trás da mudança climática e a necessidade de revisar os prognósticos sobre o aquecimento global para as próximas décadas levando em conta que não é um fenômeno iniciado no século XX, mas no XIX.
Com o aquecimento oceânico e atmosférico, o gelo continental e dos polos tem sofrido uma elevada taxa de derretimento. Desde de 2012, a Antártida perdeu 76 bilhões de toneladas de gelo ao ano. Somado a perda média de 30 centímetros de área total por ano nos últimos 65 anos observada no Ártico, conseguimos compreender a elevação de quase 20 cm do nível do mar global que ocorreu no último século. As projeções mais otimistas apontam para um agravamento rápido deste cenário, o que causaria uma ameaça direta à vida de bilhões de pessoas que vivem em áreas sujeitas à alagamento caso os oceanos subam mais de 1 metro nas próximas décadas.
No gráfico acima (NASA) podemos ver que o nível do mar subiu 80 mm entre 1998 e hoje (ma média de 3,41 mm de aumento por ano).
Além disso, Medições de satélite estão disponíveis desde 1979 e registros de expedições, desde 1953. Medições feitas em setembro de cada ano mostram que a extensão do gelo marinho encolheu 35% desde 1979.
Com a intensificação da temperatura global, a formação de massas de ar e o fluxo de calor pelas correntes oceânicas tem sofrido alterações em seus padrões globais. Isso é evidenciado pela ocorrência de eventos de El Niño e La Niña mais intensos nos últimos 10 anos. Estes fenômenos têm relação direta com a temperatura da água do oceano Pacífico e afetam os índices pluviométricos globais. Na aula sobre convecção térmica (clique aqui para ver) nós discutimos como a temperatura afeta as correntes marinhas e os ventos. Assim, eventos de seca, enchentes, ciclones e tornados podem passar a ocorrer com maior frequência e intensidade, até mesmo em áreas que anteriormente não eram afetadas por tais problemas.
Muitas espécies de plantas e animais são extremamente sensíveis a grandes variações térmicas em seus habitats, lutando através de migrações e adaptações para sobreviver. Contudo, as estimativas apontam para grandes eventos de extinção e diminuição da biodiversidade nos próximos anos atrelados ao agravamento das condições climáticas. Para a vida marinha, esse efeito já tem sido amplamente documentado através do branqueamento dos recifes de corais, que são biomas altamente diversos e extremamente sensíveis às condições físico-químicas da água.
É POSSÍVEL MUDAR ESSE PANORAMA?
O QUE PODE SER FEITO?
Vamos debater isso na próxima aula.
Agora é com vocês, façam a atividade clicando no botão abaixo:
REFERÊNCIAS:
https://climainfo.org.br/2019/06/23/3-graficos-para-pensar-crise-climatica/
https://skepticalscience.com/translation.php?a=17&l=10
https://pt.wldrnessa.com/29271-what-is-the-keeling-curve-carbon-dioxide-17340
https://www.significados.com.br/aquecimento-global/
https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/gas-metano-e-o-efeito-estufa/
https://www.infoescola.com/ecologia/evidencias-do-aquecimento-global/
https://skepticalscience.com/translation.php?a=124&l=10
https://skepticalscience.com/argument.php